Capítulo 1

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Olá, pessoas! Espero que vocês estejam bem. Eu voltei para mais uma história!

☀️🌊

Após cinco anos de uma rotina intensa de estudos e pesquisas, finalmente, aos 22 anos, eu estava oficialmente formada. Sentia-me realizada, mas sabia que precisava de umas merecidas férias antes de retornar à minha vida acadêmica, agora como mestranda. Escolhemos celebrar essa conquista em uma cidade costeira distante, situada em uma bela baía. Nessa viagem, embarcaram comigo meu pai, minha mãe, um tio que era o irmão da minha mãe e um casal de amigos dele, que levaram a filha deles, que tinha por volta dos 2 anos de idade.

Quando chegamos à cidade, o sol brilhava intensamente, um calor absurdo que só pedia por um bom mergulho na praia. A cidade era o cenário perfeito para relaxar. Hospedamos-nos em uma casa acolhedora próxima à praia, onde a brisa do mar e o som suave das ondas davam as boas-vindas.

Assim que colocamos nossas malas na casa, minha família decidiu ir à praia e eu estava mais empolgada que a criancinha. Caminhamos pela areia macia, mas que machucavam meus pés pela alta temperatura. O som das ondas se misturavam com a risada animada da minha família. Ao chegarmos na parte de guarda-sol, enquanto minha família se organizava, meu olhar foi instantaneamente atraído por uma mulher extremamente bonita, que estava deitada em uma espreguiçadeira lendo um livro, próxima ao nosso guarda-sol. Assim que ela notou nossa presença, seu olhar foi ao encontro dos meus. Nossos olhares se cruzaram por um momento, e senti minhas bochechas esquentarem, eu estava tendo o que chamam de "gaypanic". A mulher passou a língua nos lábios e desviou os olhos para o mar e deu um meio sorriso. Voltei à realidade quando minha mãe chamou-me para que eu passasse protetor solar em suas costas.

- Passa bastante. -  Minha mãe pediu.

Pedi a ela que fizesse o mesmo em mim. Enquanto ela passava o protetor, meus olhos buscavam involuntariamente a mulher bonita, que agora lia um livro com um sorriso discreto nos lábios.

Após passar o protetor, decidi dar um mergulho, tirei a roupa ficando apenas com meu biquíni e quando voltei meu olhar para a direção da mulher, ela me olhava. Dessa vez eu não contive o meio sorriso. Corri em direção ao mar e fiquei um bom tempo lá. Me distraí um pouco e quando voltei meu olhar para o banco de areia, a mulher estava entrando no mar. Ela aparentava estar na casa dos quarenta anos, ela tinha um corpo lindíssimo. Não sei o que estava acontecendo, mas eu estava completamente hipnotizada por ela.

Após uns minutos perdida em meus devaneios, decidi sair da água. Chegando onde minha família estava reunida, percebi que todos saborearam batatas fritas e uma picanha, logo senti minha barriga dar sinais de fome. Depois do almoço, deitei-me sob a sombra do guarda-sol, e acabei dando um cochilo.

Acordei minutos depois ao ouvir risadas animadas. Risada característica de crianças que se divertiam construindo castelos de areia. A cena me fez sorrir, logo me lembrei da mulher que tinha chamado minha atenção anteriormente, a procurei ao redor, no entanto percebi que ela não estava mais lá. A esperança de vê-la novamente dissipou-se. Minha família decidiu ir embora para casa e  tomar um banho pra sairmos para jantar e conhecer a cidade.

-

A cidade era pequena, então havia apenas um restaurante, e foi para lá que fomos. Comemos e depois decidimos dar uma volta pela orla da baía onde algumas apresentações estavam ocorrendo, já que o carnaval começaria no dia seguinte. Permanecemos por lá por algumas horas até que, para minha grande surpresa, meus olhos se depararam com a mulher que estava na praia mais cedo. Ela vestia um short jeans curto e um top, um visual praiano. Seus lábios estavam realçados por um batom vermelho, o que chamou ainda mais minha atenção. Ela estava absolutamente linda, e eu completamente encantada. O som da folia estava alto no fundo e meus pensamentos estavam distantes, criando toda uma história com a mulher que eu mal conhecia.

