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Ana

Peguei a chave com ela e as meninas ficaram me zoando, só a Raquel que pareceu não gostar.

Falei para ele ir devagar, e ele disse que iria devagar dessa vez. Ele me ajudou a subir na moto e quando eu subi que ele ligou a moto, o bonito pegou minhas mãos e colocou na cintura dele, como um abraço, balancei a cabeça em forma de negação rindo da situação.

Fomos o caminho todo em silêncio, porém eu percebi que ele não estava descendo até a minha casa, ele estava subindo o morro.

Ana: Estamos indo aonde?

Px: Você já vai saber.

Não disse mais nada e fiquei vendo ele subir o morro, o único barulho que dava para escutar era do som do baile.

Px: Chegamos. - Ele parou com a moto e eu desci e logo em seguida ele.

Ana: Uau, que vista linda.

Px: Sabia que você iria gostar, vem, vamos sentar ali.

Sentamos em um tronco de árvore que estava ali.

Ana: Todas que você pega você traz aqui e? - Falei rindo

Px: Que visão você tem de mim em morena, mas não, você é a primeira. Só quem conhece esse lugar sou eu e meu irmão. Quando éramos crianças rolou uma invasão e corremos aqui pra cima, e conhecemos o lugar.

Ana: E agora eu, que top. Amei aqui em cima, vou trazer uns ficantes.

Px: Qual foi do papo Ana Luiza, se liga. - Ele falou todo bravinho me fazendo rir dele.

Ana: Tô zoando com a sua cara bobão.

Ficamos um tempão ali conversando sobre tudo, perguntei dos pais deles, e como o irmão dele virou dono do morro, a história é triste. Os pais morreram em uma invasão que teve no morro o irmão dele chegou a ver uma parte em que o rival matava os pais com um tiro na cabeça, então ele morreu pra cima do cara dando muito tiro. Foi assim que ele ficou no comando do morro.

Ana: E como você se sente, deve ter uma pressão enorme em cima de você também né.

Px: Eu me sinto mal, porque essa não era a vida que eu queria, mas também não deixaria meu irmão na mão. Meu irmão já era do crime, eu entrei depois que meus pais morreram para ajudar meu irmão.

Ana: Qual seu nome Px?

Px: Meu nome é Pedro.

Ana: Um nome bonito, mas porque do x, quero saber.

Px: Meu sobrenome é Xavier, aí achei legal colocar Px.

Ana: Sobrenome bonito.

Px: Igual ao pai aqui né, você tem sorte de ter um namorado bonito assim.

Ana: Namorado? - Falei rindo da cara dele - Vai com calma meu parceiro, tô pronta para isso não.

Px: Confia no pai que é sucesso.

Ele puxou meu pescoço e chegou às nossas bocas pertinho uma da outra e me deu um beijo, o beijo era perfeito, o encaixe das nossas bocas uma na outra, a  conexão que eu senti e as borboletas no meu estômago, primeira vez que sentia isso na vida.
Ele me beijava lentamente, mas aquele beijo lente gostoso pra caralho, estava doidinha por ele já, as nossas línguas passeavam uma com a outra, a mordida no lábio, enquanto ele me beijava, ele fez um movimento puxando meu cabelo, mas que me fez soltar um gemido baixinho no meio do beijo, e deu pra perceber que ele deu um sorrisinho. Terminei o beijo dando um selinho nele.

Px: Porra preta, tu tá me deixando maluco, olha isso aqui. - Pegou minha mão e colocou no pau dele. - O que tu tá fedendo comigo, nunca fiquei assim não.

Ana: Para de graça Pedro. - Falei cheia de vergonha dele.

Px: Tá com vergonha safada. Vem cá.

Ele me puxou para encostar com a cabeça no peito dele, e ficamos assim até o sol nascer, depois disso fomos embora, o sol estava quente demais já.

Ele me deixou na porta de casa e me puxou pela cintura me dando um selinho e foi embora.

Cheguei em casa e a Kaylane ainda não tinha chegado, ainda bem, se não ela iria fazer um monte de perguntas. Peguei uma roupa, tomei banho e deitei para dormir.

No morro da Rocinha (pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora