Azul Como Oceano Vermelho Como Sangue

01

Chuuya Nahakara

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❝ O corpo é capaz de guardar memórias que você se quer é capaz de lembrarᵕ̈

Meu corpo doía.. Estava frágil e gelado pelo vento forte que entrava pela janela. Meus olhos abriam lentamente devido ao cansaço. Minha playlist ainda tocava, não era uma música super agitada, mas nem tão calma, soava em um volume bom. Era "Mad Sounds - Arctic Monkeys".

Finalmente entendi o que havia acontecido.

― Eu dormi encima dos livros... ― Bocejo ainda com sono e preguiça. Eu teria que guardar o material, e me deitar na cama já que ainda era muito cedo. Não se passavam das 04:00 pois ainda tava muito escuro.

Chuuya cria coragem e levanta de sua cadeira, descendo até a cozinha pegar um copo de água.

Pelo horário, supos que seus pais estavam dormindo, então ficou aliviado por não ter que lidar com eles agora.

A água descia gelada pela minha garganta, provavelmente seria um problema depois, mas estava com tanta sede que isso era o de menos. O copo já vazio, eu apenas coloco encima da pia e subo de volta para o meu quarto.

Mesmo que nada houvesse, eu me sentia incomodado, minha pele estava gelada e meus poucos pelos estavam arrepiados. Eu podia ter certeza que estava tremendo.

Não tinha motivos para isso, mas minha ansiedade tomava conta a cada segundo, minha mente rodava em torno de uma única questão, de onde eu te conheço?
Eu não fazia ideia do por que esse pensamento sempre voltava. Era quase como um castigo por minha existência, ou só meu cérebro pregando alguma peça. E seja lá o que fosse, não significa coisa boa.

Tento respirar fundo, e organizo meus materiais, fecho os livros abertos sobre a mesa, guardo os cadernos na mochila, coloco os lápis e caneta no estojo, e o guardo na mochila.

― Ai minha caminha ― Me jogo na cama abraçando os travesseiros. ― Senti saudades querida ― falo me referindo a cama.

Puxo um cobertor, me cobrindo, a coberta era quente, seu tecido era macio causando um conforto. Mas por mais aconchegante que seja, ainda era estranho meu corpo dentre o lençol. Era como se arranhasse a cada vez que encostava em mim, era macio, mas meu corpo não aceitava o contato. Causando alguns espasmos.

Porém felizmente, depois de algum tempo agoniado, me virando de um lado para o outro, meu sono finalmente se fez presente.

[...]

Meu despertador havia tocado, eram exatas 06:40 da manhã, meu animo estava totalmente esgotado, minha preguiça elevada por acordar tão cedo, eu provavelmente só levantaria quando meu alarme tocasse novamente, já que não seria possível faltar, pois teria prova de física. E minha nota não estava uma das melhores, não era baixa, mas também não era boa.

― Te odeio professora de física.. ― levanto sonolento até o banheiro, escovando meus dentes e indo tomar um banho rápido.

Meu cabelo cacheado recém molhado estava desgrenhado, e com nó. Não seria fácil pentear, o que me causou mais desânimo ainda.

- Eu vou fingir doença - Resmungo procurando a escova, creme, gel e o difusor.

[...]

Já estava quase pronto, estava de uniforme, cabelo penteado, com meus brincos, e obviamente minhas luvas e minha gargantilha.