— Você fez o que!? – Columbina questionou surpresa, em alto e bom som, atraindo a atenção de todos os outros arautos.
Dottore deu uma cotovelada em seu braço, sussurrando irritado: — Fale baixo! Essa conversa é entre nós dois.
Columbina revirou os olhos, mas se aproximou para sussurrar: — Você realmente beijou o Regrator?
— Quantas vezes vou ter que dizer que sim? – Ele bufa, cruzando os braços.
— E como foi? – Ela perguntou com um sorrisinho, ignorando o humor do médico.
Dottore ficou calado por alguns segundos. Seus olhos se desviaram para Pantalone, observando-o por baixo da máscara. Sua mente se lembrando de cada momento do beijo que compartilharam, lembrando-se perfeitamente do gosto dos lábios de Pantalone e de seu cheiro mais forte do que nunca.
Sem nem mesmo perceber, o médico soltou um suspiro: — Foi perfeito...
Columbina não pôde deixar de rir: — Pela sua cara, presumo que tenha sido maravilhoso.
— Acho que nunca experimentei sensação melhor.
— Até eu estou com vontade de beijá-lo agora.. – Ela brinca, sentindo o olhar fulminante do doutor sob a máscara. – Calma, é brincadeira.
— É bom que seja mesmo. – Ele diz friamente, seu olhar voltando para Pantalone.
O ômega conversa calmamente com Pulcinella e Tartaglia. Aquele sorrisinho calmo que sempre enfeita seus lábios está lá, intacto.
De repente, Pantalone também está olhando para ele, como se estivesse sentindo seu olhar, e o doutor pode jurar que viu um pequeno rubor se formar em seu rosto. O banqueiro desvia o olhar, se concentrando na conversa, e Dottore descide fazer o mesmo, olhando novamente para Columbina e então mudando de assunto.
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Algumas semanas se passaram, e, infelizmente, Dottore e Pantalone não tiveram muitas oportunidades para se verem, e nas poucas em que se viram, sempre estavam ocupados.
Eles tiveram alguns encontros enquanto andavam pelo corredores do palácio, já que Dottore ultimamente arrumava desculpas para subir, apenas para ter a chance de ver o ômega. Mas suas interações não passavam de uma breve troca de olhares.
O banqueiro soltou um suspiro, levando a mão à testa. Ele estava há mais de meia hora lendo o mesmo documento, mas não conseguia absorver uma palavra sequer.
Sua cabeça latejava, e o remédio que havia tomado para diminuir isso não estava surtindo efeito. "Essa droga não deveria agir em cinco minutos? Já se passaram quinze!" Ele pensa, totalmente descontente.
Ele se recosta na cadeira. Esse maldito cio está se aproximando novamente, mas Pantalone se recusa a aceitar isso, logo agora que tem tanto trabalho.
Após mais alguns minutos, ele se rende a única solução que parece encontrar. Supressores.
Retirando uma chave de um dos bolsos de seu casaco, o banqueiro destranca e abre uma das gavetas de sua escrivaninha.
— Onde eu deixei isso? – Ele questiona, já sem paciência, enquanto revirava a gaveta. – Eu não acredito que esqueci de encomendar mais.. – Soltou um suspiro frustrado.
Ele estava tão concentrado que nem notou a presença de Columbina em seu escritório, tendo apenas notado quando sentiu seu cheiro, então olhando para ela.
— Damselette, o que deseja? – Ele dá um pequeno sorriso, tentando disfarçar seu mal estar.
— Vim lhe entregar o relatório desse mês. – Ela diz enquanto se aproxima, deixando o relatório em um canto da mesa de Pantalone. – Mas você não parece bem. O que houve?
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Meu Ômega - Dottolone
RomancePantalone se torna o Nono Arauto dos Fatui, e, assim que o conhece, Dottore se sente automaticamente atraído por ele de uma forma inexplicável.