ANNA
Anna finalmente estava voltando ao trabalho, mesmo com toda controvérsia.
Por mais que Abigail falasse que ela não precisava, ela tinha que fazer isso. Não por Abigail, nem por ninguém além dela mesma. Se ela não voltasse a trabalhar provavelmente teria um colapso nervoso depois de todo o caos que sua vida se tornou nos últimos dias.
Além de tudo, ela precisava manter as aparências de que ela e Abigail não tinham nenhum vínculo fora da empresa, e se as duas se ausentassem pelo mesmo período de tempo, as coisas poderiam ficar complicadas.
Anna já estava acostumada a manter parte de sua vida em segredo, então manter sua relação com Abigail de forma privada não estava sendo um problema.
Ela só precisava fazer algo só por ela um pouco e seu trabalho ajudaria muito nisso.
Houve uma pequena comoção com sua volta em seu grupo de amigas e no setor que ela chefiava, mas felizmente Abigail havia deixado tudo preparado e sua ausência foi justificada com uma conferência internacional. E não, ninguém estava sabendo de toda a merda que tinha acontecido com Abigail.
Pelo visto Martina era mesmo uma boa advogada e fez muito bem o trabalho de manter tudo debaixo dos panos, por mais que Anna não gostasse de admitir.
Ainda assim, era difícil ver Abigail passar por tudo aquilo. Ela estava acabada, dava pra ver em seus olhos verdes e agora tristes toda vez que a olhava. Vê-la derrotada dessa forma quebrava seu coração todos os dias e Anna queria ter o poder de tirar todos os problemas da vida dela e transferir para si. Talvez assim ela voltasse a sorrir... Deus. Doía vê-la assim diariamente e não poder fazer nada.
Voltar a trabalhar não ajudaria em nada, obviamente, mas ao menos ela não se sentiria tão inútil como estava se sentindo todos os dias.
Nesse dia em específico, Anna se dedicou ao máximo ao seu trabalho. Com sua ausência de alguns dias, algumas papeladas estavam pendentes e graças a Deus ela tinha muito trabalho pela frente.
O dia passou mais rápido do que ela esperava e foi muito bom voltar à ativa e fazer o que ela gostava de fazer: resolver problemas.
- Anna, estão te chamando na sala do RH. - Anna franziu as sobrancelhas e olhou para o seu iPhone.
Nenhuma notificação.
- Sério? Não chegou nenhuma notificação aqui pra mim.
Giulia deu de ombros.
- Estranho, mas foi o recado que chegou pra mim.
- Certo, obrigada, Giulia.
Sem se preocupar muito, Anna pegou os dois equipamentos de comunicação que usava na empresa e foi até a sala do RH.
Enquanto subia pelo elevador, ela sentiu um misto de sensações quando lembrou da última vez que tinha ido até aquela sala. Seu coração começou a acelerar quando sua mente a levou diretamente para onde tudo aquilo acabou: com Enrico morto no chão bem na sua frente.
Deus...
Respirando fundo ela tentou apagar aquela imagem que há um tempo já não vinha mais à sua mente e teve o pensamento de que precisava verificar como Juan estava lidando com tudo aquilo. Ela era uma péssima amiga, não é mesmo?
Quando as portas do elevador abriram, ela voltou para o automático e andou formalmente até a sala de Lorenzo, o chefe do RH, e teve uma súbita clareza do que isso se tratava.
Lorenzo era amigo de Enrico e agora Enrico estava morto.
Respirando fundo antes de abrir a porta, Anna ergueu um pouco o rosto e se manteve firme, pelo menos por fora. Então abriu a porta.
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Garota de Programa (Romance Lésbico)
Romance(Conteúdo adulto. História original.) Anna foi tentar a sorte em outro país. Lá ela encontra dois destinos: um trabalho que ela nunca achou que teria e uma mulher misteriosa que a contratou. Quando alguns segredos vem à tona, Anna se pergunta se val...