Capítulo 10

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CAMILA

Três meses depois

Fecho o consultório, estalou o pescoço, estou realmente cansada, porém feliz em estar de volta em uma rotina, uma parte de mim falta e tento compensar com as outras e isso é exaustivo.

Pego meu celular, confiro as mil mensagens, procuro como sempre pela mensagem dele e não encontro, sim a mais de dois meses que Manassés apenas enviou uma carta agradecendo por eu amá-lo tanto e se despedindo, não entendi nada, chorei, sofri e como se tivesse um enorme buraco em meu coração eu tento seguir a vida.

—- Oi —Esther diz sorrindo assim que entra no elevador, sorrio de volta —- Dia cheio?

—- Do jeitinho que gosto muitos pacientes — Respondo sorrindo, tem sido bom ter minha prima trabalhando no mesmo prédio que eu — E você ganhando muitos milhões?

—- Alguns — Ela ri —- Ainda estou no impasse com a empresa daquele grego irritante — Suspira — Papai e os meninos insistem que devo desistir...

—- E dar o gostinho para o grego? —- Faço uma careta e nego —- Logo você Esterzinha? Acho que não, né —- Ela gargalha.

—- Ve? É isso que eu disse para eles, nem mesmo a Olivia acreditou que eles deram essa opção — Vou responder e ela ergue o dedo em hastes — Isso não é uma opção, e nunca vai ser.

—- Estou com você nessa — Damos nosso soquinho de cumplicidade, saímos para o estacionamento e ela faz uma careta encarando minha moto e rio —- Nos vemos na mansão? —Ela concorda. —Vou passar em casa e encontro vocês lá.

Acelero minha moto pelas ruas do Havaí, penso em como Manassés pode estar e meus olhos marejam, expulso as lágrimas, o pensamento e a dor que vem com ela. Ele quebrou a promessa que me fez, mas eu não farei o mesmo.

Deixo a moto na frente do condomínio já que só estou de passagem.

—- Boa noite senhorita Camila — José o porteiro me comprimenta

—- Boa noite, tem correspondência Senhor José? — Pergunto

—- Não tem não senhorita, apenas uma encomenda —- Me entrega uma caixinha

—- Obrigada — Subo com a caixinha na mão, suspiro encaro a porta do apartamento intocável desde sua partida

Entro em casa, tomo meu banho me arrumo e penso em fazer o que estou pensando a dias, mas desisto, ele pode voltar e eu posso entregar isso a ele pessoalmente.

Durante anos eu acreditei que só poderia ficar bem em relação aos meus transtornos se ele estivesse comigo, esses últimos meses tenho provado a mim mesmo que só preciso de mim para me levantar e evitar cair de novo.

Rego minhas plantas.

—- Hoje estarei na mansão —- Converso com elas —- Sei que o clima lá não está fácil, e vou novamente ter que trancar minha dor porque meus tios e primas precisam muito mais de mim. Só espero mesmo que ele esteja bem.

Na mansão é como eu esperava, como tem sido esses últimos meses, tia Gabby se definhando pela falta do filho, tio Fred alternando entre dor e ódio, a família toda em busca de algo sobre o paradeiro do Manassés, Violet que é sempre só riso e sorriso em uma inércia profunda, tia Eva envelheceu vinte anos em dois meses, ninguém dorme ou come direito nessa casa.

—- Mãe — Comprimento minha mãe e ela me encara, suspira e me abraça — Como estão todos?

—- Do mesmo jeito filha, do mesmo jeito, Lívia ainda está tentando contato com o aquele amigo dela de anos atrás, e ainda não teve resposta.

Reflexo do Amor - Livro 2 - Série Herdeiros GrigorievaOnde histórias criam vida. Descubra agora