Capítulo 1: O poço

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Em um orfanato distante da cidade, cinco freiras foram designadas para cuidar de algumas crianças e adolescentes. Cada uma tinha uma função específica, desde preparar as refeições até garantir a saúde e o bem-estar de todos. Irmã Zilda, a diretora do orfanato, estava enfrentando momentos turbulentos. Irmã Dulce, responsável pela educação das crianças, teve que resolver questões de saúde, e Irmã Teresa, encarregada da comida do orfanato, precisou ir à cidade resolver problemas familiares. Diante dessa situação, Irmã Zilda tentou encontrar substitutas temporárias, mas não havia ninguém disponível. Assim, ela e as irmãs Nazaré e Rosa, responsáveis pela limpeza, tiveram que assumir os papéis de professora e cozinheira do orfanato.

16:45

"Está na hora de encerrar a aula por hoje", anunciou Irmã Zilda. "Devido ao atraso no preparo da comida, vocês podem sair por um tempo para brincar e conversar enquanto aproveitam o fim de tarde. Mas lembrem-se, não saiam além da cerca."

"Está bem, Irmã Zilda", responderam as crianças em uníssono.

Irmã Zilda pediu a uma das crianças que avisasse Irmã Nazaré para acompanhá-las do lado de fora até a hora do jantar. A criança obedeceu e saiu. Então, Irmã Zilda deixou a sala de aula e dirigiu-se à cozinha. Ao chegar lá, ela se aproximou do balcão e viu diversos ingredientes como ovos, carne e arroz. No entanto, parecia não saber por onde começar. Ela não estava acostumada com a cozinha e estava preocupada com o que fazer.

"O que farei agora?", murmurou Irmã Zilda para si mesma, mexendo nervosamente nos ingredientes.

Uma adolescente passando por lá vê a cena da Irmã Zilda perdida na cozinha e decide entrar para ajudar.

"Oi, Irmã Zilda, você está precisando de ajuda?", perguntou Hellen, uma menina de 14 anos com cabelos enrolados.

"Oi, Hellen, estou bem", respondeu Irmã Zilda. Enquanto falava, acabou derrubando todo o pote de trigo no chão.

"Eu não estou acostumada com a cozinha. Normalmente cuido da administração e da saúde do orfanato", explicou Irmã Zilda, visivelmente frustrada com a situação.

"Se acalme, Irmã. Vou chamar a Irmã Rosa para nos ajudar a limpar isso e também para auxiliar na cozinha", ofereceu Hellen.

"Obrigada, querida", agradeceu Irmã Zilda, aliviada pela ajuda inesperada.

16:47

Ao sair da sala de aula, Guilherme, um adolescente de 14 anos com cabelos loiros lisos um pouco acima dos ombros, dirigiu-se à cozinha. Ao avistar todos os seus irmãos saindo para fora, decidiu juntar-se a eles na esperança de conseguir se divertir em algum brinquedo. No entanto, ao perceber que todos os brinquedos estavam aparentemente ocupados, ele tentou pedir para ir na gangorra, mas as crianças que estavam lá o trataram de forma rude e ignorante.

"Posso ir na gangorra um instante?" perguntou Guilherme, de forma pacífica

"Não! Já está ocupado. Vá embora!" respondeu uma das crianças, em tom ignorante.

Guilherme virou-se e começou a andar até o meio do pátio, observando as crianças brincando e conversando ao seu redor. Embora parecesse não se importar muito com a situação, estava um pouco estressado com a atitude das crianças. Nesse momento, seu cachorro Bing, que o acompanhava o tempo todo, começou a latir alto e correr para trás do orfanato.

"Bing?" chamou Guilherme, observando seu cachorro correr. Sem entender o motivo da agitação de Bing, Guilherme correu atrás dele, percebendo que algo realmente incomodava seu animal de estimação. Por ser pequeno, Bing conseguiu passar pelos vãos da cerca e correr em direção à floresta. Guilherme, vendo seu cachorro seguir naquela direção, pulou rapidamente a cerca e o seguiu.

Enquanto isso, sentado atrás do orfanato, desenhando e escondido atrás de uma árvore que ficava dentro do cercado, Vitor observava toda a cena. Antes disso, ele tinha avistado algo com cores fortes movendo-se na floresta, aparentemente a mesma coisa que o cachorro de Guilherme estava perseguindo. Observando tudo atentamente, Vitor levantou-se, verificou se não havia ninguém olhando e pulou a cerca para segui-lo

Guilherme seguiu a voz de seu cachorro até perceber que ela desapareceu rapidamente. Ao dar alguns passos à frente, ficou de frente com um poço.

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