Hogwarts

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O Phoenix não podia ficar no mesmo lugar por muito tempo, então eles decidiram partir naquela mesma noite, assim que obtivessem todos os suprimentos necessários. A despedida de Molly foi triste. A mulher o abraçou afetuosamente enquanto soluçava em seu ombro. Draco esfregou suavemente as costas dela, tentando confortá-la. Ele nunca foi bom em confortar as pessoas.

— "Você tem sua casa aqui, Draco. Se alguma vez tiver algum problema ou quiser vir visitar-nos, as portas estarão abertas para você."

— "Obrigado." - respondeu

Ele se afastou dela para que Ginny pudesse abraçar sua mãe. As duas começaram a chorar. Desvio o olhar para dar-lhes alguma privacidade.

— "Tem certeza que não precisa de ferreiro em seu navio?" – Charlie perguntou a Potter, embora estivesse olhando para Draco.

— "Sua mãe precisa de você mais do que o Phoenix precisa de você."

O ruivo não pareceu decepcionado com aquela resposta, como se já a esperasse.

— "Acho que isso é um adeus." – disse ele, sorrindo amigavelmente.

Draco fez menção de estender a mão em despedida, quando Charlie o apertou num abraço que deixou todo o seu corpo tenso. Ele olhou por cima do ombro do Weasley e viu o capitão descascando uma maçã com a testa franzida.

— "Você pode entrar no navio agora, Draco." – Potter disse com uma voz calma.

Parecia uma sugestão gentil, embora soasse como uma ordem. Pela primeira vez na vida, ele sentiu vontade de obedecer.

— "Adeus." – respondeu ele, separando-se do outro.

Ele tinha a sensação de que a aparente serenidade do moreno era como a calmaria antes da tempestade. Ele se virou assim que chegou ao convés, movido pela curiosidade de ver o que estava acontecendo. O capitão continuou com seu ar calmo enquanto cortava a maçã em fatias, mas o rosto de Charlie estava pálido e ele parecia assustado, como se estivesse sendo ameaçado. Draco sorriu inconscientemente.

Ele caminhou em direção à sua cabine com ar cansado. A noite sem dormir começava a afetá-lo e a despedida de Molly não lhe faltava nada. Ele mal podia esperar até poder deitar e dormir.

A exaustão desapareceu assim que viu o que estava em cima de sua cama. Ele abriu a boca em descrença, correndo para mais perto para ver no que realmente acreditava.

Era uma linda camisa de seda cinza, macia, fresca e brilhante. Ele levou o tecido até o rosto para admirar seu toque. Ele adorava fazer isso toda vez que ia dormir em sua antiga casa. Ele se perguntou se teria sido Potter quem havia deixado a vestimenta ali, e sua resposta foi afirmativa ao ver que além da camisa havia também uma espada.

Uma sensação calorosa tomou conta do corpo de Draco enquanto ele admirava a arma, desembainhando-a para apreciar sua lâmina longa e afiada. Ele sorriu ao ver que no punho havia um dragão forjado em ouro.

— "Nossa, parece que não sou mais a favorita do capitão."

Ele quase deixou cair a arma de susto. Ele se virou para olhar para Ginny, que sorria divertida para ele, embora seus olhos estivessem vermelhos e inchados de tanto chorar.

— "Não acredite." – respondeu ele, minimizando, – "Se ele me deu isso é porque gritei com ele que estava ferido porque não conseguia me defender."

— "E a camisa também é para se defender?" – zombou a ruiva.

Draco se mexeu desconfortavelmente, olhando para a garota sentar-se em sua própria cama. Ele procurou por algo nela que indicasse que ela estava chateada ou com ciúmes, mas não encontrou nada. Ela parecia tão cansada quanto ele.

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