19 - TIRE MEU FÔLEGO...

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Sarawat

Deus, nunca em minha vida uma noite passou tão malditamente devagar. Depois que Tine me deixou em casa, nós demos leves acenos um para outro, e agora estou sentado exatamente no mesmo lugar quando finalmente consegui entrar no meu apartamento e chutei a porta para trás.

Eu ainda estou usando o mesmo jeans e camiseta, mas minha jaqueta está em uma pilha no chão, onde tinha caído depois que eu a atirei na direção do balcão e errei a mira. Minha cabeça está latejando com uma grande dor de cabeça, e meu estômago grunhiu mesmo que eu não desejasse comer.

Em algum momento, sei que precisava ligar para Tine e me desculpar, mas ainda não sabia o que diabos iria dizer.

Quero dizer, o que posso dizer? Desculpe, eu fui um idiota total ontem, eu sei que você estava apenas tentando ajudar? Okay, certo. Eu teria sorte se ele alguma vez falasse comigo novamente.

Sou um babaca. Não havia dúvida. Eu deixei que a mera menção de Cass me dissolvesse, e tinha atacado a pessoa que menos merecia isso. Apenas isso me fez odiar ainda mais a cadela do que já a odiava. Como ela se atrevia a pensar que poderia querer entrar na minha vida depois de todo esse tempo e entrar em contato comigo.

Ela tinha maldita coragem, com certeza. Mas não havia nenhuma maneira de deixá-la perto de mim, nunca mais. Eu consegui me livrar dessa doença há muito tempo.

Não há nenhuma chance dela infectar de novo. Olhei para o telefone que joguei no sofá ao meu lado e me perguntei o que Tine estaria fazendo agora. Tínhamos o fim de semana, e nós discutimos sobre passá-lo juntos. Mas isso foi antes de eu ter conseguido arruinar um dos melhores dias que já tive.

Jesus! Pare de ser tão covarde, disse a mim mesmo e peguei o telefone. Basta ligar. Qual é a pior coisa que ele poderia fazer? Não responder? Responder e desligar? Responder e gritar comigo? Ei! É o que mereço.

Peguei o telefone e olhei para o número de Tine um pouco mais do que deveria, e então finalmente ligo. No segundo toque, ele atende, e quando a voz dele passou pela linha, soltei um suspiro de alívio.

"Sarawat?"

A preocupação em sua voz me rasgou, porque sei que fui eu a provocá-la. Eu o preocupei com a minha reação ao telefone, minha resposta de merda quando ele tentava entender e, finalmente, a maneira como eu deixara as coisas entre nós em uma agitação silenciosa quando eu saí do seu carro na noite anterior.

"Sim... Uhh, oi."
Deus. Eu parecia um idiota.

"Oi."

Porra. Bem, isso é fantástico. Apenas diga o que você quer dizer e deixar o pobre rapaz. Apertei os olhos e repousei minha cabeça no sofá.

"Tine..."

"Eu não tinha certeza de que você aceitaria uma ligação minha, foi por isso que eu não liguei para você."

Tine disse, acrescentando culpa ao que já sentia pela impressionante exibição de idiotice de ontem.

"Sim, sobre isso. Olha, eu..."

"Sarawat, você não precisa..."

"Tine!!"

Eu disse, precisando que ele ficasse quieto e me deixar tirar isso do meu peito antes de me preocupar. Eu tinha esse sentimento horrível no fundo do meu estômago de que arruinei todos os avanços que fiz com ele recentemente. Que em um piscar de olhos, eu tinha apagado toda a confiança que ele tinha estendido para mim, porque o cofre em que eu mantive meu passado bem fechado tinha ameaçado pela primeira vez em anos se abrir.

"Por favor, Tine. Me deixe dizer isso."

Passou um ou dois segundos e depois disse:

"Tudo bem."

Sublime 1 - À Primeira Vista Onde histórias criam vida. Descubra agora