Capítulo 15

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ANNA

Anna tentava entender o que estava bem na sua frente. Por mais que estivesse bem claro, seu cérebro parecia não processar o óbvio: O corpo agora desfalecido de Enrico caído aos seus pés. O sangue vazando de sua cabeça formando uma grande poça no chão cimentado. Os olhos sem vida arregalados e vermelhos.

Aquilo era real?

Com certeza não parecia um filme ou algo de sua mente. Era muito mais feio do que os cineastas pensavam e do que sua mente poderia fantasiar.

Era a primeira vez que ela via uma pessoa morta em sua vida, assim, tão perto. E por mais que toda aquela bagunça fosse a coisa mais aterrorizante que ela já havia visto, seus olhos não conseguiam olhar para outro lugar.

- Estás bien, señorita?

Quando finalmente seu rosto virou para o lado e seguiu aquela voz conhecida, ela viu uma mão segurando um revólver. E depois o guardando.

- Juan... - foi a única coisa que Anna conseguiu falar antes de sua consciência falhar e tudo ficar escuro.

Ela soube que estava desmaiando quando suas pernas fraquejaram e todos os sons pareceram ficar muito longe.

***

Anna acordou com sons repetitivos de um "bip" infernal soando em seu ouvido. Ela não entendeu o que estava acontecendo naquele primeiro momento. Seus olhos se abriram lenta e dificultosamente e ela percebeu que estava em um quarto muito aconchegante de hospital.

Além das máquinas que estavam ao seu redor, ela notou a decoração de muito bom gosto e seu primeiro pensamento foi que não iria conseguir pagar a conta daquele hospital, mas se preocuparia com isso depois.

- Señorita Anna, como está se sentindo?

Ela ouviu a voz preocupada de Juan e virou a cabeça lentamente em sua direção enquanto ele segurava sua mão com cuidado.

- Juan... O que houve?

- Você não recuerda? Você desmaiou cuando me viste.

Anna fechou os olhos por um momento quando tudo o que tinha acontecido invadiu sua mente de uma vez.

- Sim. - ela falou com secura quando voltou a olhá-lo. - Sim, eu lembro.

- Vou chamar al médico, un momento.

- Não. Juan, espera. - ela apertou a mão dele. - Você... Você me salvou.

- Oh, no se preocupe com isso agora, señorita...

- Obrigada, Juan... Muchas gracias. - as lágrimas esquentaram seu rosto, mas ela não se importou. - De verdade.

- De nada, señorita.

O senhor simpático sorriu de uma forma que fez com que Anna pensasse que tudo ficaria bem a partir de agora, mas ela sabia que isso era apenas mais uma mentira que seu cérebro inventava para tentar tranquilizá-la.

- Como... você sabia? Você estava me seguindo ou foi uma coincidência?

- No, señorita, não estava a seguindo. Yo seguí a Enrico. Isso foi lo que la señorita Abigail me pediu para hacer.

Anna franziu a testa.

- Ela pediu para você seguir o Enrico?

- Sí. Estaba preocupada com o que ele podría fazer te después de que o demitiram. Y bueno, ella estava certa. Ella está a caminho, sí?

Anna ficou tensa e se ajeitou na cama, agora que seu coração batia forte ela sentiu seu corpo reagindo e acordando.

- No, no se mueva.

Garota de Programa (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora