Capítulo 2: O brinquedo mais fofinho de todos

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Um dia, quando Katsuki ainda era um filhotinho, ele foi brincar na pracinha do bairro. Sua mãe disse que ele podia ir sozinho, desde que voltasse antes do entardecer. Ele estava se sentindo muito empolgado naquele dia, então foi direto para o trepa-trepa onde poderia chegar ao topo e uivar para o céu e fazer todas as outras crianças ouvirem ele e reconhecerem como ele já era grande e forte.

O problema era que as crianças da praça não eram lobos como ele, eram estúpidas e não prestavam atenção nos seus uivos, muito menos uivavam de volta.

- Você não quer brincar de buscar a bola? - Um menino cachorro percebeu que sua ideia não saiu como planejado e tentou fazer amizade com ele compartilhando sua bola.

- Buscar bola é coisa de cachorro, eu sou um lobo!

- O que que é um lobo? É sobre orelhas pontudas? Minha mãe tem orelhas pontudas e meu pai tem orelhas caídas, por isso que eu tenho uma que fica para cima e outra para baixo! - o menino cachorro explicou feliz, exibindo suas orelhas diferentes.

- Não, seu burro, é outra espécie!

- Ah, entendi! Tudo bem então. Minha melhor amiga é uma raposa e a gente brinca de buscar juntos! Você pode brincar com a gente também!

Katsuki queria gritar, não adiantava se explicar para um figurante sem cérebro. Acabou brincando com eles por falta de opção mesmo, mas fez questão de pegar aquela bola um milhão de vezes mais que eles pra mostrar como ele era melhor.

Seus novos amigos tiveram que ir embora mais cedo, mas ele ainda tinha tempo, o sol ainda estava alto. O que ele deveria fazer? Ao procurar algo para fazer, ele sentiu um cheiro diferente e começou a segui-lo.

Ele fez alguns círculos ao redor da pracinha farejando, até que finalmente voltou para a área de recreação, seguindo o cheiro direto para o lugar mais idiota de todos os tempos: a caixa de areia. Não havia ninguém ali, apenas a fonte daquele cheiro diferente.

Era uma pequena bola de pelo verde e branca. Tinha enormes olhos verdes, orelhas compridas e um pomponzinho na bunda. Katsuki não pensou duas vezes, pegou o brinquedo e começou a apertar. Era a coisa mais fofinha que ele já tinha visto! Às vezes fazia um barulho agudo, mas ele não entendia por quê... não conseguia perceber nenhum padrão que fizesse sentido.

- Você é um brinquedo tão inútil... vou te chamar de Deku!

Deku acabou por ser não apenas esmagável, mas também muito bom de mastigar. Os caninos de Katsuki ainda estavam crescendo, então suas gengivas doíam muito e a sensação daquele pelo macio entre os dentes parecia uma massagem.

Quando o sol começou a se pôr, ele pegou seu Deku e correu de volta para casa.

- Mãe, mãe, olha o que encontrei na caixa de areia! É tããão macio!

Ele não entendeu por que sua mãe quase teve um ataque cardíaco naquela época. Algo sobre seu Deku não ser um Deku, mas um coelho.

Sua mãe imediatamente o levou para o carro e eles dirigiram alguns quarteirões até uma casa grande. Sua mãe tocou a campainha e uma senhora que se parecia muito com seu Deku, só que maior, abriu a porta. Sua mãe pediu muitas desculpas e disse pra ele devolver o Deku para ela.

- Ah, muito obrigado por trazer meu Zuku para casa! Você sabe como são as crianças, elas perderam a noção do tempo brincando e...

Enquanto a senhora dava alguma desculpa esfarrapada por ter deixado o Deku dela na caixa de areia da pracinha, Katsuki percebeu que ela tinha pelo menos mais uns 12 Dekus de tamanhos diferentes dentro da casa dela. Se ela tinha tantos Dekus, porque Katsuki não poderia ficar com um pra ele?

Emprego de Estimação [BakuDeku]Onde histórias criam vida. Descubra agora