Duas horas.
Esse era o tempo exato que Dottore já estava no escritório de Jester. Ele não lembrava mais de como esses resumos das reuniões dos Arautos eram mais entediantes do que as próprias reuniões.
E o alfa mais velho fazia questão de contar tudo com uma riqueza de detalhes que Dottore achava desnecessário. Isso já estava o irritando, e bem, seus feromônios já deixavam isso bem claro.
— Está ouvindo o que estou dizendo, Il Dottore? – Pierro chamou sua atenção, percebendo que o médico estava a se irritar, mas não realmente se importando.
— Eu estou, embora isso não seja nada interessante. – Dottore responde, revirando os olhos por baixo da máscara. – Já posso voltar ao meu laboratório agora?
O Jester suspira: — Há apenas mais uma coisa. Foi nomeado um novo Nono Arauto.
Essa informação sim chamou a atenção de Dottore, e Pierro soube disso pela forma, quase, imperceptível que o doutor levantou um pouco mais a cabeça e soltando alguns feromônios de curiosidade.
— Um novo Nono Arauto..? – Dottore repetiu, como se pedisse a confirmação da informação.
Já fazia um bom tempo em que essa posição estava vazia. A posição de Nono Arauto era a responsável por cuidar de toda a economia, não só dos Fatui, como de toda a Snezhnaya, e também do Northland Bank, que estava situado também em outras nações de Teyvat.
Antes, como a posição estava vazia, era mais fácil para Dottore ameaçar quaisquer pessoas que trabalhassem naquele banco para que lhe fornecessem o dinheiro para seus experimentos, todos tinham medo dele afinal.
— Sim, um novo Nono Arauto. – Pierro confirmou.
— E como eu não fui avisado sobre isso? Tudo bem, eu faltei a última reunião, mas mesmo assim, eu estive presente em todas as outras e não lembro de ter ouvido nada sobre um Nono Arauto. – Dottore estava genuinamente confuso. Ele sabe que uma decisão assim não pode ser tomada de uma hora para outra, principalmente sem passar pelo ouvidos de, pelo menos, os três primeiros Arautos. A não ser que...
— Foi uma decisão da própria Tsaritsa. – Disse Pierro, confirmando a hipótese do Doutor. – Bem, agora você pode ir, já que estava com tanta pressa.
Dottore não diz mais nada, saindo da sala de Pierro rapidamente.
Seu cheiro ficou um pouco mais forte, exalando mais sua curiosidade, enquanto andava pelos corredores do Palácio, ele não conseguiria conter a curiosidade de conhecer o Nono Arauto.
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Pantalone suspirou, fechando seus olhos por alguns segundos enquanto largava a caneta na mesa.
Ele não entendia como pessoas tão importantes e, supostamente, inteligentes como os Arautos Fatui eram capazes de ultrapassar tanto o orçamento de seus financiamentos. Principalmente Il Dottore, que Pantalone pode perceber, através dos relatórios, ter um desrespeito certamente abominável pelas finanças dos Fatui.
Ele abriu os olhos, e conseguiu sentir feromônios de curiosidade de uma certa distância de sua sala, feromônios de um alfa, e parecia estar se aproximando mais.
Não demorou muito para Pantalone confirmar isso, sentindo o cheiro ainda mais perto até que, Dottore abriu a porta e entrou, sem nem ao menos bater.
Pantalone entrou em alerta, mas pôs seu sorriso comercial no rosto para disfarçar, embora seus feromônios não fossem de muita ajuda nisso.
— Nunca te ensinaram a bater? – Ele disse friamente.
Dottore pôde sentir os feromônios de um ômega em alerta imediatamente, isso o surpreendeu um pouco, não pelo Nono Arauto ser um ômega, mas sim por seu cheiro ser mais doce do que a maioria dos ômegas que Dottore conhece.
— Eu não costumo perder tempo com isso. – O doutor respondeu se aproximando mais da mesa de Pantalone e se sentando na cadeira a frente dela. – Então você é o novo Nono Mensageiro, não é?
