001 ── colombista

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RICHARD RÍOS
o dia em que
o ciclo vicioso recomeçou.
reminder | the weeknd

𝐌𝐈𝐑𝐀𝐍𝐃𝐀 𝐄 𝐄𝐔 éramos as duas faces da mesma moeda

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𝐌𝐈𝐑𝐀𝐍𝐃𝐀 𝐄 𝐄𝐔 éramos as duas faces da mesma moeda. Comparação irônica, considerando a parte onde nenhum valia um real. O ponto de ruptura, no entanto, era que nunca estávamos alinhados no quesito concordância. Quando eu queria ficar, ela queria ir embora; quando eu queria partir, ela quem pedia pela minha permanência. Mas, de um jeito bagunçado e inexplicável a olhos externos, nós funcionávamos bem. Nos entendíamos.

Nosso caso seria perfeito dessa maneira, se não fosse por um detalhe irreversível: nunca conseguíamos nos manter distantes ─ e ambos podiam afirmar que por falta de vontade ou esforço não era.

Discutíamos com ânimos exaltados, seguíamos rumos distintos, conhecíamos outras pessoas e nos envolvíamos com elas. Tudo isso inúmeras vezes, mas, como se premeditado, as dicussões eram encerradas sempre da mesma forma e todos os caminhos terminavam no mesmo lugar: suas pernas ao meu redor, minha boca afundando na sua, suas mãos traçando todas as minhas tatuagens e os malditos olhos castanhos me olhando como se estivéssemos nos conhecendo pela primeira vez, quando a realidade era quase termos nos matado minutos antes.

Nossos caminhos, embora tentassem à qualquer custo serem opostos, encontravam-se em algum ponto. Eu não conseguia evitar pensar em Miranda quando estava com outras mulheres e, como um imã conectado a mim, ela parecia saber os momentos em que isso ocorria, pois a mensagem repetia-se no meu celular todas as vezes: "Ocupado com outra enquanto pensa em mim?"

Mulher diabólica.

Aiyra era o tipo de pesssoa que quanto mais você conhece, mais viciante se torna. E quanto mais tenta esquecer, mais ela te lembra da existência. Seria romântico, caso não fôssemos dois cretinos que, embora desapegados e totalmente a favor da casualidade, nutriam traços territorialistas nada favoráveis à situação.

Existia também a parte onde o flerte favorito dela vinha acompanhado de outro cara. Eu conhecia seus joguinhos tanto quanto ela conhecia os meus, e confesso que me animava quando eles começavam.

Se eu e Aiyra estivéssemos sob o mesmo teto, ninguém mais importava além de nós. Tudo girava ao nosso redor.

Os caras que ela usava para me provocar ou as mulheres que eu beijava à sua frente pela mesma razão não passavam de intermediários. Peões no nosso tabuleiro, os quais íamos manipulando como pontes para chegarmos um ao outro.

E era aí que as coisas perdiam o freio.

Ainda que não houvesse um relacionamento entre nós, eu não sabia até onde estaria disposto a ir por Aiyra e arrisco dizer que nem ela por mim. Nesse sentido, romantismo estava fora de questão. Devido a isso, quando meus instintos em relação a ela começavam a ser intimistas demais, eu sumia durante determinado tempo ─ pela minha própria sanidade, confesso.

As últimas semanas, por exemplo, tinham sido assim. O problema começara, entretanto, no dia em que notei a ausência de suas mensagens. Aiyra concordava com os momentos de "respiro" justamente por ter motivos similares aos meus, mas sempre se fazia presente de alguma forma, fosse respondendo minhas publicações no privado ou enviando mensagens no decorrer das madrugadas.

Somavam dias, porém, que nenhum sinal seu surgia na minha tela de bloqueio. Nem em suas redes sociais. Ou em quaisquer outros meios utilizados por mim para acompanhá-la à distância.

Pior do que ser obrigado a tomar distância de Aiyra para não acabarmos ultrapassando os limites saudáveis da casualidade e nos matando, era fingir que a excitação em meu peito sempre que sua foto aparecia no meu feed tratava-se de qualquer coisa menor do que saudade.

A mulher fazia o inferno na minha vida, revirava minha rotina quando bem entendia e ao invés de ficar feliz quando estávamos separados, eu sentia falta. Cada louco com suas loucuras, vai entender.

── Não colocou o colombista pra jogo ainda, tá sinistro ── Endrick parou ao meu lado com a respiração ofegante, alternando a atenção entre o que acontecia no treino e a conversa ── Qual foi, pai?

Colombista era uma mescla entre colombiano e paulista, a nacionalidade que ele jurava de pés juntos ser a minha ─ e, caso não tenha ficado claro, era importante ressaltar que Endrick adorava inventar palavras.

── Aposto duzentinhos que é mulher ── Gabriel Menino alfinetou ao passar por nós.

── Rala, pô ── rebati, com um sorriso ladino. Os olhos curiosos de Endrick me encaravam com divertimento ── Que foi? Não confirmei nada.

── Ninguém te viu negando ── Veiga alfinetou, surgindo em nosso encalço.

Balancei a cabeça em negação, agradecendo ao destino pela concordância coletiva em fazer uma pausa para beber água.

Aproveitei para checar minhas mensagens e dar uma olhada rápida nas menções do meu Instagram. Na página inicial do aplicativo, outra coisa chamou minha atenção. Ergui as sobrancelhas diante da publicação recente nos melhores amigos de Aiyra.

Não era possível distinguir muito a foto e eu nem precisava. De costas para a câmera, a mão espalmada em sua bunda já dizia mais do que o necessário.

Era hora de voltar.

『 𝑒𝓋𝑒𝓇𝓎 𝓉𝒾𝓂𝑒 𝓎𝑜𝓊 𝓉𝓇𝓎 𝓉𝑜 𝒻𝑜𝓇𝑔𝑒𝓉 𝓌𝒽𝑜 𝒾 𝒶𝓂
𝒾'𝓁𝓁 𝒷𝑒 𝓇𝒾𝑔𝒽𝓉 𝓉𝒽𝑒𝓇𝑒 𝓉𝑜 𝓇𝑒𝓂𝒾𝓃𝒹 𝓎𝑜𝓊 𝒶𝑔𝒶𝒾𝓃
𝓎𝑜𝓊 𝓀𝓃𝑜𝓌 𝓂𝑒.

acho engraçado que eu dificilmente gosto dos primeiros capítulos que eu posto

postar uma foto com outro pra ver se o ríos vem atrás de mim também sonhar nunca desistir

inclusive pelo menos 1M de visualizações do vídeo dele com o endrick são minhas 👋🏼

com amor,
doda.

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