Vinho, aceita?

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Pov Sam

Cheguei em casa para o jantar com minha avó e Kirk, que já se encontrava na sala. Nessas últimas semanas mal tenho vindo aqui, optei por ficar em um hotel próximo a casa de Mon, por ter uma logística mais fácil e também ter paz.

- Oi Sam! - ele me cumprimentou de forma triste, segurando uma taça de vinho nas mãos - Quanto tempo!

- Ei Kirk, boa noite! Como você está?

- Tirando o fato de eu não encontrar a dias a minha esposa, não saber onde estava dormindo e estar tendo um diálogo com ela como se fossemos estranhos, estou bem! E você?

- Kirk, você sabe onde eu estava e com quem, por favor, não complique as coisas.

- Sabe Sam, ao longo dessas semanas em que fiquei sozinho aqui, eu refleti muito, não que eu quisesse pensar, mas era inevitável. Eu não quero brigar, não quero discutir, quero apenas que você tome seu banho, se prepare para recepcionar sua avó e quando der conversamos. - ele dizia em tom calmo e melancólico.

Resolvi escutar o que ele disse e me dirigi para tomar um banho digno como a semanas não tomo, afinal o chuveiro do hotel era horrível.

Após estar pronta, retorno a sala para aguardar a chegada de minha avó. Kirk se encontra sentado no mesmo local, em uma poltrona individual virada para o jardim, segurando seu vinho.

- Ela vai infartar, Sam! Está preparada para isso?

- Não entendi!

- Não precisa fingir que não entendeu para que eu não fique incomodado, eu não sou burro, sei o que esse jantar significa. Como eu disse, ao longo desses dias refleti muito, mas confesso que achei que você demoraria mais para tomar tal atitude.

- Kirk, não quero conversar agora, prefiro esperar que minha avó chegue.

- Como preferir! Só quero deixar claro que não impedirei nada e nem ninguém, faça o que quiser, pois eu cansei! Cansei de ser seu step, cansei dessa situação, dessa relação. Porém deve saber que não lhe ajudarei com sua avó, você está sozinha a partir do momento que abrir a boca! Eu não quero saber, não quero lhe ver chorar como chorava na época que nos casamos e muito menos quero escutar nada. Eu te amo, mas não irei me humilhar mais - Nesse momento escuto a garagem se abrir, ou seja, vovó chegou - Boa sorte, Sam, pois irá precisar!

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- Ei, Vovó! Como a senhora está? - a abordei de forma simpática, queria passar tranquilidade.

- Estou bem, Sam! Não tão bem quanto eu estaria com um bisneto em meu colo e longe desse jantar estranho que você marcou, após dias desaparecida. Kirk, você tem que impor limites a sua esposa, colocar ela nos trilhos, tá muito solta!

- Vovó, ninguém controla sua neta! - Kirk se manifestou após beber um gole de vinho.

- Não controla pois você é um frouxo! Isso sim! Além de frouxo fica fazendo papel de trouxa, nem parece homem!!

- Vovó! PARA COM ISSO!! - me manifestei - Kirk não merece escutar suas ofensas e o motivo aqui é para que jantemos em paz, pode ser? Ou tá difícil?

- Eu não vou jantar coisa nenhuma, ou você acha que eu não sei o porque desse jantar?! Você esqueceu que eu sei todos os seus passos Sam?! Esqueceu que eu estou sempre a um passo na sua frente? Você acha que eu não sabia que você estava com aquelazinha?!

- Tenha respeito vovó!

- Respeito você tinha que ter por mim e por seu projeto de marido! Depois de tudo que fizemos por você, basta essa magricela aparecer e você se rasteja?! Eu não vim para jantar e muito escutar qualquer merda que venha de sua boca. Vim aqui para acabar de vez com isso! Se afaste imediatamente dessa menina, engravide o quanto antes e obedeça seu marido ou você sabe!

- Isso é uma ameaça?! - não aguentei, estava nervosa e respondi na lata.

- Chame do que quiser, Sam, eu não me importo! Só tenha ciência de que estou falando essas coisas como nunca disse a ninguém antes. Sua rebeldia está indo longe demais! Já passou da hora de você me respeitar, respeitar seu marido e virar uma mulher descente! Espero que você seja inteligente o suficiente para não querer pagar para ver. Boa noite! - saiu sem que deixasse eu falar nada.

- Boa sorte, Sam! - Kirk também se retira.

Eu sabia que não seria fácil, mas puta merda, o que que foi isso? E essa ameaça? O que ela quis dizer com "você sabe"? Meu Deus, me dê forças, não posso desistir!

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Pov Mon

A noite já estava presente quando desviei minha atenção do celular e voltei para o mundo real. Resolvi levantar para tomar um banho e preparar uma janta gostosa, após ter ficado horas deitada na cama vendo tiktok. Se engana você ai do outro lado que acha que eu não saiba cozinhar, pois tive que aprender morando sozinha. Enquanto me banhava fiquei pensando em qual receita fazer e decidi por um poke, afinal tinha todos os ingredientes em casa e sei que todo mundo gosta, Sam principalmente. Desde que tudo aconteceu ela tem estado ao meu lado, todos os dias, como havia dito, assim como nossos demais amigos. Por estarem sempre aqui acabam que jantam conosco, o que muito me alegra, afinal adoro mesa cheia, risada e conversa.

Mas enfim, comecei a preparar o poke fazendo o arroz na panelinha de arroz, que facilita a vida. Enquanto picava o salmão, cebolinhas verdes, abacates e demais ingredientes, minha mãe entrou pela cozinha.

- Uai, Mon, onde está Sam? - perguntou de forma sincera. Ela e Sam ficaram muito amigas nesse meio tempo e adoravam fazer complô contra mim quando não queria comer. - Normalmente nesse horário ela já estaria aqui a tempos!

- Não sei, Mãe! Daqui a pouco ela deve aparecer! Deve ter se enrolado com a empresa.

- Hm, é, pode ser! Mas que é estranho é!! Enfim, o que a senhorita ta aprontando? Nunca te vi cozinhar!

- Aaaah, resolvi fazer a noite do Poke. Estou picando tudo, fazendo o arroz e depois cada um monta o seu.

- Não é a Sam que ama Poke?! Ela vai amar!

- Sim, ela gosta, eu acho! Mas eu também gosto, por isso to fazendo.

- Seiiii!! Se você não diz que gosta eu iria achar que está fazendo para agradar a Sam, mesmo que inconscientemente! - ela diz e dá uma risadinha sínica.

- Não viaja, mãe! Tudo agora você vai ficar falando da Sam?! - repreendi de forma firme. - Já já chamo vocês para jantar.

Enquanto cortava os alimentos olhei para o relógio, realmente em outros dias Sam já estaria aqui. Resolvi conferir o celular, da qual não tinha nenhuma notificação no app de texto.

Servi a mesa, chamei meus pais e jantamos, ao contrário dos demais dias em um completo silêncio, já que não apareceu ninguém.

- Mon, cadê Sam? É estranho jantar sem ela! - meu pai rompeu o silêncio. - todo dia no jantar ela fica falando e falando, fala tanto que nem parece aquela mulher séria - apenas o olhei de forma furiosa, agora deu de todo mundo ficar falando Sam, Sam, Sam, aff.

Mas realmente, estava estranho, apesar de que eu não tenho que me preocupar, mas estava estranho. Após o jantar fui para meu quarto dormir, mas antes conferi mais uma vez o celular, que estava igual.

Será que aconteceu algo? Devo me preocupar? Ah, não vou me preocupar, talvez ela só decidiu voltar para a vida dela...

Será?!?

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora