𝔽𝕀𝕍𝔼

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A albina andava em meio a todas aquelas pessoas na rua, se misturando de forma sorrateira.

Era madrugada em Shibuya, mas mesmo assim, o tráfego continuava tão movimentado como sempre.

Porém, mesmo com todas aquelas pessoas, ninguém sequer havia notado a presença dela ali, era quase como se ela fosse algum tipo de fantasma.

Bem, não que isso fosse algo que a incomodasse de qualquer forma, na verdade, isso era justamente o que ela queria, passar despercebida.

Uma coisa que pensara, foi que ela mesma havia acabado de matar alguém, mas ninguém alí sequer imaginava isso, que estavam andando com uma assassina como ela.

O pensamento quase a fez rir.

Oh, não a entenda errado, ela sim gosta de matar, mas aquele embuste apenas morreu pois mexeu com algo que não deveria.

Ele a assediou, então ela o matou, simples assim, você poderia imaginar que ela estava apenas o ensinando uma lição.

Bom, ele provavelmente aprendeu a sua lição agora, no inferno.

Mesmo que o assassinato que cometera dessa vez tenha uma justificativa plausível, normalmente não era assim.

Na grande maioria das vezes, apenas matava por diversão ou para descontar a raiva.

Mas não é como se se importasse com isso de alguma forma, era como seu pai dizia, os seres humanos só trazem o mal por onde passam.

Não era a toa que eram os próprios seres humanos que por si próprios criavam as maldições que os atormentava dia a dia.

Então preferia ver dessa forma, estava sim matando pessoas, mas ao mesmo tempo, estava evitando que novas maldições surgissem, certo?

Ah, não que ela precisasse justificar suas ações para que se sentisse mais confortável com as atrocidades que constantemente cometia, hoje em dia nem se importava mais de fazer tais atos perturbadores.

Seu olhar era afiado como uma lâmina e seu rosto continha uma expressão impassível, olhava diretamente para frente.

Ela ouviu um grupo de pessoas passando perto de sí, eles eram bastante escandalosos, era bastante incômodo.

Pelo que pôde identificar pelas vozes, se tratavam de duas pessoas.

A de olhos carmesins sentiu seu telefone vibrar no bolso de seu moletom e imediatamente soube que se tratava de seu pai, visto que era o único que tinha seu número.

Assim que ela estava prestes a pegar o telefone para o atender, ela sentiu algo.

Era como uma palpitação em seu coração, uma sensação que se perpetuou por todo o seu corpo, era estranho.

Era... Familiar.

Era como se sentisse alguém com uma energia muito similar a sua própria.

Assim que ela olhou para a direita, da onde a energia veio, ela notou alguém olhando de volta para ela, com uma expressão tão surpresa quanto a sua própria.

Neste exato instante, seus olhos, até então, carmesim, se tornaram azuis vibrantes, como duas safiras.

O único pensamento que ela teve nesse momento foi...

- " Ele... É tão parecido comigo.. Até os olhos azuis incomuns.. "

Ambos estagnaram no lugar, se encarando como se estivessem em sua própria bolha, porém, em algum momento, o albino abriu a boca, prestes a falar algo.

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