Capítulo 13

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Evelyn Hugo POV

Depois de alguns minutos dentro do carro, nos finalmente chegamos onde seria exibido o filme. Na entrada estavam posicionados vários fotógrafos e entrevistadores, todos prontos para fazer as mesmas perguntas de sempre.

Permaneci dentro do carro até que Harry disse que podíamos sair, ele foi primeiro e abriu a porta para mim. No momento em que coloquei o pé para fora, uma chuva de flashes tomou conta do ambiente, apenas quando eu já estava no começo do tapete estrategicamente estendido na entrada, que percebi que a chuva de flashes  não era só para mim. Celia havia chegado também.

Ela estava magnifica vestindo um Valentino verde esmeralda tomara que caia, nos pés um salto simples da cor prata, sem nenhum acessório no pescoço e pequenos brincos, também de prata, na orelha. Seu cabelo ruivo preso em um rabo de cavalo alto e bem montado lhe dando um ar de sofisticação, a maquiagem em seu rosto era quase imperceptível, mas também não havia muito o que fazer, ela já era perfeita.

Celia estava sem duvidas deslumbrante, e tive que quase me bater para parar de olha-la. Também tive que me segurar para não beija-la quando ela se colocou ao meu lado no inicio da tapete vermelho.

- Oi. - Ela sussurrou para mim.

- Oi... - Sussurrei de volta ainda tentando ir contra todas as minhas vontades.

- Você está linda. - Ela também não ajudava sussurrando no meu ouvido assim. Mas eu sabia o que ela estava fazendo, e se ela queria brincar, então que assim seja.

- E você senhorita St James... - Cheguei perto de seu ouvido para ter certeza que só ela escutaria. - Roubou meu folego.

Ela me olhou bem nos olhos, pronta para falar algo mas não lhe dei a chance, peguei em sua mão e a forcei a passar no tapete vermelho comigo. Meu olhos doíam com a quantidade de flashes das câmeras, mas eu apenas sorria e fazia pose assim como Celia.

Ficamos alguns minutos assim, mudando só uma coisa ou outra, quando a assistente do evento nos direcionou para os entrevistadores. Fui em um aleatório e Celia em outro.

- Evelyn, o que você pode nos dizer sobre sua personagem? - O jovem rapaz perguntou e logo estendeu um microfone para mim.

- Bom... Marcela é uma professora doce que se vê num amor proibido, e se vê disposta a aceitar um grande risco para viver esse amor. - Ele me olhou como se esperasse mais. - Não posso falar mais sem estragar a surpresa do filme.

- Se tivesse uma palavra para descrever Marcela, qual seria?

- Hmm... Leal eu acho. - Ele balançou a cabeça. - ou louca , qualquer uma das duas.

Nos rimos e ele continuou com as perguntas, as vezes soltava algumas sobre minha vida pessoal as logo voltava para o filme. A Poucos metros de mim estava Celia dando sua entrevista, mas uma pergunta que fizeram a ela me tirou do plumo.

- E Celia, há alguns meses surgiram rumores sobre um possível relacionamento entre você e Evelyn... - Celia sorriu alimentando o pânico dentro de mim. - O que você pode nos falar sobre isso?

- Bom... Evelyn e eu estrelamos um filme juntas, e isso nos aproximou bastante. Eu e ela foi um encontro de almas sem duvidas, o carinho que temos uma pela outra é coisa de outro mundo, e Evelyn é alguém que eu quero por perto pelo resto da minha vida... Mas somos apenas boas amigas.

Boas amigas.

Eu deveria ter ficado aliviada com a resposta dela, afinal foi perfeita. Mas algo dentro de mim se partiu e arrisco dizer que foi meu coração.

Eu ainda estava na minha entrevista, tentando disfarçar para que não aparentasse que estava ouvindo o que ela falava, mas aquilo me derrubou, ver nosso relacionamento ser resumido à uma boa amizade me pegou de um jeito que eu não estava preparada.

- E não tem nenhuma chance de algo acontecer? Porque os fãs adorariam isso? - O entrevistados perguntou para ela num tom de humor.

- Ah eu sei que eles adorariam. - Ela riu e olhou para a câmera do rapaz. - Eu sei o que vocês postam tá?

ela riu um pouco mais e continuou.

- Mas não, eu e Evelyn somos só amigas.

E mais uma vez meu coração se partiu, e foi de uma forma tão intensa que fui o brigada a terminar a entrevista em que eu estava e entrar na procura de uma sala vazia. O que graças ao bom deus não foi difícil, já que todos estavam preocupados no tapete vermelho ou se embebedando mais cedo.

Avisei ao Harry onde eu estava, e me encostei na parede do que eu achava ser uma espécie de deposito ou sei lá, e deixei algumas lagrimas escorrerem, ainda bem que minha maquiagem não era pesada, ou eu estaria horrível.

Meu peito doía e eu puxava um ar que não vinha, me assustei quando a porta abriu, mas era apenas Celia.

- Eve? - Ela chegou perto de mim e pôs as mãos no meu rosto. - Ah meu amor, o que foi?

- Nada... - Respondi na tentativa falha de me acalmar.

- Pode me falar o que houve...

- É só que... doeu muito ouvir aquilo que você disse na entrevista. - Ela ia dizer algo mas eu a interrompi. - E eu sei que eu fui contra se assumir, mas eu não achava que doía assim sabe?

- Sei meu amor. - O tom de Celia era doce e empático. - Também doeu em mim falar aquelas coisas, mas eu gosto da paz da nossa vida.

- Desculpe fazer você passar por isso Cece. - eu desisti de tentar segurar o choro. 

- Eve... Eu não te culpo. - Ela tentava secar minhas lagrimas com um lencinho que eu nem sabia de onde tinha vindo. - Você estava certa... tem muita coisa em jogo.

- Nada é mais importante pra mim do que você. - Olhei bem em seus olhos, minha situação era deplorável mas eu não ligava. - Cece... você é tudo o que eu tenho de mais precioso na vida, e se eu tenho que sentir uma coisa assim só por que é mais cômodo, então que se foda essa carreira de merda. Eu não ligo, mas eu nunca mais quero sentir algo assim Cece, e nem quero que você sinta.

Celia sorriu.

- Conversamos sobre isso mais tarde okay? - Ela me deu o lenço  - Temos um filme para apresentar ao publico. E eu não admito que a minha mulher esteja menos do que fabulosa lá fora.

Ela me ajudou a melhorar minha aparência, na medida do possível, fazendo com que eu ficasse mais razoável. Nós saímos juntas da sala e nos encontramos com Harry e John nos esperando do lado de fora, parecendo dois seguranças, ele nem se deram o trabalho de perguntar algo, apenas nos guiaram para uma sala enorme com varias poltronas e um telão. Ao que parece sumimos por tempo demais.

Eu sei que a conversa não acabou, e que seria uma trajetória difícil, mas eu não ligava. O mundo saberia que Celia é minha mulher e ai de quem tentasse me impedir.





O Verdadeiro Amor de Evelyn HugoOnde histórias criam vida. Descubra agora