Assustei-me quando ela direcionou o olhar pra mim, rapidamente desviei, mas logo voltei o olhar e ela continuava me olhando. Meu corpo estava completamente paralisado, mas eu precisava fazer algo para vê-la mais de perto, foi ai que eu aproveitei que ela estava sozinha no barzinho e decidi ir pegar uma caipirinha. Caminhei em direção ao balcão tentando manter a postura, mas podia sentir a pulsação acelerada.

- Olá! Como posso ajudar você? - A atendente perguntou gentilmente ao me ver se aproximar do balcão.

- Olá! Eu gostaria de uma caipirinha, por favor. Pode ser de limão. - Falei timidamente por estar bem próxima da mulher loira que troquei olhares durante o dia todo.

- Claro, uma caipirinha de limão vindo para você. Alguma preferência quanto à marca da cachaça?

- Ah, pode ser a da casa mesmo, está ótimo. - Falei.

Uma música agitada começou a tocar e as pessoas cantavam em uníssono.

- O movimento por aqui está animado hoje, hein? - A mulher loira disse com um sorriso nos lábios enquanto olhava para o pessoal. Senti meu corpo entrar em colapso e me esforcei para reagir.

- Eu adoro essa época. - Falei. Foi a única coisa que consegui pronunciar.

A atendente me entregou a caipirinha, e eu agradeci, sugando o líquido em grande quantidade para esquentar meu corpo. Senti o olhar da mulher mais velha em mim.

- Você é do tipo que bebe uma caipirinha num gole só? - Perguntou-me divertida.

- Depende da situação. - Eu disse mexendo o líquido com o canudo. A ouvi soltar arzinho pelo nariz, a olhei e ela tinha um sorriso no rosto.

- Nossa, nem me apresentei. - Ela falou se endireitando no banco. - Prazer, meu nome é Daniela.

- Prazer em conhecê-la, Daniela. Meu nome é Amélie.

- Turista?

- Sim, e você?

- Mais ou menos, moro há uma hora daqui. -  A mulher mais velha disse.

Olhei para suas mãos em busca de uma aliança, impossível uma mulher daquela não ser casada, mas não tinha nenhum anel.

- Você parece tão jovem, me conta sobre você. Aceita mais uma caipirinha? por minha conta.

- Bom, aceito. - Sorri. Eu não iria desperdiçar aquela oportunidade, aparentemente ela estava interessada. - Meu nome você já sabe, eu sou recém formada e estou por aqui para espairecer um pouco antes de começar meu mestrado mês que vem.

- Sério? formada em que?

- Letras, dou aulas de português.

- Interessante. Também sou professora, leciono na universidade da capital.

- Qual sua área?

- Educação. - Falou entregando a caipirinha. 

- Educação é uma área fascinante. - Respondi, aceitando a caipirinha com um agradecimento. - Eu pensei em tentar mestrado nessa área, mas ainda não sei.

Antes que pudéssemos retomar a conversa, um garoto loiro, com idade entre 10 e 11 anos, surgiu ao nosso redor, visivelmente suado e ofegante.

- Preciso de dez reais para andar de bicicleta com a Diana. - Declarou o garoto à Daniela.

Fiquei alguns segundos processando aquele momento. Mesmo ela não usando aliança, isso não significava que ela não era casada. Eu já tinha criado toda uma fic na minha cabeça e aquele momento fez desmoronar-la ao deduzir que aquele garotinho era filho dela. Tomei um gole generoso da bebida na tentativa de recalcular a rota.

- Amélie? - Fui arrancada dos meus devaneios pela voz da Daniela. Olhei para ela, desviando brevemente o olhar para o meu celular, que acendeu com uma notificação de minha mãe pedindo para eu voltar, pois iríamos conhecer outro ponto da cidade.

- Eu preciso ir, foi um prazer conhecê-la. - Disse, levantando-me, e só então percebi que tinha bebido um pouco mais do que imaginava.

- Opa! - Daniela segurou meu braço. - Amanhã tem bloquinho. Se você não tiver outros planos, podemos ir juntas. - Seria esse um convite para uma amizade? Ponderei já que ela tinha um filho e possível era casada e bem casada.

- Claro. - Respondi, rabiscando com um pouco de dificuldade meu número em um guardanapo. - Manda uma mensagem para que eu possa salvar o seu.

☀️🌊

Nos vemos em breve!

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