Política Antiga

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Estávamos em um combate verbal a horas.

A reunião que era pra ser sigilosa e completamente íntima, está uma verdadeira bagunça e gritaria.

_ O problema em questão, não é se conseguimos lidar com isso. Temos um exército excelente e capaz. - a voz da fêmea foi ouvida em todos os cantos da tenda - Mas sim. O por quê, de confiarmos em alguém tão rapidamente, sobre um assunto tão delicado. E ainda mais, por quê, de ela estar aqui presente. - Nestha, como imaginei, imbatível

Todos ali presentes dirigiram seu olhar a mim. Eu consegui sentir quando Mor usou seu poder. Quando Cass se remexeu ao lado da loira. Como as acompanhantes de Nestha, que ainda não me apresentaram, se esticaram para ficar maiores. E até mesmo Lucien, que conheci a pouco, ranger seu olho de prata.

Mas foi Rhysand que tomou a palavra, pondo ordem no seu pessoal.

_ A senhorita Darya, é uma velha amiga. - me olhou de esgueira. E sem eu perceber, aquilo me afetou - E eu ponho minha mão no fogo por ela, e sua ajuda. - ele se escorou na espichada mesa do local

As palavras ecoaram em minha mente por minutos. Até o silêncio formado ser novamente quebrado por uma discussão.

_ Darya era sua empregada a séculos atrás. Não sua amiga. Pensei ate que tivesse sido morta pelo que fez. Por que colocar a mão no fogo por uma fêmea que matou sua mãe ? - Devlon ergueu uma sombracelha para Rhysad, que agarrou com força a madeira da mesa

Ofegos foram ouvidos. Todos chocados com a nova, e não verdadeira, informação.

_ Como poderíamos fazer o mesmo se nem a conhecemos. Não sabemos sua competência. Nem seu valor. - foi a vez de um dos comandantes do acampamento falar, ao seu lado, Devlon tinha um sorriso vitorioso - Afinal, é apenas uma fêmea com um rostinho bonito. - sorriu me fitando de cima a baixo

Foi o bastante.

Eu não ouviria esses machos me difamarem assim.

Nada daquilo era verdade.

Meus pés agiram rápidos. Em uma curta corrida até os dois machos.

Um soco fora desferido ao comandante. E uma pequena onda de poder, foi em direção à Devlon, o prendendo no ar.

_ Vadi... - não deixei com que completa-se

O agarrei pelos fios ralos, o prensando contra a mesa.

O grande objeto de madeira escura, onde antes Rhys estava escorado, era assim como em meu barco, entalhado com o mapa de toda Prythian.

O rosto do macho foi de encontro com a Corte Noturna, o que deixaria marcas depois.

_ Está vendo essa terra toda ? - prendi seus braços em suas costas - É seu dever proteger tudo isso. Com sua vida. - ele gemia e me lançava pragas inaudíveis - Agora. Está vendo seu Grão-senhor, na sua frente? - ele gemeu, um filete de sangue saindo de algum lugar de seu rosto - É dele que você segue ordens. Não de mim. Dele. - ergui novamente seu rosto, não deixando respirar, o joguei novamente. Agora, em Maresia - Está vendo todo esse mar ? É meu ! Eu comando, eu sou dona. Eu é quem controlo. Um pio sobre a minha dignidade e veracidade, e você conhecera a Mãe antes do que planejou. - sussurrei para que apenas ele escutasse. Mesmo que não tenha funcionado

O soltei de uma vez. Bruscamente. E sem dó. O deixando ali tomar seu ar, e repensando em minhas palavras.

Me virei agora para Devlon. Que tentava a todo custo se soltar de meu poder. Uma onda branca de puro poder rodeava todo seu corpo, prendendo suas mãos em seu torno.

Corte de Danças e SonsOnde histórias criam vida. Descubra agora