Kira estava inquieta, correndo pela casa e socando qualquer parede que na cabeça dela "falava" com ela. Ela se debatia, mordia e as vezes gritava. Parecia uma criança fazendo birra depois dos pais brigarem, mas isso tudo era só por causa da fome. A vontade extrema de comer algum pedaço humano, por mais que fizesse somente 1 ou 2 minutos que ela não havia comido, a deu este "desejo" estranho. Porém de um tempo para cá, o canibalismo virou um vício. Que se ela ficasse sem por muito tempo ela enlouquecia, a única "saída" disso foi as bebidas alcoólicas e os charutos. Algo que antes era um trauma, virou algo confortável e relaxante. Kira suspirava e acendia o seu décimo nono charuto, ela sabia dos danos que isso fazia a sua saúde. Mas pouco se importava e também não se importava muito se ficasse bêbada, ela riu e se levantou. Meio cambaleando, ela andou até o porão. Abrindo a porta com um chute e indo pegar um giz, para desenhar um pentagrama no chão e o completar com seu sangue. A mesma arrumou um monte de coisa no porão, as velas, o livro, o pentagrama e tudo. Ela se sentou no meio do pentagrama e começou a recitar as palavras.
— "Com os olhos cerrados e o coração aberto, entre os véus do tempo e os segredos do cosmos, ecoam minhas palavras, entrelaçando os fios do destino e despertando os espíritos antigos que habitam os recônditos das almas que aqui enterradas..."
Ela olhou em volta e nada, a bebida a deu um ar mais agressivo. Jogando o livro com força para o outro lado do porão e pisando com força nas velas, Kira só para com esse momento de ódio quando ouve o barulho alto de um raio. A mesma se arrepiou e saiu para ver se estava chovendo, pois não tinha nenhum barulho de tempestade ou algo do tipo. Ela foi andando meio assustada até a porta, olhou um pouco pela janela e ficou confusa ao ver nenhuma gota sequer que indicava o início de uma tempestade. Kira abriu a porta e olhou pro céu, não tinha nenhuma nuvem e nadinha de chuva, mas... um vulto pelas árvores a chamou atenção. Que imediatamente foi andando até onde viu o vulto, ela mexeu nos arbustos de longe com o que tinha aprendido a uns anos atrás com a feitiçaria/bruxaria. A mesma revirou os olhos ao não ver nada.
— Que perda de temp-...Nem pode terminar a frase, sua visão ficou turva e começou a escurecer lentamente depois de uma pancada na cabeça junto de um dardo tranquilizante. Em pouco tempo, uns caras a levaram para algum lugar. Extremamente longe dali, para um ilha. Conhecida como Ilha Quesadilla, que honestamente parece estar no cu do mundo, e é "ótima" para férias. Tanto que várias pessoas moram lá, desde norte americanos, mexicanos, ingleses, argentinos, coreanos e entre outros. Enquanto isso acontecia, Markzz voltava para casa. Com um corpo morto em mãos, ele tinha se acostumado com as manias canibais de Kira e sempre caçava para ela. Porém um barulho alto chamou atenção dele, ele com um certo medo largou o corpo e foi correndo até a casa dele e de Kira. Markzz viu a porta aberta e sumiu correndo, procurando a mesma pela casa inteira. Revirando cômodo por cômodo, mas em um momento de fúria e desespero ele quase botou fogo na casa inteira. O demônio se sentou no chão, tentando raciocinar um pouco e se manter calmo. Ele ia achar Kira, nem que passasse anos fazendo isso.
~ Com Kira... ~
— Senhor, a paciente 666 já está começando a demonstrar mudanças mesmo no início! Pode ser bem inútil e fraco para o seu ponto de vista, mas precisa ver isso.
Isto chamou a atenção de todos, Kira acordou meio zonza e olhou em volta. Ela entrou em leve choque e desespero ao ver aquele cubículo branco, começando a se debater pelas paredes até notar o vidro e parecer um animal o arranhando com raiva. Gritando e... miando? Ela parou e olhou para si mesma, notando uma cauda de um gato... não, não, não. Isso não era real, não podia ser real. Ou podia? A, agora, felina continuou arranhando o vidro. Provavelmente querendo tirar satisfação com aqueles cientistas, Kira se acalmou quando um deles entrou dentro do cubículo. Porém ficou confusa quando a prenderam em algemas de titânio no chão, logo entendeu. Ah... aquele maldito líquido preto, eles injetaram aquilo tantas vezes em sua veia que seus braços começaram a ficar pretos e alguns números 01001011 01101001 01110010 01100001 com um brilho verde apareceram naquele vão preto. Aos poucos a consciência de Kira foi voltando junto da fala, um grito foi escutado da sala. Mas a voz parecia a de um rádio, extremamente alto e estourado. Um som de "." foi escutado também, como se fosse um... código morse.
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~ Memories ~
FanfictionEm uma pequena cabana na floresta morava uma família, não muito feliz, de três membros. A mãe, o pai e a filha. A relação deles não era a das melhores, e isso causou a fuga da filha deste casal. Em uma madrugada qualquer, a menina fugiu de sua casa...