Um doce suspiro de alívio saiu dos lábios do ômega assim que acordou.
Era bom finalmente despertar sem aquela dor detestável dentro de si, ou então aquele calor torturante que o aflingia.
Pantalone levantou-se lentamente, suas costas estalaram suavemente.
Ele passou uma semana em posições desagradáveis, tudo para aplacar seu ciclo. Já havia se esquecido de como odiava tudo isso. Era impressionante como um ômega poderia sofrer tanto por simplesmente não ter um parceiro para ajudá-lo.
Pantalone aguentou isso sozinho por tantos anos, mas agora parece cada vez mais difícil. Talvez seja seu subconsciente querendo sabotá-lo para que caísse direto nos braços de um certo doutor.
Mas o banqueiro se recusa a parecer tão fácil assim, principalmente agora que ouviu que Dottore está apaixonado. Pantalone duvida muito que seja por ele.
Ele passou o pente uma última vez pelos cabelos, apenas para ter certeza de que não havia mais nenhum nó em seu cabelo. O Regrator se sentia vaidoso. Bem, depois de ter passado uma semana inteira todo desgrenhado, é justo que queira se sentir impecável agora.
Fez uma maquiagem leve, quase imperceptível. Perfumes não eram necessários, seus feromônios já faziam um trabalho perfeito, mesmo que deixassem suas emoções transparecer. Sua roupa era justa, mas bastante quente também, ele mora em Snezhnaya afinal, embora ainda não tenha se acostumado totalmente ao clima. Suas mãos cobertas por luvas, como de costume, para não correr o risco de congelar.
Por fim, algumas jóias preciosas. Claro, ele era o Nono Arauto, o mais rico entre todos os Harbingers, precisava estar sempre demonstrando essa riqueza em tudo que fazia. Não há nada feito por ele que não seja extravagante.
Ele se olha no espelho uma última vez, dando uma pequena voltinha elegante, sentindo-se satisfeito com o que vê.
Saindo de seu quarto, ele decide que irá trabalhar no Palácio hoje. Estava mais frio do que o habitual, e ele havia acabado de passar pelo cio, seria loucura sair mesmo tendo a oportunidade de trabalhar no Palácio.
— Lorde Regrator! Fico feliz que o senhor esteja bem. – A secretaria dele, Lilya, diz sorrindo calmamente.
— Sim, eu também. Traga todo o trabalho acumulado na última semana. – Ele diz enquanto se senta em sua cadeira, mexendo nas gavetas para pegar o que era necessário para o dia.
A garota prontamente atendeu, trazendo duas enormes pilhas de documentos para a mesa do Nono, que apenas suspirou e começou a trabalhar neles.
— Lorde Dottore esteve aqui perguntando sobre você. – Lilya diz enquanto traz o café de Pantalone, o deixando em um canto da mesa para não atrapalhar. – Ele parecia bastante preocupado.
Pantalone ficou bastante surpreso. Ele estava precisando de mais dinheiro? Bem, ele não consegue ver outro motivo para Dottore vir pedir por ele.
Seu coração acelerou, a possibilidade de Dottore poder sentir algo por ele rondando a sua cabeça. Mas ele não quer se iludir com isso.
— Ele disse o que queria? – Ele não deixou transparecer nenhuma de suas emoções confusas.
— Não senhor.
— Muito bem. Me avise caso ele apareça novamente.
A garota concordou e logo se retirou do escritório, deixando Pantalone sozinho com seus pensamentos.
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Inclinado sobre uma estante na ponta dos pés tentando, sem sucesso, pegar um livro, é quando Pantalone sente que queria ser um pouco mais alto. Apesar de não ser tão baixo, era frustante não alcançar um simples livro. Seus dedos nem ao menos conseguem tocar a capa!
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Meu Ômega - Dottolone
RomantizmPantalone se torna o Nono Arauto dos Fatui, e, assim que o conhece, Dottore se sente automaticamente atraído por ele de uma forma inexplicável.