Draco descobriu que Blaise estava certo e que a cozinha era o lugar mais agradável. Era tranquilo, não costumava ter muita agitação de gente e Neville, que se dedicava à culinária, era uma das melhores companhias que havia encontrado. O menino era paciente e sempre disposto a ouvir Draco quando ele fazia um discurso retórico sobre o mundo, o que acontecia com bastante frequência.
Fazia apenas alguns dias, mas o loiro havia se acostumado a estar ali mais rápido do que ele pensava, a ouvir Ginny contando histórias sobre seus irmãos, ao fanatismo de Colin por Potter, ao humor sarcástico de Blaise e até ao silêncio de Theo, esse último foi o que ele mais gostou, depois de Neville, mesmo na presença do capitão.
O que ele não estava acostumado era dormir no chão do porão. Foi horrível. Estava frio, desconfortável e havia um cheiro de mofo que o deixava louco. Quando ele tentou reclamar com Blaise, ele lhe disse que seu capitão o considerava mortalmente perigoso e que era melhor ficar de olho nele enquanto os outros dormiam. Draco pensou então que Potter era um exagerado e tudo o que ele queria era tornar sua vida miserável.
— "Acho que esta é a última porção" – disse ele com voz cansada, enquanto servia o último prato de comida.
— "Vá lá fora, está muito quente aqui" — Neville sorriu – "Vou terminar de limpar".
Eu não ia negar, a única coisa ruim da cozinha era que estava incrivelmente quente. Ele pegou um pedaço de pão e um pouco de queijo e saiu para o convés para deixar o vento refrescar seu rosto. Ele sentou-se no chão, observando alguns terminarem de comer enquanto os gêmeos Weasley se posicionavam no centro do navio.
— "Você sabe no que eu acredito, Fred?"
— "O que você acha, George?"
— "Que sou um gerenciador de velas muito melhor que você"
Fred colocou a mão no peito teatralmente. – "Que ofensa para mim!" — exclamou exageradamente indignado. – "Mostre se você tiver coragem".
Ambos desembainharam as espadas ao mesmo tempo e ficaram frente a frente em posição de duelo.
Draco assistiu a cena incrédulo, embora os outros parecessem muito mais acostumados com esse tipo de espetáculo, já que a equipe se aglomerava ao redor deles para aplaudi-los e alguns até ousavam apostar no vencedor.
Ele relaxou ao deduzir que essa atitude era normal para eles. Ele não falava muito com os gêmeos, mas pelo que Ginny lhe contara, eles pareciam bastante... peculiares. Ele deu uma pequena risada quando Fred voou sobre sua cabeça preso em uma corda e pousou no convés em uma pose melodramática.
Draco tirou uma faca da bota e um pequeno pedaço de madeira e começou a esculpir. Era o que ele vinha fazendo nas últimas horas, desde que Ginny havia removido o curativo de seu braço. Não doía mais, mas ele ainda conseguia ver marcas amareladas na pele.
— "Onde você conseguiu isso?"
Ele olhou para cima, encontrando o rosto sereno de Potter. Ele ficou surpreso ao ver que ele havia aparado a barba, revelando as maçãs do rosto salientes e o queixo pronunciado. Ele não estava errado ao presumir que ele devia ter mais ou menos a idade dele.
— "A Madeira?" — o loiro perguntou inocentemente.
Sabia que não foi isso que ela quis dizer, mas foi divertido para ele provocar o outro.
Desta vez ele parecia estar com um humor melhor do que no outro dia, porque Potter deu um pequeno sorriso, como se realmente tivesse se divertido com sua resposta.
— "Você deve aprender a controlar sua língua, ou em uma dessas você encontrará um problema."
Ele revirou os olhos, soltando um suspiro.
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Áureo
Fantastik"Mãe, você pode me contar a história de novo?" - "Você já sabe de cor" - objetou a mulher que acompanhava a menor. - "Também é uma história muito triste." - "Mas eu gosto." Ele a viu suspirar, olhando para a garota - "As grandes línguas dizem que h...