Capítulo 2: Resgatada

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O lugar era fétido, meus olhos lacrimejavam, as costelas e o pescoço doíam, e cada respiração parecia cravar agulhas em meus pulmões. Onde estava? Quantos dias se passaram desde que fui atacada em minha própria cama?

Trancafiada como um animal, seria, com certeza, a próxima presa. Mas o que fazer quando tudo o que se ouve são os farfalhares de galhos e o som de água correndo? Se ao menos eu soubesse onde estou, se ao menos pudesse ver.

Ainda me sentia machucada e acuada pela forma como fui arrancada da cama no meio da noite, ainda de pijamas e pantufas. Minha situação era, no mínimo, infeliz.

"Mãe!" Eu lembrei de gritar, mas nenhuma resposta foi ouvida. Isso apenas fez com que o brutamontes que me levava apertasse ainda mais forte meus braços e boca, fazendo-me perder a consciência.

Como um animal, era assim que meus captores me tratavam. Nenhuma brecha podia ser vista em minha cela, nem mesmo podia dizer onde estava ou se o lugar tinha ao menos paredes além do metal.

Nunca fiquei tanto tempo fora de casa. Pensava em Estela e se a gata teria ração em seu comedouro, já que mamãe certamente não lembraria da bola de pelos, assim como ela se referia à sua gata mais vezes do que poderia contar.

O medo, as faíscas de raiva, tudo era muito confuso, e me senti estúpida por reagir. Poderia ter ficado quieta e observado para onde me levavam, mas gritei como se fosse meu último dia na Terra. Eu esperava que não fosse.

O homem me agarrou tão forte enquanto apertava meu pescoço. Senti minha reserva de ar sumindo aos poucos e depois não senti mais coisa alguma.

"Elas não vão morrer de fome ou algo assim, Joe?" - escutei um de meus captores.

"E desde quando se importa com as mercadorias, seu idiota?" - respondeu aquele que me capturou naquela noite.

"Se elas morrerem, vão dar mais trabalho. Corpos não desaparecem com tanta facilidade, seu imbecil" - disse o outro sarcasticamente - "Sem falar que não pagam por mercadoria fria."

"Acho que tem umas latas de feijão no carro, são bem magras, menos a loirinha, é claro... acredito que seja o suficiente para as quatro."

Quatro? Havia outras garotas comigo naquele lugar sujo, mas o que eles queriam dizer com mercadoria? Minha cabeça dava voltas e voltas, mas não conseguia chegar a nenhuma conclusão racional.

O feijão frio tinha gosto de lixo, que porcaria era essa e por que tinha aparência estranha? Ótimo, além da tortura psicológica, eles partiriam para a física.

Não tinha como descobrir onde estava e que momento do dia era, mas torcia para que qualquer pista caísse em meu colo, mas o que veio a seguir não era nada do que esperava.

Não tinha como descobrir onde estava e que momento do dia era, mas torcia para que qualquer pista caísse em meu colo, mas o que veio a seguir não era nada do que esperava

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Bambi- A garota dos ursosOnde histórias criam vida. Descubra agora