Pantalone não parece ter apreciado muito os, abomináveis, modos do médico, Dottore pôde ver, ou melhor, cheirar isso nele.
— Sim. Me chame de Pantalone, ou Regrator, como preferir. – Ele diz, observando o médico. – Pela máscara e os seus, péssimos, modos de etiqueta, suponho que seja Il Dottore... Estou certo?
Dottore sorriu abertamente: — Está certíssimo, querido Regrator.
Pantalone ouviu falar muito de Dottore, não só antes de ser fatui, mas também falou com vários guardas, que o contaram como Dottore os ameaçava pelo dinheiro para seus experimentos. Bem, pelo visto os rumores de Teyvat não eram falsos, Dottore parecia realmente capaz de tudo pela ciência.
Mas isso não deixou Pantalone com medo, muito pelo contrário, ele estava disposto a provar ao médico que ele não se deixaria abater por suas ameaças. Enquanto ele for o Nono Mensageiro, Dottore não continuaria a torrar dinheiro como estava acostumado a fazer.
— Ouvi falar de você... Principalmente do seu desrespeito terrível pelas finanças dos Fatui. – Pantalone comentou, seu sorriso nunca deixando seu rosto.
— Oh... E quem foi que lhe disse tamanha injúria ao meu respeito? – Dottore questionou, apoiando o cotovelo na mesa e o queixo na palma da mão.
— Isso não importa.
— Bem.. Mas então você também deveria saber que, tudo o que gasto, é sempre por uma boa causa. – O médico diz de forma divertida, parecia agradável provocar um pouco o ômega a sua frente.
— Eu entendo perfeitamente, doutor. – Pantalone solta mais feromônios de irritação — Que Dottore adora — mas continua a responder de forma calma. –Mas seria ainda melhor se você fizesse isso de forma mais responsável, não acha?
— Eu sou responsável. – O doutor cruzou os braços, se sentindo ofendido.
Pantalone sorriu um pouco mais ao sentir um leve cheiro de irritação vindo do alfa: — Oh doutor, quem lhe contou tal mentira?
Dottore rangeu os dentes preparando-se para xingar Pantalone, mas foi impedido, impedido pelo doce cheiro de um ômega satisfeito. Como esse cheiro podia ser tão bom?
Dottore geralmente presta atenção nos feromônios das pessoas ao seu redor, e cada vez tem mais certeza que o de Pantalone é o mais doce entre todos os que já sentiu.
O cheiro que chega mais perto do de Pantalone é o de Columbina, mas ainda assim, é muito diferente, e um pouco mais adocicado... Ele tem cheiro de violetas, misturado com algo que Dottore não sabe identificar, mas sabe que é doce, bastante doce... E viciante...
Pantalone se sente um pouco desconfortável ao perceber que Dottore parece tão concentrado nele. Na verdade, ele sempre foi acostumado com esse tipo de coisa, já foi até assediado uma vez. Mas isso era diferente, ele se sentia nervoso, mas não com nojo.
— Bom, se já me falou o que você queria, poderia por favor se retirar? Tenho muito trabalho ainda, e acredito que você também. – O banqueiro estava o expulsando de forma mais educada possível.
Dottore entendeu o sinal. Ele limpou a garganta: — É claro. Foi um prazer conhecê-lo, Regrator. – Ele se levantou e caminhou até a porta, mas parou uma de repente, ele apenas queria sentir aquele cheiro uma última vez, guardá-lo em sua memória. Ele então finalmente sai, fechando a porta atrás de si e saindo praticamente correndo em direção ao laboratório.
Ele não entende porque está agindo assim. Ele nunca se sentiu tão interessado pelo cheiro de um ômega antes, o que havia de diferente agora? Ele acabou de conhecer Pantalone... Talvez esteja doente.. Ou talvez Pantalone só esteja próximo de seu cio...
E ele continua com esses pensamentos, se recusando a admitir que, talvez, possa estar se sentindo atraído por ele.
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Meu Ômega - Dottolone
Roman d'amourPantalone se torna o Nono Arauto dos Fatui, e, assim que o conhece, Dottore se sente automaticamente atraído por ele de uma forma inexplicável.