Capítulo 9

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Evelyn Hugo POV

Para algumas pessoas, dois meses são muito pouco, para outras é tempo demais, e no meu caso... é tempo suficiente. Vou explicar, se passaram dois meses de gravação, meses esses em que Celia e eu estamos mais juntas do que nunca. Nos dormíamos juntas, acordávamos juntas, gravávamos juntas e muito mais.

Com o passar do dia me peguei cada vez mais dependente de Celia, dos seus beijos, dos abraços, e até das coisas que podem ser consideradas insignificantes como, as blusas de pijamas dela que quase todas estão com algum furo, as manias e toc's que as vezes eram fofas e outras vezes irritavam, a carinha emburrada que ela faz quanto esta com sono, e com certeza, me peguei cada vez mais dependente daquele sorriso maravilhoso que só ela tem.

É curioso o jeito em que nos ensinam, desde pequenos, que mulheres namoram com homens e homens amoram com mulheres, e que o homem deve tomar a iniciativa de selar o compromisso do casal enquanto a mulher deve ser recatada e gentil a todo momento. Eu, por exemplo, fui tão alienada nesse cenário que agora me encontrava no escuro. Queria mais do que tudo pedir a Celia em namoro, mas não sabia como.

Não sabiam nem se ela queria mesmo um compromisso comigo.

O momento em que eu percebi essa nova urgência, por que era uma urgência para mim, foi quando Cece e eu saímos com Harry e John para comemorar a ultima semana de gravação.

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Harry mandou reservar a melhor mesa para nós, pedimos um vinho tinto e brindamos à reta final. Em meio a risadas e conversas pude observar uma figura alta e esbelta se aproximar da mesa. Uma mulher.

- Celia? - Ela Exclamou com um tom de surpresa e um sorriso que eu não gostei nada nada.

- Ai meu Deus, Brianna! - MINHA CECE se levantou a abraçou a mulher apertado. - Quanto tempo.

- Quanto tempo mesmo, você sumiu do nada e quando me dei conta você estava na tela do cinema. - A tal "Brianna" amaciava o Ego de Celia enquanto mostrava todos os seus dente para ela. 

- Poie é. - Celia abaixou a cabeça numa tentativa de se mostrar envergonhada. - Eu sinto muito por isso, mas tive uma chance única e tive que aproveita-la.

- Ah querida, eu não estou julgando você. - Querida? - Se eu tivesse a chance teria feito o mesmo que você.

Brianna olhou para nós e depois para Celia, que pareceu FINALMENTE acordar para a vida.

- Ah, desculpe. - Celia trouxe a mulher para mais perto da mesa. - Brianna esses são Harry e John.

Os dois rapazes a cumprimentaram cordialmente.

- E essa é...

- Evelyn Hugo, eu sei. - Ela esticou a mão em minha direção e me vi obrigada a levantar para aperta-la. Minha mãe me deu muita educação. - É um prazer conhece-la.

- O prazer o meu. - Disse e me sentei novamente. Já preenchi minha cota de educação.

Depois disso Celia conversou mais um com a mulher e logo se despediram, quando ela se sentou ao meu lado me perguntou se estava tudo bem, apenas balancei a cabeça em afirmação  continuei a conversar com Harry e John.

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Naquela noite fui dormir com raiva, mas no outro dia parei para refletir e percebi que não tinha o porque de estar brava se Celia e eu não éramos nada. Chegar nessa conclusão fez com que meu coração se apertasse e se partisse em dois. Então aproveitei que o dia e questão era sábado de manha e sai de fininho do meu quarto para não acordar Cece, e fui até o quarto de Harry.

O Verdadeiro Amor de Evelyn HugoOnde histórias criam vida. Descubra agora