✦✧𝘼𝙡𝙙𝙧𝙖࿐ɞ✦✧

𝗍᥆ძ᥆s 𝗍ᥱm᥆s іᥒ𝖿ᥲ̂ᥒᥴіᥲ-3

27/02/1704
??? - ???
09:34
Local: Cafeteria

       Aquele local extraordinariamente grande trouxe a Jazz lembranças da inauguração do Restaurante Legado Lggj lá nos primórdios de Topcity, recordava com clareza seu aprendiz apresentando-o a todos os cidadãos e orgulhosamente se vangloriando de todo o trabalho duro que havia feito, não antes desse trabalho duro ir pelos ares por um prefeito ganancioso e sua organização de robôs simulados que faziam tudo o que ele mandava com seu exército de dinamites, história da qual fez Lg, absolutamente magoado e confuso, se deixar levar por Jazz e seus objetivos, do qual agora se arrependia profundamente de tê-los, do contrário, talvez ainda pudesse estar curtindo a vida ali, no parque de diversões, vendo todos serem amigos e essas coisas, apesar de nesses seus sonhos lúdicos ele ter se esquecido que houveram alguns fatores externos que sagraram a ruína da cidade e de todos os moradores.... E ele pensando na cidade perfeita nem reparou Nogal dando 1001 petelecos na cabeça dele, enquanto fazia um dueto de sambalelê com Apuh, que não a acompanhava nos petelecos, mas sim fazia uma coreografia toda zoada que dava vergonha alheia em qualquer um que visse (exceto por uma pessoa absolutamente encantada que começou a querer imitar o ruivo), e Jazz, notando a bagunça que estava do seu lado, tentou botar os dois pra correr, não adiantou, pois ao invés de espantá-los só aumentou a confusão, até Lilith realmente afugentar os desordeiros, gritando especificamente a Apuh que ele só a dava vergonha e não tinha juízo nenhum, e a segunda indisciplinada também levou um esporro, e nenhum dos dois reparou que Jazz estava rindo deles.

    Logo após esse pequeno incidente, todos os presentes se sentaram e começaram a fazer os pedidos, que eram simples, como sucos, sanduíches de pão integral, mistos quentes, algumas tortinhas e entre essas coisas; o garoto de cabelos mais ou menos arrumados esperava seu pedido sentado e quieto, enquanto Lg conversava com Cherry e os que sobraram faziam a maior algazarra do outro canto da mesa, pareciam estar brincando inocentemente com um baralho que Apuh havia trago, e por mais que talvez tentassem ficar calados o jogo era bem mais importante que tudo naquele momento, certamente se essa dupla fosse fruta, eles estariam mais verdes do que nunca. Mas ao invés de perder o próprio tempo julgando gente estranha, Jazz preferiu se juntar a Lg e Cherry em sua conversa sobre cores favoritas, que também envolvia algo sobre a família de ambos, da qual Cherry mencionava barulhos estranhos e conversas nojentas, uma convivência caótica e um menino muito maldoso que entrava na casa dela e fazia seu irmão chorar (essa parte ela havia dito sussurrando, pois era um perigo qualquer um que não fossem os três escutar), já Lg dizia o quão assustador era ficar com a avó, o pai e os tios, pois eles faziam de tudo pra jogar na cara dele o quanto o detestavam, e Jazz simplesmente se calou, mentalmente agradecendo por ter uma família minimamente decente e que o amava, mas para quebrar o gelo recebeu Lg na própria família, alegando que ali sim ele seria amado, e Cherry achou esse um ato muito adorável vindo da parte de seu amigo, e complementou que ele era muito bem-vindo para conversar com eles o quanto quisesse, mas os três foram interrompidos por um grito vindo de Nogal: -GANHEI! GANHEI! EU VENCI, VOCÊ É A MULHER DO SAPO!-ela proferiu essas palavras saltando da cadeira que estava, dançando sobre o assoalho da cafeteria, enquanto logo atrás um ruivo extremamente zangado a fulminava com o olhar e gritava quase tão alto quanto a garota: -NÃO SOU NÃO, VOCÊ TRAPACEOU!-e pelo semblante da menina, ela não curtiu a acusação: -EU NÃO TRAPACEEI NÃO, VOCÊ QUE É UM MAU PERDEDOR E NÃO QUER ADMITIR MINHA VITÓRIA!-E todos ali pensaram que ele iria rebater, mas simplesmente se calou e mergulhou a cabeça na mesa.

      Depois de um certo tempo, os pedidos dos presentes chegaram, todos comeram, conversaram, e se divertiram como podiam na cafeteria, mas como tudo acaba, Lilith pagou o café e todos se retiraram alegres e satisfeitos, e Juliana perguntou aonde mais eles queriam ir, e todos, exceto Jazz afirmaram e alto e bom som que queriam o parquinho, pois eles queriam brincar de várias coisas ali, e ela perguntou o que seu filho mais novo iria querer, pois ele foi o único que não falou nada, o problema era que Jazz estava paranoico com alguma movimentação estranha perto de onde eles estavam, e sua mãe, certamente cética em relação à paranoia do filho, se abaixou ao lado de seu mais novo proferindo essas palavras: -Meu anjo, não é necessário você ficar com medo até do vento, afinal, nem tudo na vida quer te matar meu amor, é claro, o medo e a ansiedade são necessários algumas vezes, mas não permita que eles te deixem doente, e nem permita que eles estraguem os bons momentos da vida, está bem?-Jazz suspirou, e apesar de realmente achar que tinha algo estranho acontecendo, escutou sua atual mãe e disse que queria estar no parquinho também.

    Ao chegarem no lugar tão desejado pelas crianças, todas elas se dispersaram para os brinquedos aos gritos de Juliana que não era para irem tão longe e nem saírem do campo de visão dela, mas, pelo fato de só Lg, Cherry e Jazz terem parado e irem a algum brinquedo mais perto, era óbvio que só os três escutaram: -Ai minha nossa senhora Lucy, nem parece que esses dois jumento são os mais velhos mano, eles são muito irresponsáveis. -Disse Jazz, só observando Juliana louca atrás dos dois travessos, enquanto Cherry discordava dele: -A Camila talvez seja sim um pouquinho irresponsável, mas meu irmão é só um pouco baderneiro, pois o quarto dele é limpo, as coisas são guardadas e organizadas, e ele sabe fazer comida muito bem. -Jazz, cético mostrou sua opinião em uma palavra: -Duvido. 

-É sério -disse a mocinha com seus olhinhos cor de grãos de café reluzindo através da luz do sol, parecia admirar muito seu primogênito, o que apesar de Jazz estranhar e muito, ele decidiu não contestar contra a admiração da amiga, pois ela era uma criança, e crianças costumavam ter para si ídolos, independente de quem sejam, e querendo ou não, Jazz também era uma criança naquele mundo, o que apesar de ser um grande empecilho pra ele fazer as coisas que pretendia, aquela era a melhor fase de sua vida, e só depois de se tornar adulto em Topcity ele percebeu isso, então, o que podia fazer era se calar, e deixar Cherry futuramente tirar as próprias conclusões.