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Lutessa Lena Kieran Luthor |Point of view

Às oito horas estacionei em frente a casa de fazenda magnífica que a Kara construiu, ela estava na varanda vestida com uma calça de montaria preta, botas até o joelho, camisa xadrez e um chapéu preto na cabeça.

- Bom dia. – Kara me cumprimentou. – Dormiu bem?

- Bom dia, dormi sim e você?

- Mal consegui dormir, mas isso não vem ao caso. – ela disse sem jeito. – Quer conhecer sua casa?

- Minha? Você não mora aqui?

- Não, eu moro numa casa menor depois do estábulo. – ela respondeu.

Assenti e ela me levou para um tour na casa, era linda de muito bom gosto, grande, arejada, funcional e equipada.

- Quem decorou?

- Eu. – ela disse. – Passei uma hora no seu quarto na casa da sua mãe, absorvendo cada gosto seu.

- Kara, você fez um excelente trabalho. – falei impressionada. – É como se eu tivesse decorado e escolhido cada detalhe.

- Fico contente que gostou. – ela disse.

Terminamos de ver a casa e fomos para o estábulo, era de luxo e cada baia equipada e confortável para os animais, ela só tinha três cavalos e eu estranhei.

- Por que só três?

- Porque estou esperando o leilão melhorar. – Kara explicou. – Não vou comprar cavalos maltratados que não valem o que estão pedindo.

- Fiquei sabendo pela minha mãe que diversos haras foram denunciados por maus tratos.

- Não sei de nada. – ela disse. – Comprei a Perséfone pra você.

Ela me mostrou uma égua puro sangue preta, seu pelo brilhava e eu toquei com receio.

 - Ela é magnífica. – falei. – É tão dócil.

- Sim, ela é gentil. – Kara falou.

Ela selou a égua e depois um garanhão cinza, montamos e saímos do estábulo, Kara nos levou aos campos de trigo e milho, me explicando cada detalhe, ela mostrou o celeiro e o galpão com o maquinário desenvolvido por ela pra ensacar os grãos e as encaixotar as frutas, tudo isso sem a necessidade de mão de obra humana.

Fomos para o pomar e eu fiquei encantada, parecia que o clima estava mais ameno e eu estranhei.

- Kara, por que parece que aqui o clima é mais ameno?

- Porque eu criei uma estufa super tecnológica. – ela falou. – É  invisível a olho nu, é como um campo de força que filtra os raios solares.

- Então só passa o que as plantas realmente precisam. 

- Exatamente, ele também impede que pragas e pestilências cheguem até a colheita. – Kara falou. – Assim dispensando o uso de agrotóxicos.

Ela pegou uma maçã e jogou pra mim, o cheiro, a textura, era tão diferente e tão macia.

Mordi e toda a suculência da fruta me fez fechar os olhos em apreciação.

- Kara isso é fantástico.

Ela corou e eu sorri.

Fomos para a destilaria e amarramos os cavalos na sombra.

- Vem comigo. – ela falou. – Tenho algo pra você.

- Pra mim?

- Sim, Kelex conseguiu passar um barril por um portal no espaço tempo. – Kara falou. – E com uso da tecnologia e digamos um pouco de “trapaça”.

The Rao's Chosen - SUPERCORPOnde histórias criam vida. Descubra agora