MIRANDA AIYRA
a noite em que
ele não deveria ter voltado.
★ attention | charlie puth𝐍𝐀 𝐋𝐈𝐒𝐓𝐀 𝐃𝐄 coisas que me faziam ser eu, três elementos cruciais assumiam a liderança.
Em terceiro lugar, meus trabalhos voluntários. Já tinha conhecido diversos programas e projetos sociais envolvendo animais, além de participar de voluntariados no exterior duas vezes. Estar em contato com eles fazia com que uma parte de mim, aquela que eu receava perder ou esfriar, permanecesse acesa e pulsante. Tornavam humanos os meus impulsos individualistas.
Em segundo lugar, grandioso ao ponto de ser um dos meus favoritos mas não o suficiente para assumir o topo: silêncio. Eu adorava me encolher num casulo invisível dentro da minha cabeça e apenas divagar sob a minha própria aura de pensamentos bagunçados.
E, de forma abrupta e incontestável, chegava o primeiro. A razão pela qual eu alimentava forças para levantar às manhãs e dormir satisfeita à noite: a dança. Com os holofotes e olhares sobre mim, eu era outra pessoa. A face desinibida de uma introversão que eu sabia ser variável, embora tão presente que beirava a tortura.
Pés sempre descalços, luzes amareladas ofuscando minha visão e as instruções da professora ao fundo, que tornaram-se enevoadas como fumaça diante da cena à minha frente. Os passos executados por mim e os outros integrantes do grupo não impediram que meus olhos capturassem a movimentação nas escadas superiores, um olhar que eu reconheceria em qualquer lugar fixo em mim conforme a silhueta esgueirava-se em meios às sombras do teatro.
Naquele momento, duas bandeiras vermelhas tinham sigo erguidas na minha mente: 1) Para evitar exposições indesejadas, Richard e eu tínhamos combinado de não invadir os espaços cotidianos um do outro e 2) Ele nunca aparecia sem avisar, mesmo aos fins de semana.
Merda, não. Existiam ótimos momentos para ele ressurgir na minha rotina. Aquele definitivamente não era um deles.
E a julgar a agitação em suas íris, eu com certeza deveria ter o mínimo de noção do motivo por trás de sua aparição repentina.
Eu, que nunca fugia de nada, torci internamente para que o relógio torcesse ao meu favor e o ensaio demorasse mais do que o habitual para terminar. Como uma ironia do destino, porém, minha mentora, que era irreversivelmente rabugenta e exigente, decidira acordar de bom humor naquela sexta-feira.
── Passo mais tempo com vocês do que com o meu marido. Se eu continuar vendo essa atrocidade que vocês chamam de coreografia por mais cinco minutos, desisto da carreira ── disparou ela, incrivelmente menos amargurada do que de costume, e nos dispensou com um breve aceno de mão.
Recolhi meus pertences, respirando fundo ao erguer o olhar e ver apenas vazio onde até então estava Richard. Antes de sair, me despedi das outras garotas que ficaram por último como eu, me certificando de que ninguém o tinha visto quando não mencionaram o assunto ou sua aparição.
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SOBRE NÓS ★ ríos
Fanfiction━━ tá no inferno abraça o capeta, né? ❞ richard ríos tinha pavor de todas as cláusulas e compromissos decorrentes de um relacionamento sério. toda a sua reputação de cafajeste intocável é colocada à prova, no entanto, diante da menção de um simples...