Love Blind - Adaptação Karlena

Capítulo 08 - Ciúme

Lena Luthor | Point Of View 

Com meu braço entrelaçado ao de Kara, guio-a cuidadosamente pelos corredores de Juilliard. O som dos nossos passos é acompanhado por uma sinfonia de risadas e conversas animadas. É uma daquelas tradicionais sextas-feiras em que nossos horários de aula coincidem perfeitamente, permitindo-me a alegria de acompanhá-la na saída. O ar está repleto de expectativa, especialmente porque hoje à noite será diferente. Kara me convidou para me arrumar em sua cobertura e saborear um hambúrguer no restaurante do hotel antes de irmos ao nosso tradicional encontro no pub com as amigas.

— Você sabe que está me estragando, não sabe? – Digo, enquanto me inclino para sentir o perfume dela, uma mistura sedutora de jasmim e cedro.

Kara sorri, a sensação me é transmitida através do braço que compartilhamos. 

— Apenas te mostrando como deveria ser. Além disso, acho que você merece ser um pouco mimada. – Ela responde, seu tom cheio de diversão.

— Ah, então é assim? E o que mais eu mereço? – Pergunto, brincando com a curiosidade em minha voz, sabendo que flertar com Kara sempre leva a conversas deliciosamente imprevisíveis.

Ela pensa por um momento, uma expressão travessa atravessando seu rosto, mesmo que eu saiba que ela não pode me ver. 

— Bem, acho que você merece alguém que te faça sentir amada, valorizada... e talvez, se você tiver sorte, alguém que saiba te levar para comer o melhor hambúrguer da cidade.

Rimos juntas, a intimidade do momento fazendo com que tudo ao nosso redor desapareça. 

— Acho que já encontrei a caçadora de hambúrguer então. Mas será que ela também sabe como arrancar suspiros com apenas um toque? – Pergunto, deslizando propositalmente meu braço no dela, provocando uma conexão ainda mais próxima.

— Ah, você terá que esperar para descobrir. – Ela sussurra, a promessa em sua voz enviando ondas de antecipação através de mim.

Enquanto continuamos nosso caminho para o estacionamento, o flerte leve flui tão naturalmente quanto nossa caminhada. Há uma facilidade entre nós, uma conexão profunda que transcende a necessidade de visão. Kara pode não ver o mundo ao seu redor, mas juntas, nós pintamos um quadro de possibilidades infinitas, cada risada e toque um pincel sobre a tela de nossa crescente intimidade.

A noite promete ser inesquecível, não apenas pelo que está planejado, mas pelo simples fato de estarmos juntas, vivendo momentos que se tornarão as memórias mais queridas em nossos corações.

Enquanto nos acomodamos no banco de trás do carro de Kara, sinto uma onda de proteção envolvendo-nos, uma sensação que só se intensificou depois que ela compartilhou comigo a história de seu sequestro na adolescência. Antes, eu pensava que os seguranças eram apenas uma precaução devido à sua cegueira, mas agora, percebo a profundidade da vulnerabilidade que Kara enfrenta e a força que ela possui em continuar sua vida com tanta determinação.

Jonn, o motorista, mantém seus olhos na estrada, um profissionalismo inabalável em seu olhar. O carro segue tranquilo pela cidade, até que sua voz corta o silêncio, anunciando que Oliver chegou com Cacau. O tom de euforia na voz de Kara ao ouvir a notícia é contagiante, e não posso deixar de sorrir ao ver sua reação.

— Você não faz ideia de como estou feliz agora. Cacau é mais que um cão-guia para mim; ela é minha independência, minha segurança... minha amiga leal. – Ela explica, o amor por sua Golden Retriever evidente em cada palavra.

Eu me inclino mais para perto, curiosa e um pouco ansiosa.

— Eu mal posso esperar para conhecê-la. Você sempre fala tão bem dela, sinto que já a conheço de alguma forma. Como ela é? – Pergunto, minha própria excitação crescendo.