𝑽𝒆𝒓, 𝒐𝒖𝒗𝒊𝒓 𝒆 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒓-𝟓

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04/04/1704
?? - Adna
23:11
Local: Casa do Jazz

𝙑𝙚𝙧, 𝙤𝙪𝙫𝙞𝙧 𝙚 𝙨𝙚𝙣𝙩𝙞𝙧... 𝙊 𝙦𝙪𝙚 𝙚𝙨𝙩𝙤𝙪 𝙛𝙖𝙯𝙚𝙣𝙙𝙤 𝙖𝙦𝙪𝙞?...

Tirando um pouco o holofote de seu irmão caçula, era notável a repentina passagem do tempo, havia algo discutível para a jovem Nogal e seus atuais 10 anos de vida, ela estava sentada no pequeno sofá de sua sala escutando Jazz falar algumas baboseiras sobre uma cidade que ela achava que era só lenda, claro, a morena já ouviu falar da tal Topcity, sua ascensão, sua glória, suas intrigas e também principalmente sua queda, mas ela não ligava tanto pra isso, só achava que as pessoas que viviam lá deveriam ser menos bestas e também notarem o "dark lichen" mais cedo, afinal lá tinha um cientista não é? Apesar que ela esteve sonhando com isso recentemente, e ouvia vozes que sempre lhe diziam que ela era pertencente de lá, que as tais Craftgirls precisavam dela e Lg queria sua ajuda, com o quê e a causa disso ela não fazia a mínima ideia, porque o mês que ele passou lá já foi o suficiente pra ela perceber que o primo não era muito seu fã, e ela muito menos: -No... Camila! Você está me escutando ou está pirando na batatinha?!- Jazz chamou a atenção de sua primogênita praticamente gritando em seu ouvido, e Nogal retribuiu gritando também -O QUE FOI? VOCÊ QUER PARAR DE ME SACUDIR?! -e obteve uma resposta tão gritante quanto a primeira, o que foi o suficiente para Juliana chegar e imediatamente mandar os dois irem dormir, e de "bom grado" eles obedeceram sua ordem, e ao chegar em sua cama ela ouvia Jazz resmungar sobre gente estranha e surda, e Nogal pensava que esquisito era ele, que ficava mencionando da Lenda de Topcity como se ele tivesse estado lá, e também pensou que tudo o que ele disse era balela, bobagem... Uma grande mentira?... Sim, um rumor insignificante.

E adormeceu, mas a morena começou a sentir um formigamento e uma dor de cabeça questionável, e tentou acordar para chamar seus pais, mas suas pernas e braços não queriam se mexer de jeito nenhum, e quando Nogal tentava gritar para pedir ajuda, tudo o que conseguia era um gemido sufocado, e enquanto se perguntava porque seu quarto ficava cada vez menor, ela sentiu uma criatura sentar sobre sua cama e colocar a mão sobre seus olhos e a fez alucinar que tinha começado a voar e lentamente estava deixando-se para trás, e de repente tudo parou de ímpeto e a garota se viu deitada em algo duro, antes de ter uma perda na consciência que a fez "bater de cabeça" mesmo sem sentir nada.

Depois de um certo tempo, em um lugar enevoado e coberto pela sombra da noite, a jovem acordou e se levantou se sentindo atordoada e tonta, tendo a descoberta de que o lugar em que estava era um grande campo de cogumelos gigantes secos e tomado por um oceano imenso ao seu redor, ela se perguntava como iria sair daquele lugar mórbido e estranhamente banhado por uma chuva sem fim, até que caminhando ela encontrou uma pequena canoa de carvalho na ponta da ilha, e remou aparentemente sem rumo pela direção em que o barco estava apontado quando foi encontrado, vendo a brisa gélida formar ondas no mar, sim, Nogal sabia que nada daquilo era verdade, nada era verídico, em especial pelo fato dela não sentir os pingos da chuva em seu rosto, mas parecia tão real, era algo que para ela era efetivo, e a menina se via na água, na verdade uma forma espectral, que era a sua forma dourada e olhos reluzentes e cianos, até que finalmente avistou uma praia ao longe, e remou para lá o mais depressa possível com a esperança de sair daquele pesadelo tempestuoso, e voltar para sua cama com a sua família, então ela chegou, porém ela não encontrou nada além de uma praia com algumas casas e com a peculiaridade de estar completamente enodoada com uma espécie de líquen azul e gosmento, aquilo estava imundo, e era repugnante para Nogal se manter ali por mais 1 segundo, então ela adentrou a floresta e desviou de alguns arbustos, logo abandonando a floresta, a morena se atentou à cena de uma urbe completamente resguardada do mesmo líquen que observou na praia, era ao mesmo tempo que imundo era assustador, ver que uma grande metrópole como aquela estava inteiramente coberta de uma coisa tão asquerosa ainda, o que aumentava mais sua vontade de fugir de imediato, mas quando se virou para correr e gritar, uma voz abafada, mas muito parecida com a dela a chamou: -Ei, garota, não te aconselho a fazer isto, você só irá acabar enlouquecendo, eu sei que você está assustada, mas não há porque sentir medo de mim, eu te prometo... -a jovem imediatamente e absolutamente aterrorizada, quem estava ali com ela?: -Oi? Como assim? Sai daqui! Eu não quero falar com você! -Nogal gritando isso vivenciando um filme de terror, e começou a chorar, proferindo: -Eu só quero voltar pra casa, quero só ver algo claro, ouvir a voz dos meus amigos e sentir qualquer coisa... - fungou -se você não puder me ajudar, não fale comigo!

