🌹Manhã Perfumada

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"Sem sentido" era essa a definição do que era a vida para Aurora

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"Sem sentido" era essa a definição do que era a vida para Aurora. Procurava e não encontrava sua vocação e isso lhe fazia doer o coração.

"Ache sua vocação, minha filha; você precisa aprender qual o seu caminho".

Era isso que sempre dizia sua querida vó Teresa.

Mas Aurora não encontrou esse tal caminho. Médica? Temia sangue; Professora? Não tinha jeito de dialogar; Contadora? Odiava calcular; Bióloga? Temia insetos.

Em sua cama, ao acordar, assistia a um filme em sua mente; diante de seus olhos, dentro da mente, ela via uma vida miserável pela frente, temia morrer sem conseguir sustentar-se.

"Por quê!?" Pensava, "Queria nunca ter nascido!" Era seu mantra diário.

"Penso em acabar com tudo" pensava "Amo minha mãe porém".

De bruços, mais um dia, abriu seus olhos, e chorou. "Por quê?" Virou-se de barriga em direção ao teto "Saudades, vó Teresa", mais uma vez chorou.

Estática, seus cabelos castanho-escuros esparramados no travesseiro; sua camisola branca, folgada, derretia-se esparramando-se no colchão.

Olhou o relógio com moldura azul-marinho que sua vó lhe dara: 7:00 da manhã.

"Mãe!?", não houve resposta alguma, talvez sua mãe teria ido ao trabalho; saía normalmente à 7:30, por que não a respondeu então?

Passou as duas mãos no rosto e puxou  toda a pele facial fazendo aparecer a mucosa abaixo dos olhos.

Suspirou. Pensou em quem seria se tivesse um pai.

Não, não possuía um pai: Abandonara-lhe antes de nascer, partira e deixara uma jovem grávida com seus pais.

"Por que, Deus?" Perguntava-se.

Permaneceu na cama por mais quinze minutos, olhou o relógio, e viu o óbvio: 7:15.

As cortinas então tremularam e ergueram-se no ar deixando entrar luz matinal junto com uma brisa gélida encrustada de cheiros floris como jasmins, rosas, lírios, e flor de mangueira.

"Pelo menos tenho as flores". Aurora amava flores, e quando estava triste, inalava alguns perfumes floris do jardim. Sua vó amava-as também; era um fluxo de gostos.

Esticou-se toda em seu leito, inspirou, explosão de dopamina.

"Perfumadas, não?"

Adrenalina derramada em seus vazos sanguíneos, de onde poderia ter vindo tal sentença?

"Mãe!?" Vácuo.

"Socorro, Deus". Disse, sentou-se na cama, trouxe suas pernas para si e abraçou-as. Mãos e pés gelados.

"Não temas, Aurora. Levante-se"

Uma voz aveludada tocou seus ouvidos.
Obedeceu-a: Levantou-se lentamente e caminhou vagarosamente com os braços abertos como quem anda equilibrando-se em uma corda.

"Olá?" Olhou ao redor. Ninguém.

"Espere" Mais uma vez o veludo sonoro manifestou-se.

Foi quando mais uma vez o vento entrou por entre as cortinas, e junto, vieram algumas pétalas de rosa que foram rodopiando em sua frente. Enquanto mais Aurora se amedrontava e ficava estupefata com tudo isso, mais pétalas entravam e forvam um redemoinho de milhares de pétalas, era um espetáculo fabuloso.

Como que incenso houvesse sido queimado, todo o quarto foi tomado pelo perfume das rosas.

E pouco a pouco as pétalas foram ficando mais unidas enquanto rodopiavam, e uma forma surgia: Um jovem aparecia em meio aquele tufão floril.

"Aurora!" Ele exclamou

"Si- Sim? Sou eu mesma..." Disse sem segurança, tremulando a voz.

Nem ao menos percebeu como haviam sumido ou para onde tinham ido as pétalas rosadas.

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⏰ Última atualização: Apr 18 ⏰

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