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No dia seguinte, Kelvin acordou com um misto de nervosismo e determinação. Era o primeiro dia de seu novo trabalho como assistente pessoal de Ramiro, na imponente mansão que se erguia no final de uma rua pacata.

Enquanto se preparava para o dia, o coração do rapaz estava pesado, sabendo que deixaria seu pai preocupado e triste com sua partida. Descendo as escadas, encontrou seu pai na cozinha, preparando o café da manhã com uma expressão sombria e preocupada.

"Kelvin, meu filho", começou Antonio, sua voz embargada pela tristeza. "Eu não gosto da ideia de você trabalhando para Ramiro. Eu sei que não tivemos escolha, mas..."

Kelvin colocou a mão no ombro de seu pai, tentando transmitir conforto e determinação.

"Eu sei, pai", respondeu ele com gentileza. "Eu também não gosto da ideia, mas é algo que precisamos fazer. Eu prometo que vou cuidar de mim e voltar para casa assim que puder."

Antonio olhou para seu filho com orgulho e preocupação, sua mente cheia de temores e incertezas sobre o futuro. Mas, ao mesmo tempo, ele sabia que o seu pequeno era corajoso e determinado, e que faria o que fosse preciso para ajudar sua família.

"Eu confio em você, Kelvin", disse Antonio, sua voz cheia de emoção. "Mas por favor, seja cuidadoso e mantenha-se seguro."

Com um aceno de cabeça silencioso, abraçou seu pai antes de se dirigir para a porta, deixando para trás a segurança de sua casa e enfrentando o desconhecido que o aguardava na mansão.

Enquanto caminhava em direção ao seu destino, Kelvin pensava sobre os mistérios e rumores que cercavam a mansão. Haviam histórias que ecoavam pelos corredores do vilarejo, contos sombrios sobre os segredos ocultos da família Neves.

Alguns diziam que a mansão era assombrada pela morte dos antigos donos da mansão. Outros afirmavam que havia uma maldição sobre a propriedade, lançada por uma bruxa séculos atrás, condenando todos os que ousavam entravam em seus portões.

À medida que Kelvin se aproximava da casa, podia sentir o peso dessas histórias pairando sobre ele, enchendo-o de uma sensação de inquietação e curiosidade. Ele se perguntava o que poderia ser verdade e o que era apenas fruto da imaginação fértil das pessoas do vilarejo.

Enquanto a estrutura se erguia majestosamente à sua frente, Kelvin sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Mas, apesar de seus medos e incertezas, ele sabia que não podia recuar. Ele tinha um trabalho a fazer, uma promessa a cumprir, e estava determinado a enfrentar Ramiro de cabeça erguida.

Com passos decididos, Kelvin adentrou os portões de ferro da mansão, e tocou a campainha dourada, emitindo um ruído escandaloso. Ele ouviu o som de passos rápidos se aproximando. Antes que pudesse reagir, a porta se abriu abruptamente e uma criança pequena apareceu diante dele.

"Oi! Eu sou o Daniel", disse o menino, com um sorriso animado no rosto. "Você deve ser o Kelvin, certo? Ramiro já falou de você."

Kelvin assentiu, surpreso pelo fato de Ramiro já ter mencionado seu nome para o garoto. Antes que pudesse sequer pensar em responder, uma mulher veio correndo de dentro da casa e gritando.

"Dani! O que você está fazendo na porta sozinho?", gritou a mulher, sua voz carregada de preocupação.

O menor se virou para a mulher, sua expressão mudando para uma mistura de travessura e inocência.

"Mamãe, esse é o Kelvin", disse ele, apontando para o jovem à sua frente. "Ele veio trabalhar para o Ramiro."

A mulher se aproximou, seu rosto se suavizando ao ver Kelvin.

The Rose (Kelmiro au)Onde histórias criam vida. Descubra agora