Logo após mencionar essa condição, a menina se fechou, colocou as mãos sobre o rosto e começou a chorar desesperada, e lentamente viu a sombra de alguém se aproximar caminhando, e também estender-lhe a mão, na espera de que a chorosa Nogal estendesse a própria mão para que ambas se tocassem, mas sendo recusada pela mesma que ao invés de aceitar curvou o rosto e o encolheu entre as douradas pernas, e a figura, que se revelou ser uma mulher quase igual a ela, se sentou e se apresentou de maneira simpática: -Oi pequena, eu sou a Nogal, e eu sou uma moradora dessa cidade, que pelo estado dela é meio difícil acreditar que alguém já morou aqui, não é? -A Nogal jovem tirou a cabeça do meio das pernas e timidamente concordou com a mais velha -Bom, às vezes nem eu consigo crer que tudo chegou a esse estado... -ela sorriu meio triste, e continuou seu diálogo, observando por todas as direções a cidade -Mas creia, Topcity já foi uma localidade muito bonita, mas infelizmente Jazz e Lg, com o fogo no cu deles destruíram tudo com essa porcaria de dark lichen, dois ridículos. -ela falava chorando e com o semblante coberto por raiva e mágoa, e nem havia percebido a mais nova atônita com a menção do nome Topcity, então aquela cidade fantasma era a tal cidade que só existia em lenda? Era igualzinha como descrita por seu irmão e no livro de lendas que havia lido, ótimo, ela sabia aonde estava, só precisava descobrir como sair dali, e continuou escutando a mulher, que continuava mencionando como a sua cidade era linda antes, também como frequentemente se sentira traída, entretanto disse que a  culpa não era de seja lá quem fosse, mas aí, Nogal começou a se sentir flutuando novamente, e lentamente estava subindo mais e mais, logo estava acima das nuvens e avistando uma clara e estranha luz, e também viu sua família inteira, quer dizer, Lg não estava lá, mas isso não vem ao caso, e flutuou mais ainda, até que sentiu novamente seus pulmões puxando ar e embrulhada com roupas e um lençol, e seus pais a abraçaram forte.

-Camila querida, ainda bem que você está bem meu amor! -Disse Juliana com uma voz rouca e chorosa -eu e seu pai ficamos com muito medo quando te vimos chorando e convulsionando... Nunca mais me assuste desse jeito, está me ouvindo mocinha? -Continuou, e Nogal ainda meio zonza ouviu um médico chegar com alguns papéis, dizendo que ela teve uma paralisia do sono, que talvez tivesse sido causado por algum estresse que ela teve antes de dormir, e as convulsões poderiam ter sido causadas por um distúrbio metabólico, e também recomendou alguns medicamentos e cuidados para evitarem novos ataques, e aconselhou a deixarem ela descansar, e foi isso o que fizeram, e Nogal viu Jazz a olhar assustado, talvez estivesse traumatizado com as convulsões ou coisas do tipo, mas a morena nunca conseguiu entender o real porque do olhar, só sabia que estava extremamente cansada e só queria dormir, e entender o porque que havia ido parar em lugar tão estranho...

05/04/1704
?? -Adna
02:09
Local: Hospital pediátrico

Ok, Jazz estava aterrorizado, o que era normal, pois ele foi o primeiro a ver Nogal ter os ataques de paralisia, ele havia ficado desesperado como nunca, mesmo sabendo que paralisias do sono não matavam, o menino sabia que ela estava sofrendo sem poder pedir ajuda, e o olhar assustado e cansado dela só reforçava seu pensamento. Juliana, Marcos e Jazz estavam senados na cadeira da sala de espera, aliviados por saberem que Nogal estava bem, os adultos estavam conversando sobre as recomendações do médico e o garoto só estava parado, ainda assustado, mas aliviado, odiava ter muitos sentimentos misturados. Amanheceu e a irmã mais velha do garoto recebeu alta e todos foram para casa, praticamente dormindo e torcendo para que não tivessem outros mais problemas quando chegassem, e suas preces foram em vão, pois um único garoto chamado Lg havia feito uma puta bagunça na casa inteira, e que Jazz lembrava só haviam deixado ele ficar porque precisavam cuidar de Nogal e não tinham tempo para as insistências que ele fazia, mas pela cara que Juliana estava fazendo, nunca mais iriam deixá-lo sozinho, e em um cúmulo de raiva e desespero haviam mandado o de olhos rosas para o quarto de castigo.  

Ps: Repostado também

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