Como estar em casa

288 37 0
                                    

Era difí­cil para Draco respirar. Talvez porque Greyback tivesse uma adaga apontada diretamente para sua garganta, porque seu braço esquerdo estava torcido nas costas ou porque Harry estava na sua frente e olhando diretamente para ele como se ele fosse a única coisa importante em sua vida.

   — "Conforme você se move, eu mato ele." — o homem atrás dele garantiu.

Ele percebeu que Potter estava tenso, embora sua testa não estivesse franzida nem sua mandí­bula cerrada. Foram seus olhos verdes que brilharam de raiva enquanto ele observava o caçador e a maneira como seus ombros se endireitaram, dando-lhe uma aparência taciturna.

    — "Pense nisso" — Harry disse lentamente — "se você matar Draco, não haverá nada que me impeça de quebrar seu rosto, amarrá-lo a um mastro e mantê-lo lá por dias a fio até que sua pele caia e você apenas sonhe em morrer. Se você deixá-lo em paz, talvez eu me contente em apenas cortar sua garganta."

Fenrir riu, fazendo Draco estremecer e pressionou a adaga com mais força contra sua pele. — "Você não está em posição de me ameaçar."

    — "você não está em condições de me ver com raiva. Umbridge já virou comida de peixe, não vai me custar nada fazer o mesmo com você!" — afirmou o capitão.

    – "Sabe o que?" - Fenrir sussurrou no ouvido de Draco. Parecia perverso – "Acho que vou calar a boca do seu capitão e depois me divertirei com você. Tenho certeza que ele gostaria de ver você abrir as pernas."

Ele chorou de desgosto quando Greyback lambeu sua bochecha. A repulsa que sentiu ao toque foi tão grande que não pôde deixar de cair no chão quando o outro o empurrou violentamente. Ele caiu de lado, batendo com força o quadril e o ombro. Sua cabeça bateu na superfície, fazendo com que sua visão escurecesse por alguns segundos.

Ele gemeu ao se levantar com dificuldade e se encostou em uma parede próxima porque sentiu que sua consciência iria desaparecer a qualquer momento. Ele ouviu um estrondo e quando conseguiu concentrar sua atenção em algo, viu Harry bater o rosto de Greyback na mesa repetidamente.

    — "Harry" – ele chamou, embora sua voz fosse apenas um murmúrio audível.

A porta se abriu e Draco teve que piscar com força para ter certeza de que não estava tendo alucinações. – "Severus."

    – "Vamos" disse seu padrinho, agarrando seu braço.

Deixou-se guiar como se não tivesse decisão, olhando para o homem ao seu lado como se nunca o tivesse visto. Eles saíram da sala e caminharam rapidamente pelo corredor.

    — "De verdade é você mesmo?" — Snape parou para encará-lo.

Ele estudou seu rosto, seu cabelo preto, sua pele pálida e os olhos distantes que piscavam suavemente e suavizavam enquanto ela acenava com a cabeça em sua direção.

    — "Explicarei tudo para você mais tarde, mas agora tenho que tirar você daqui" — o homem respondeu. — "Você está ferido?"

    — "Sim, meu ombro..." — ele balançou a cabeça. Tudo estava indo rapido demais para ser assimilado. Ele nem conseguia assimilar que Severus estava ali — "Minha cabeça também dói, mas não acho que seja sério."

   — "Certo."

O mais velho insistiu para que ele voltasse a andar até chegar à escada que levava ao convés. No chão estavam os dois caçadores que acompanhavam Fenrir e foi isso que o fez parar.

    — "Espere" —ele engasgou, cravando os pés no chão. — "Harry ainda está lá! Eu tenho que ir..."

    — "Não!" — seu padrinho retrucou. Potter vai conseguir.

ÁureoOnde histórias criam vida. Descubra agora