Após a intensa noite de amor, Emma despertou, envolta em uma mistura de sensações. O calor do corpo de Regina ao seu lado contrastava com a leve brisa que entrava pela janela entreaberta. Observou Regina, ainda adormecida, serena como uma obra de arte em repouso. Uma onda de confusão a inundou. Ela nunca havia experimentado algo tão profundo, tão avassalador como o que sentia por Regina.
Seus olhos se desviaram para a aliança sobre o móvel. Um símbolo de compromisso, de promessas feitas e recebidas e também da maldita frustração que era seu casamento. Emma hesitou por um instante, suas mãos pairando sobre a aliança. Ela se sentou na cama e encarou aquela aliança por alguns minutos. As memórias dolorosas surgiram, como fantasmas do passado clamando por atenção. Ela relembrou as promessas quebradas, as discussões intermináveis e a sensação de solidão que a consumia, mesmo estando ao lado de alguém. As traições que marcaram sua alma como cicatrizes invisíveis.
Regina era sua amante naquela cama, mas Emma sabia que era muito mais do que isso. Ela representava uma nova chance, uma possibilidade de felicidade genuína que Emma nunca tinha ousado imaginar para si mesma. Ela contemplou a aliança por mais alguns instantes, sentindo o peso das decisões que tinha pela frente. Seu coração batia acelerado, uma mistura de medo e esperança borbulhando dentro dela. Antes que pudesse decidir o que fazer, seu celular vibrou na mesa de cabeceira. Era uma ligação de seu marido. Ela hesitou por um momento, sentindo o nó se formar em sua garganta, antes de atender.
— Oi — disse Emma, tentando manter a voz firme, enquanto as lembranças de suas traições se agitavam em sua mente.
— Oi, querida — respondeu ele do outro lado da linha, sua voz carregada de falsa inocência. — Só queria saber como você está. Sinto sua falta.
As palavras dele ecoaram como um eco cruel do passado. Emma se lembrou das noites solitárias, das mentiras descaradas e da traição que corroía lentamente o fundamento de seu casamento.
— Estou bem — respondeu ela, controlando a raiva que ameaçava transbordar. — Apenas cansada. Tive uma noite agitada.
— Hmm, entendo — disse ele, soando um pouco desconfiado. — Bem, se precisar de alguma coisa, estou aqui. Amo você.
As palavras de amor dele soaram vazias aos ouvidos de Emma, uma cruel ironia diante de sua própria traição. Ela se forçou a responder com um simples — Eu também te amo — antes de desligar.
Após encerrar a ligação, Emma sentiu o peso do silêncio pairando no ar. Quando seus olhos encontraram os de Regina, ela viu a expressão magoada refletida neles. Um aperto no coração a fez perceber o impacto de suas palavras para Regina. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, viu Regina se movendo para se levantar da cama.
Instintivamente, Emma estendeu a mão, segurando delicadamente o pulso de Regina, impedindo-a de sair.
— Regina, espera — disse ela com voz suave, sentindo a urgência de consertar o que tinha acabado de quebrar.
Regina hesitou por um momento, seu olhar fixo no rosto de Emma. A dor em seus olhos era palpável, uma ferida aberta que Emma sabia que tinha causado.
— O que, Emma? — sua voz estava firme, mas Emma podia detectar a vulnerabilidade por trás dela. — Pelo jeito não sou eu quem está atrás de uma transa para se distrair.
— Eu... eu sinto muito — murmurou Emma, lutando para encontrar as palavras certas. — Não era minha intenção magoar você. Eu gosto de você, Regina, mais do que posso expressar.
Houve uma pausa tensa, durante a qual o coração de Emma parecia martelar em seu peito. Então, Regina suspirou, a rigidez de seu corpo diminuindo um pouco. Ela recuou um pouco, permitindo que Emma segurasse sua mão mais firmemente.
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Mar Profundo - Swanqueen
ActionEm uma plataforma petrolífera em alto mar, a engenheira Emma Swan se vê presa em um pesadelo quando uma explosão acidental libera um megalodonte pré-histórico.