Voltei mais cedo!
☀️🌊
Acordei com o som suave do vento sacudindo as folhas e dedos me cutucando na costela. Eu sorri, ainda de olhos fechados, mas logo percebi que Daniela estava tentando me acordar de verdade.
— Amélie... — Ela sussurrou.
Abri os olhos devagar, piscando para focar. Daniela já estava sentada na beirada da cama, com os cabelos recém lavados.
— Que horas são? — Murmurei, minha voz ainda meio arrastada por causa do sono.
— Umas sete e meia. — Ela respondeu. — Achei melhor a gente descer logo, você sabe...
Levei um segundo para entender completamente o que ela queria dizer. A casa estava tranquila ainda, todos dormindo, e não havia sinais de vida lá fora além do som distante do mar. Daniela estava preocupada com o fato de termos passado a noite juntas no meu quarto.
— É cedo... Você acha que eles vão desconfiar de algo? — Perguntei, enquanto pegava minha toalha e procurava meus itens de higiene pessoal.
— Melhor não arriscar. Não quero deixar sua mãe com motivos para achar que alguma coisa está errada.
Concordei e fui para o banheiro tomar meu banho matinal. Não demorei muito e logo estava de volta ao quarto, Daniela estava encostada na cabeceira da cama enquanto mexia no celular.
— Seu carro... — Falei assim que lembrei do motivo dela ter ficado aqui essa noite. — Conseguiu resolver?
— Consegui. O guincho vai passar daqui a pouco para levar o carro até a oficina. Já liguei cedo e combinei tudo. — Ela cruzou os braços e me olhou.
— Tudo bem. — Assenti. — Vamos descer, então.
— Acho que a gente devia preparar o café da manhã para todo mundo, já que estamos acordadas. — Ela sugeriu assim que chegamos na cozinha. Daniela pegou a cafeteira e encheu com água.
— Tá bom, vou pegar umas frutas e pão. — Respondi, indo até a geladeira.
Enquanto eu organizava algumas frutas para a salada de fruta e cortava algumas fatias de pão sobre a mesa, senti Daniela se aproximando por trás de mim, me envolvendo em seus braços e beijando meu pescoço. O calor da proximidade dela me fez sentir meu coração disparar. Ela tinha esse poder sobre mim.
— Tá tudo bem? — Ela questionou, sua voz baixa só para mim.
Eu só consegui assentir, incapaz de dizer qualquer coisa naquele momento. Não era o que ela dizia que mexia comigo, mas o jeito que ela fazia. Ela sorriu com um sorriso de quem sabia exatamente o efeito que tinha sobre mim, e se afastou para continuar a preparar o café. Respirando fundo, eu voltei à minha tarefa, tentando me concentrar nos pães e nas frutas, mas com a mente ainda presa nela.
Quando terminamos de arrumar tudo, a mesa estava pronta, e o cheiro de café fresco invadia a cozinha. O sol já estava mais alto no céu, e a casa começava a acordar lentamente. Podíamos ouvir o som de passos no andar de cima e foi aí que ouvimos o som de um motor lá fora, quebrando o silêncio suave. Eu vi Daniela franzir a testa levemente, e então seus olhos se voltaram para a janela.
— O guincho chegou. — Ela falou.
— Já? — Perguntei, tentando disfarçar a decepção, pois queria que ela ficasse por mais tempo. Daniela assentiu, pegando suas chaves.
— Parece que vou ter que perder o café. — Ela disse com um sorriso leve.
— Não dá para você sair assim, sem ao menos tomar um pouquinho. — Falei. — O guincho vai demorar alguns minutos, né?
— Amélie... — Começou a falar, mas eu a interrompi, me aproximando dela e pegando sua mão com suavidade.
— Só um café. — Insisti, com cara de cachorro de rua.
Antes de ir embora de fato, Daniela se inclinou e seus lábios encontraram os meus. O beijo foi rápido pois corríamos o risco de alguém nos flagrar.
Aquele era meu último dia da minha estadia no litoral, e a manhã passou voando entre risadas e conversas em família. Fomos à praia, nadamos, jogamos vôlei e fizemos um piquenique na areia. Mas, mesmo rodeada, eu não conseguia deixar de pensar em Daniela e em como gostaria que ela estivesse ali.
Depois de algumas horas, voltamos para a casa de veraneio, onde a realidade bateu à porta. Eu precisava arrumar as malas, e essa ideia me deixou um pouco apreensiva. O fim de semana havia sido maravilhoso, mas a perspectiva de ir embora me deixava inquieta, principalmente porque eu não sabia o que seria de mim e da Daniela. Continuei colocando algumas roupas na mala, quando meu telefone tocou. Meu coração disparou quando vi o nome dela na tela. Não hesitei em atender.
— Daniela! — Falei, a expectativa na minha voz era inegável.
— Oi, meu bem! — Daniela respondeu, com aquele tom familiar que me deixou instantaneamente mais relaxada. — Eu estava pensando em você.
— Eu também estava pensando em você! O dia todo na verdade. — Eu disse.
— Eu... queria muito te ver antes de você ir embora. - Daniela falou.
— Estou a caminho! — Respondi rapidamente, já me levantando e pegando uma jaqueta. — Chego já já.
Ao chegar, respirei fundo e logo fui recebida por Daniela que abriu um sorriso que me fez sentir que estava exatamente onde queria estar.
— Como foi seu dia? — Ela perguntou ao sentarmos no sofá.
— Foi ótimo! Mas senti falta de você. A verdade é que eu estava pensando em você o tempo todo. — Falei olhando nos seus olhos.
Ela se inclinou e lentamente nossos lábios se encontraram em um beijo suave que logo se tornou mais intenso, como se todo o desejo acumulado finalmente tivesse encontrado seu caminho. Quando finalmente nos separamos, ambas ofegantes, Daniela sorriu alinhando os fios de cabelo.
— Eu queria te fazer um convite. A festa de aniversário da minha filha vai ser no final do mês. Eu contei a ela sobre você, e ela ficou super animada para conhecer minha nova amiga. — Daniela falou fazendo aspas na palavra "amiga". A menção da filha dela me pegou de surpresa, e uma mistura de emoções tomou conta de mim. Fiquei feliz pelo fato dela me querer em sua vida.
— Eu adoraria ir! — Respondi, um sorriso involuntário se espalhando pelo meu rosto. — Quando é a festa?
— No dia 30. Vai ser uma pequena comemoração em casa. Eu realmente quero que você esteja lá. Para mim e para ela, será especial tê-la conosco.
— Com certeza! Vou fazer o possível para estar lá. — Assegurei, sentindo que a proposta era um passo significativo para nós.
A conversa fluiu naturalmente entre nós, enquanto Daniela me contava sobre a filha, seus interesses, e como estava animada para a festa. A ideia de ser parte desse momento familiar era incrível, e eu me sentia mais próxima dela a cada palavra. O momento que compartilhamos no sofá não era apenas um beijo, mas sim uma promessa silenciosa de que ela estava disposta a dar passos naquele caso indefinido.
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Bajo el sol
RomanceDurante as ensolaradas férias no litoral, Amélie Lavoie, professora recém formada, cansada da rotina acadêmica, buscou refúgio em uma pequena cidade costeira. Em meio ao cenário paradisíaco, ela conhece Daniela Montanari, uma professora universitári...