Despertar de um sonho

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    — "Sim."

Harry dormiu pacificamente e calmamente, ele não se mexeu nem se preocupou. Draco se divertia pensando que sua serenidade era mantida mesmo quando ele dormia. Ele acordava como se nunca tivesse dormido, porque num segundo estaria sonhando e no outro o veria conversando com alguém no corredor. Ele supôs que seu estado de alerta era normal quando tinha que ficar de olho em um navio inteiro. Ele passava a maior parte do tempo deitado de costas, vestindo apenas calças brancas largas, o lençol cobrindo-o até a cintura e o peito exposto. Ele tinha uma pequena cicatriz estranha perto do ombro. Era de cor esbranquiçada, pouco visível e em forma de espiral. Não achei que fosse um corte porque era preciso e muito macio ao toque.

Draco havia passado os últimos minutos acariciando a cicatriz e, se alguém perguntasse, ele negaria veementemente que tivesse passado boa parte da noite com a imagem de Harry na cabeça

    — "Foi a pior ideia de Ron" — ele ficou surpreso ao ouvir isso.

De relance aleatório, ele encontrou olhos verdes e atentos.

    — "Eu não sabia que você estava acordado."

    — "Eu posso ouvir seu cérebro tentando descobrir como eu fiz isso."

Draco sorriu. Pode-se notar que suas bochechas coraram, mas ele não afastou a mão.

    — "Qual é a história então?"

    — Éramos crianças e Ron achou uma boa ideia nos queimar com um dos moldes que Charlie usava para suas espadas."

    — "Para que?"

    — "Para que não dois tivéssemos cicatrizes gêmeas. Ele fez isso no próprio braço também."

    — "Que doce." - zombou o loiro

    — "Ron passou por momentos muito sentimentais" — ele respondeu sério, embora seu olhar zombeteiro o denunciasse.

Ele riu, balançando a cabeça. — "Eu acho isso difícil de acreditar."

Harry bufou divertido antes de se inclinar de lado para encará-lo. Draco deixou sua mão cair no travesseiro e fechou os olhos enquanto Potter gentilmente sondou seu braço.

    — "Está bem?" — ele perguntou cautelosamente.

Ele suspirou, piscando levemente, estaria mentindo se não dissesse que tudo estava embaçado em sua mente, tudo parecia um sonho que aconteceu rápido demais e do qual ele acordou de repente. Mas era real, e Draco se lembrava de cada pequeno detalhe da noite anterior, e não pôde deixar de se maravilhar com a ideia de estar diante do homem que o amava. Se havia algo de que ele se arrependia, era não ter sido capaz de retribuir. Assim que ouviu a resposta à sua pergunta, seu coração e corpo despencaram de alívio e ele adormeceu imediatamente.

"Eu também te amo" ele pensou, mas naquele momento, com Harry dando-lhe toda a atenção, ele não parecia capaz de dizer as palavras que tinha em mente.

    — "Perfeitamente" — ele respondeu com um sorriso. — "E você?"

    — "Nunca estive melhor."

Três batidas soaram na porta. Draco olhou para cima, mas nãoo ouviu mais nada. Ele olhou para Harry em busca de uma resposta, que se levantou e deu um beijo em sua têmpora.

    — É Blaise, tenho que liberá-lo da guarda. Durma um pouco, ainda é cedo."

Ele duvidava que conseguiria voltar a dormir enquanto o capitão se vestia e saía do quarto, mas estava errado. Ele se aninhou na cama e antes que percebesse estava sonhando. Quando ele acordou já era dia e a Lufa-Lufa parecia uma paisagem borrada no horizonte. Draco observou as ondas calmas, encostado na grade com um pequeno sorriso no rosto. O ar bateu forte, bagunçando seu cabelo e fazendo-o apertar os olhos. Ele nunca havia percebido quão agradável era o cheiro do mar.

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