Na distópica e terrível Europa Medieval, uma doença cruel e misteriosa começa a se espalhar. Há muito misticismo em torno da peste e dos bizarros homens corvos, com seus tratamentos pouco piedosos... Quando a sombra da peste cobre o que um dia foi u...
O sol que frio banhava a cidade Mais parecia tomado por trevas, Pois só se via decadência em tudo Que se assentava sob o céu choroso.
Certas pessoas sofriam em casa E seus gemidos frágeis se perdiam, O badalar do sino da igreja Tanto implorava por perdão divino.
Em meio ao sofrimento que crescia, Os abutres migravam ao banquete, E junto a eles, nós, os homens corvos, Sinais da morte e do mau agouro.
Olhos de vidro, manto e asas pretas, E abaixo do chapéu, um longo bico. Enquanto todos fugiam da peste, Migrávamos em sua direção.
Necrópoles
Entrávamos na cidade decrépita E abandonada por Deus, Alguns homens nas ruas imundas Se flagelavam, No cheiro de sangue Um clamor por perdão.
Alguns tons de preto decoravam Os enterros que aumentavam a cada dia, Lástimas não se alastram lentamente. Os corvos reinavam Assim na terra como no céu, A cidade cheirava a desespero.
As pessoas procuravam Algum raio de luz Por trás dos nossos olhares de vidro, Olhares estilhaçados, Uma faísca de esperança Que queria crescer como incêndio.
E eu olhava aquelas vidas Tomadas por miséria Com compaixão e medo. Dividiamo-nos Para tratar e contar Os doentes.
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Ao trabalho
Uma rua imunda Uma casa infeliz Entre tantas outras iguais.
Uma família em desespero Mais uma vítima da peste: Marido, pai e irmão.
Isolado num quarto velho A tosse ecoa pelas portas Seu jardim de sangue.
Uma feição de terror, Agora duas. Farei tudo por você.
Angustiante
Rosto abatido, expressão distante, Para cessar a sua dor constante Receito as ervas e diversos chás.
Sem respirar, pelo seu peito espasma, Então para afastá-lo do miasma Água potável e o mais puro ar.