Gatinho Laranja

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Minha cabeça não pára de trabalhar, criando fic de fanfic!

Achei fofo criar oneshots com momentos do Diego de Feridas de Combate ainda bebê (leiam pra entender)

Lá em Feridas, nem sempre dá pra explorar os flashbacks à fundo, então aqui, teremos um espaço maior pra isso!

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A campainha do pequeno apartamento 407 tocava insistentemente na cidade natal dos Neves, Três Corações, em Minas Gerais onde o jovem Ramiro, de 22 anos trabalhava como terceiro sargento e professor de história na Escola de Sargentos das Armas

Ele estava exausto, após horas andando de um lado para o outro e sacudindo em seus braços sem experiência uma coisinha

- Ainda bem que você chegou! - Puxou para dentro do apartamento, uma morena cacheada e baixinha

Roberta, sua irmã gêmea. Alguém que sempre brigava desde pequeno, mas atualmente, era sua única família, e provava isso tendo vindo correndo de São Paulo assim que Ramiro ligou desesperado

Faltavam minutos para ela embarcar para o México, onde faria um intercâmbio com o mestrado em História dos Povos das Américas

Mas como poderia pensar em sua carreira, se seu irmão, parte de si, sangue do seu sangue, pedia sua ajuda num telefonema tão desesperado?

- O que aconteceu? Você não me falou o que houve! - Teria ele descoberto uma doença grave? Seus pais morreram de câncer...

Antes que Ramiro pudesse responder, um chorinho rompeu o silêncio, além das respirações aceleradas dos irmãos

- Ramiro... - Roberta sussurrou, se guiando pelo barulhinho manhoso de recém nascido, encontrando um bebezinho branco como papel e com finos fiozinhos de cabelo laranja pela cabeça

Embrulhado num cobertor, deitado na cama de Ramiro, o bebê se mexia acordado

- A Aline - Ramiro veio atrás da irmã, pegando o bebê em seus braços e voltando a balançar - Apareceu ontem a noite com ele e disse...

Ramiro olhou desesperado nos olhos da irmã

- Disse que era meu filho! - E apesar do maior susto que sentia, desde que olhou nos olhinhos redondos e claros do bebê, seu coração se aqueceu com um calor que nunca mais esfriaria

Amor de pai

- A Aline...? - Roberta não lembrava quem era, pois...

Início do Flashback

- Ramiro, onde tu meteu a gente?! - Roberta segurava a mão do irmão, sendo puxada pela mão, num mar de gente numa balada cara da cidade

Os dois tinham recém perdido os pais, estavam de luto, não sabiam como seguiriam e ainda não tinham a herança do pai militar para dividir. Talvez demoraria...

Ramiro estava exausto do trabalho como recém professor, mal se formou e já seguiu carreira, mas junto com alguns amigos da ESA, conseguiu ingressos para aquela festa de gente... Rica

Levou a irmã junto, já que um dos seus amigos militares, Nathan, sempre demonstrava querer conhecer Roberta, e bem, por que não?

Convencendo a irmã a se divertir, Ramiro a apresentou para o amigo e se afastou para dar privacidade a eles

Era um irmão ciumento, mas Nathan tinha cara de que poderia confiar. Era militar, seu amigo, colega de trabalho...

Não machucaria sua irmã gêmea.

Mas então, bebendo e dançando no meio de pessoas de uma classe diferente da que os Neves eram, mesmo que enriquecessem depois, ele conheceu uma ruiva...

Coisa de uma noite.

Se juntaram num grupo e riram, só trocaram os nomes, e Ramiro só lembrava de acordar no dia seguinte com ela nua agarrada em si

Óbvio que foi gostoso, ele só não... Não tinha a mínima vontade de se relacionar com ninguém.

Então, nunca mais a procurou.

Quem o procurou foi ela, nove meses depois, com um bebê enrolado num cobertor

"É seu filho, não posso ficar com ele" - E sem dar respostas, sumiu.

Fim do Flashback

Ramiro ligou para a única pessoa que lhe estenderia a mão

E mais que isso, estendeu os braços e acolheu o bebê em seu colo, retirando do irmão que balançava desengonçado, e passando a ninar delicada, olhando fixamente para os olhinhos de mel

A mãozinha do bebê agarrou o dedo mindinho de Roberta, e ela se apaixonou perdidamente pelo sobrinho

- Ele gosta de você - Parou de chorar no momento em que foi para o colo dela

- Qual o nome dele? - A morena perguntou, já vendo o bebê quase fechar os olhos no colo quentinho

- Não tem. Ela só me deixou ele aqui, ela abandonou ele comigo e eu não sei o que fazer! - Ramiro amou o menino, mas não sabia se daria conta de criar ele...

- Sabe sim! Você vai criar ele, a gente vai! - Roberta deixou o bebê na cama, abrindo a única bolsa que a ruiva havia deixado com Ramiro, contendo uma mamadeira, poucas roupinhas e nada mais

- Como eu vou dar conta? Roberta, eu não faço ideia de como vou cuidar de um bebê sozinho! Tenho meu trabalho, eu não quero fazer, meu coração dói só de pensar, mas seria melhor entregar ele pra... - Roberta o olhou com os olhos arregalados e a voz cortante

- Você não é louco, Ramiro! Você vai ficar com ele, vai trabalhar, e eu vou te ajudar! - Já fazia uma lista mental do que o sobrinho precisava para comprar

- Mas e o seu mestrado? - Ele não tinha direito de pedir para a irmã sacrificar sua carreira

- Meu mestrado vai ser esse gatinho laranja! O que acha de Diego? - Ramiro viu o neném sorrir

Claro que era só um reflexo de moro. Mas eles não tinham conhecimento disso...

Nada sobre criar bebês.

E de repente, se tornaram pais.

- Eu acho que ele gostou do nome - Sussurrou, para não acordar o menino - E ele vai amar a madrinha dele!

Beijou o topo da cabeça da irmã, ganhando um carinho breve, pois em minutos a morena o arrastou para lojas infantis, gastando toda sua reserva para o mestrado comprando roupinhas, fraldas, brinquedos, fórmula, e um bercinho para anexar ao lado de sua cama no quarto que tinha no apartamento da família

Jamais deixaria Ramiro sozinho com um filho.

Diego também era seu, desde que chegou em seu colo

"Você nunca vai estar sozinho, gatinho laranja" - Deu um beijinho na testa do neném, dormindo sereno por um curto tempo naquela noite

A primeira noite de muitas que acordariam 8172837373 vezes de madrugada para dar mamadeira, trocar fraldas e ninar o novo Neves

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Quero saber do que acharam!

Continuo?

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