Sinfonia das Almas | Drarry Fanfic |

|04| Em um ninho de Cobras

Meu coração estava preso a uma linha invisível, era doloroso, mas ao mesmo tempo era compreensível. Ele batia mais forte quando sentia essa linha invisível se mexendo como se ficasse feliz em saber que existia alguém do outro lado conectado a esse fio tão forte quanto eu.
Era assustador, eu nunca tinha me sentido daquele jeito, muito menos me imaginava naquela situação, tudo ficava pior quando eu sentia a respiração dele. Eu podia sentir a magia dele espalhada por cada poro do seu corpo, podia sentir aquela ligação invisível que nos prendia e era pior ainda desejar ir até ele, a dor insuportável de estar tão longe e a raiva querendo me fazer ir embora, essas duas sensações entravam em conflito.
Tudo parecia um caos, eu me sentia assim e o ambiente se iguala a todas as emoções conflituosas que se espalharam por mim.

- Isso é um ultraje! - Lúcio Malfoy gritava em minha frente apontando seu indicador em minha direção, me julgando por algo que nunca imaginei fazer ou até mesmo esperava fazer - Eu abri minha casa para você e sua família Sirius! Como ousam... - Seu rosto ficava mais vermelho a cada grito desferido em minha direção, se não o parassem talvez ele morresse por falta de ar.

- Como se nossa presença aqui fosse muito desejada - Mesmo sentado naquela cadeira, Sirius conseguia exalar toda a sua raiva, a magia vermelha exalando entre seus dedos o fogo ameaçando surgir - Ou vai me dizer que nosso convite veio de livre e espontânea vontade?

- De fato - Lúcio teve que fazer uma pausa para tirar uma mecha de cabelo que caía sobre seu rosto - Seu convite não foi por espontânea vontade, foi pena! Mas sinceramente eu não deveria estar usando minha pena com uma família tão insignificante.

- Cuidado como fala Malfoy... Você está me irritando - Sirius aproximou sua cadeira do homem, o mesmo tentou se manter firme - Harry teve que levar pontos na cabeça por um descuido do seu filho.

Lucio cansou de discutir, então se afastou chamando a atenção de Pandora que parecia alheia a toda a briga que estava se desenrolando na sala particular da mansão.

- Como isso foi acontecer? Aquele garoto nem mesmo tomou da sua taça de purificação? - Ele estava incrédulo, de fato aquele acontecimento era inacreditável.

Pandora se movimentou em minha direção tocando meu rosto e limpando o pouco sangue que escorria de minha testa, enigmaticamente ela caminhou até onde Draco estava sentada e dessa vez dedicou mais tempo analisando o corte na lateral da boca.

- Não foi por acaso que suas almas se conectaram - ela quebrou o silêncio ignorando as feições de desgosto de Lúcio - É verdade que Harry não bebeu a poção de purificação, então, acredito que a única maneira para essas duas almas tão distintas e revoltadas terem se unido foi por algo muito mais forte do que um ritual. Um sentimento! Esse sentimento, na maioria dos casos é o amor... - Seus olhos intercalaram entre mim e Draco, tudo ali parecia errado, nada do que ela falava fazia sentido - Mas, no caso deles, o ódio que nutrem foi forte o suficiente para entrelaçar suas almas.

Para ela, cada informação dita podia fazer sentido, para nós leigos em relação às almas tudo que havia acabado de falar parecia irreal. Como odiar alguém podia ser um sentimento mais forte que o próprio amor?

- Foi um erro seu - Lúcio não aguentava mais aquele monólogo então se aproximou da mulher ficando cara a cara com ela, os olhos raivosos colidindo com a calmaria feminina - Desfaça aquilo!

- Não me leve a mal Lúcio - Pandora se afastou do homem e voltou para onde estava no início da reunião - A muito tempo eu venho avisando sua família dos riscos da ligação forçada de almas, isso que você está vendo é o resultado de um aviso.