Obedecer

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- Jack... Que merda! Por que estou aqui?! Por que estou presa?!  - Sua raiva transpareceu, falhando em ocultar seu medo, o que era perfeito!

- Jenny, Jenny, Jenny...   - Me aproximo -  Serei direto! Irei citar umas regras... E você irá promete que irá seguir elas.. Se não prometer, vai ficar girando nessa mesa até a minha segunda ordem!   - Rosnei.

- Mas.. Mas pra quê regras?!

- Acha que a deixarei ir para essa escola.. Sem mais nem menos?! Se enganou, querida Jenny. Agora... Vamos começar!








Jenny.

- Jack... Jack o quê... Por que está fazendo isso comig...  - Mas ele me interrompe em um rosnado.

- Não irá conseguir fazer-me se sentir culpado.. Não irei cair nessa brincadeira outra vez!    - Rosnou altamente criando ecos pela tenda -   Então! Vamos começar!  

E luzes de holofotes se acendem sobre nós, uma música circense e sinistra soa tomando conta do local, me trazendo dores em minha cabeça.

- Primeira regra! Nessa nova... Escola..  - Disse o nome enojado -   Jenny Parker, não irá ter outras amizades, além de mim! Prometa!   - Ele nem me deu um tempo e girou a mesa redonda, apertei minhas mãos nas cordas. Maldito! Tudo isso por mero ciúmes?!  -  Não! Apenas prometa!   - Rosnou.

- Prometo!   - Gritei sentindo minha cabeça doer e a mesa parou. Era uma maldita tortura!

- Segunda regra! Jenny Parker não irá fazer passeios ridículos, após a escola!   - Ele se irritava a cada mais ao citar a palavra “escola”  -  Prometa...

- Sim, eu prometo!  - Eu sentia raiva. Tamanha raiva por Jack.

- E última regra... Se você... Ousar descumprir qualquer dessas duas... Seu corpo lhe fará sentir imensa dor! E implorará que eu a ajude...  - O olhei perplexa e grunhi alto logo gritando irritada.

- Por quê isso?! Jack... Se você me contasse..  - Mas ele apenas esvaziou-se em gritos.

- EU NÃO QUERO FICAR SOZINHO NOVAMENTE! Você não irá me deixar, também! Não! Não irei permitir!   - Rosnava agarrando minhas bochechas, as quais faltavam pouco para rasgar sobre suas garras.

O olhei assustada, porém.. Eu não sabia dizer se o compreendia. Apenas, respirei profundamente e assenti com a cabeça.

- ... Certo... Eu farei o que está pedindo... Não cometerei o mesmo erro.  - Digo em tom baixo o olhando em seus olhos brancos.

Este nada me disse e sinto as amarras afrouxar em meus pés e pulsos, me sentei sentindo tonturas.

- ... Podemos brincar?  - Sua voz estava mais baixa -  Enquanto isso?   - Essa troca de humor... Essa bipolaridade...

- ... Claro, Jack.  - Farei o que ele quiser a partir de agora, afinal, não quero morrer.. Não agora -  De que?

- Pique-esconde. Você corre, e eu conto, começando! 10... 9...




⚪Quebra de Tempo⚫

- Te achei de novo, Jenny!   - Diz acima de mim e flutuando. Estávamos brincando em uma floresta do mundo do Jack.

Minhas pernas já estavam cansadas, e eu me via ofegante de tanto correr por aqui. Parada, eu podia sentir meus nervos das coxas pulsar. Droga, Jack! Tinha que envolver corrida?!

- Como você é sedentária, Jenny.  - Diz se pondo na minha frente, com um olhar debochado.

- Nunca fui boa... Na educação física... Detestava... Ou seja... Só não gosto... De correr!  - Digo escorada em uma árvore tentando controlar minha respiração aos poucos.

- Hum. Até que foi divertido! Quer brincar mais do quê?    - Sorriu ansioso... De dormir. Ele riu divertido -  Sedentária.  - E aparecemos em meu quarto novamente.

- Tsc... Nunca mais me faça correr dessa forma.  - Apenas me jogo na cama descansando.

- E tem outra forma de correr, querida Jenny?  - O olhei e mostrei o dedo do meio o fazendo rir e deitar ao meu lado.

Pelo menos o fiz esquecer daquela maluquice...

- Errada.  - O olhei confusa -  Não esqueci. E farei você não se esquecer. Conforme me trair, irá sentir dores. Isso é como um vírus... E já está em você, querida Jenny.  - Abriu um sorriso macabro e respirei fundo olhando o teto.

- .... Sabe, mas eu sei... Equilibrar!   - Me ajoelho na cama, e ele me olhou entediado -  Eu consigo equilibrar quando tenho coisas pra fazer ou sentimentos! 

- Hum que legal...... Tô nem aí!   - Rosnou olhando pro outro lado.

- Mas é sério! Consigo equilibrar.. O amor!   - Este estremeceu pela palavra -  Como... Amo minha mãe, mas também amo minha amigas que deixei na minha antiga cidade! Ou.. Amo minha mãe mas também amo minha vó que tá na Bahia!  - Eu via ele começar a se irritar, rangendo seus dentes -  Ou..  - Mas ele me interrompeu em uma explosão de raiva.

- Você comeu uma manivela?! Ou um papagaio?! Cala.. A boca!   - Rosnou me olhando. E era isso que eu queria.

- Então posso amar minha mãe?    - O olhei -  Seria traição para você?

- Tsc.. Não... É diferente! Gosta dela há anos!   - Rosnou.

- E.... Posso gostar de um gato de rua qualquer?   - Ao ouvir isso, outro sorriso sombrio brotou em seus lábios negros.

- Te aconselho a não trazê-lo para casa. O último não teve histórias pra contar... Após me conhecer.   - Riu alto.

Um medo percorreu em meu corpo. Ele faria mal à uma pessoa... Ou seja, com certeza faria mal à um animal indefeso.

- Essa não era a ideia dessa conversa.. Tsc... Esquece. Pelo visto estou..

- Presa aqui comigo? Não estamos em meu mundo. Mas mesmo assim vale a intenção da palavra.   - Sorriu ladino entre uma risada rouca.

- ... Tem razão.   - Sussurro, não tenho como negar.










𝐴𝑞𝑢𝑒𝑙𝑎 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑆𝑒𝑚 𝐶𝑜𝑟  {𝐽𝑎𝑐𝑘 𝑅𝑖𝑠𝑜𝑛ℎ𝑜}  Onde histórias criam vida. Descubra agora