Capítulo 31

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LAUREN

O terror que nunca senti antes me prende quando olho para a pálida e flácida forma de Camila em meus braços. Ela sangra, seu lado foi atingido pelo fogo cuspido da arma do gordo. Ao lado dela, sua irmã chora, empurrando as mãos contra o ferimento de Camila. Ela continua repetindo a mesma palavra repetidas vezes.

— Mé-di-co.

— Mé-di-co. — Ela chora. Balbucia algumas palavras mais incompreensíveis, então aquela palavra novamente. — Mé-di-co.

O que isso significa? Tento afastar as mãos da ferida da minha companheira e, para minha surpresa, a fêmea fraca e pálida bate nas minhas mãos. Ela repete sua palavra, junto com uma série de outras sílabas sem sentido, e eu gostaria de ter tido tempo para aprender a linguagem humana como Camila continuou tentando me ensinar.

Repito a palavra de volta para Sofia.

— Mé-di-co?

— Sim! — ela grita, praticamente pulando de emoção. — Sim!

Eu conheço a palavra sim.

— Mé-di-co?

— Sim! Médico! — Ela aponta para Camila e pressiona a ferida novamente. — Médico para Camila!

Eu não sei o que é este médico, mas a julgar pela ansiedade da irmã e o jeito que ela continua apontando para a ferida, pode ser algo para ajudar minha companheira. Eu seguro Camila perto, sentindo sua pele fria contra a minha. Eu faria qualquer coisa pela minha companheira. Qualquer coisa.

Então fico em pé, reunindo-a em meus braços. Seu peso é leve, seu corpo flácido e me faz sentir frio por dentro vê-la assim. Eu olho para ela, o coração doendo, e depois olho para sua irmã frenética novamente.

— Mé-di-co?

Sofia acena ansiosamente e aponta para o lado do prédio, praticamente correndo. Ela está tentando me mostrar alguma coisa. Eu carrego minha companheira, cuidadosamente embalado contra o meu peito, e sigo a irmã.

— Médico. — Sofia chora, apontando para o lado. — Médico!

Eu olho para baixo e percebo que Sofia continua apontando para uma pequena toca humana com um símbolo escrito na porta. Seja o que for que Sofia queira, está lá, e ela acredita que ajudará Camila.

Eu vou pegar então.

Colocando delicadamente minha companheira de volta no telhado, eu toco minha sobrancelha na dela e esfrego minha boca contra a dela, do jeito que ela me mostrou.

Então eu fico de pé e volto para a forma de batalha.

Pego Sofia em uma garra e minha Camila gentilmente na outra, e voo, mergulhando na cidade para encontrar esse local.

CAMILA

Meu lado todo parece ter sido incendiado.

Eu gemo, empurrando a névoa do sono e tentando emergir. É difícil. Tudo, e eu desejo dizer tudo dói pra porra. Sinto como se tivesse sido pisoteada. Por elefantes. Carregando lutadores. Lutadores com excesso de peso. Minha cabeça está confusa, e há um gosto horrível na minha boca, além da dor do meu lado. No geral, tudo isso está me dizendo que talvez ainda não seja hora de acordar.

— Eu exijo que você volte, minha Camila. — A voz imperiosa de Lauren toca na minha cabeça. — Você não tem permissão para se machucar.

Isso me faz bufar baixinho, mesmo que eu não consiga abrir meus olhos.

— Diz você, dragãozinho grande — murmuro. — Eu posso machucar-me se eu quiser. — Quero dizer, eu não quero, mas não é como se Lauren exigisse que pudesse pará-la.

In The Eyes Of The Dragon - Lauren G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora