onze

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Uma batida na porta

a repulsa

o medo

o grito abafado

escondido em um vão escuro

nos meus pensamentos

as ruas alagadas

a procura por abrigo

em meio a tantas casas

tantas pessoas na cidade

tanta dor em cada peito

não há nem espaço para andar

nessas ruas estreitas

são pessoas diferentes que nem se olham

a cachaça nos bares

o bêbado nos bares

a lentidão

que se demora pra abrir o vão

e soltar meus gritos mudos

enquanto se espera que a chuva passe

e que as lágrimas sequem

que o medo se acabe

e que a bebida também acabe

e o bêbado volte pra casa

vocês são todos perturbados

perfeitos pra quem ver de longe

e não sabem a dor que carregam

e o lixo que escondem atrás da porta

Alexitimia Onde histórias criam vida. Descubra agora