Capítulo 2 - Apaixonado?

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— ... E eu, apesar de não ter reclamado, fiquei muito chateada por Pierro não ter me dado razão. Você não concorda que eu estava certa, doutor? – Columbina pergunta, bebericando seu chá.

Dottore não parecia muito interessado: — Ah sim, com certeza...

Columbina fez uma careta, suspirando logo em seguida: — Bem, você não parece muito entusiasmado... Vamos mudar de assunto então. Hmm.. Vejamos... – Ela tocou seus lábios com os dedos, pensativa. – Já sei! Você teve oportunidade de conhecer o Nono Arauto, não teve? O que achou dele? – Perguntou a garota com um sorrisinho divertido.

Ele deu de ombros: — Bem, o que eu poderia dizer? Ele é... Misterioso, eu diria. Mas apesar disso, parece bastante inteligente.

— Aposto que, assim como a maioria dos outros Harbingers, você deve ter ficado bastante intrigado com o fato dele não ter uma visão! – Ela soltou uma risadinha.

— ... Ele não tem uma? – Ele pareceu confuso, inclinando a cabeça para o lado.

— Oh? Me surpreende logo você não ter notado. No que estava prestando atenção quando o viu? – Columbina também inclinou a cabeça.

Dottore ficou incrédulo com sua própria estupidez. Como ele poderia não ter percebido um detalhe tão fundamental? Droga, ele realmente se distraiu com o cheiro do Regrator.

— Eu apenas estava com a cabeça cheia no dia... – Ele respondeu, sem dar muitas explicações.

— Entendo. – Columbina bebericou seu chá novamente, pensando um pouco.

No pequeno momento de silêncio, Dottore não pode deixar de comparar o cheiro de Columbina com o de Pantalone, chegando a conclusão de que estava certo, são parecidos, embora o de Pantalone seja minimamente mais doce. Bom, ao menos no ponto de vista do doutor, era assim.

Dottore bebeu um gole de chá, a contra gosto, apenas para disfarçar sua atitude.

— De qualquer forma. Você concorda que ele é excepcionalmente bonito, não é? – A garota sorri, fazendo questão de observar Dottore atentamente.

— Sim. Confesso que sua aparência é inegavelmente bela e elegante. Bastante atraente, eu diria. – Ele confessa, desviando seu olhar, embora esteja coberto pela máscara.

— De fato. Quando o vi, tive certeza de que você pensaria isso! – Columbina ri em tom de diversão.

— E desde quando você conhece minhas preferências, Damselette? – O doutor questiona.

Columbina dá de ombros: — Não sei, foi apenas um chute muito bem dado. – Ela bebeu chá novamente. – Mas é impressionante que, pela primeira vez, você tenha admitido achar alguém atraente. Você geralmente apenas diz coisas como "Interessante" e, no máximo, "Bonito" quando lhe pergunto sobre a aparência de alguém. Será que este Arauto em específico acaba de roubar o coração do infame doutor? – A garota diz e então sua risada ecoa pelas paredes da biblioteca, onde os dois estavam, em um som doce e agradável, se não fosse pela provocação, que causou uma leve agitação no doutor.

— Não diga bobagens. Eu não sou homem de me apaixonar. Apenas admito que ele tem uma beleza certamente única. – Ele diz calmamente, embora começasse a se sentir encurralado.

— Tudo bem, como quiser, Dottore. Mas tenho certeza de que, dentro de alguns anos, esse banqueiro será a sua perdição. – Columbina disse por fim, cantarolando suavemente enquanto bebia o último gole de seu chá.

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Bom, Columbina não estava exatamente errada, embora tenha levado muito menos tempo do que ela imaginava que poderia levar.

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