Capítulo 5: Sol e Lua e uma amizade profunda

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Acordo pensando com que cara vou aparecer na escola, depois de ter marcado as costas de Erick com aquele tapa. Faltar não posso, porque se não ia ter de inventar uma desculpa para a minha mãe, mas de um jeito ou outro ela ia descobrir que eu estava mentindo, então, tinha que ir pra escola.
Me arrumo e pego o metrô, quando entro coloco meus fones e sento, quando de repente sinto alguém me cutucando, olho pro lado e é Endel e ele senta ao meu lado:
- Você não tem mais nada pra fazer não? Deixa eu adivinhar, vai começar a me zoar falando que eu me lasquei, pois marquei as costas do Erick com aquele tapa e que...
- Lia, dá pra ficar quieta? São cinco horas da manhã, estamos em um metrô, você acha que eu ia te expor desse jeito? Antes que você responda, claro que eu não ia fazer isso, podemos não ser tão amigos mas não sou um babaca como o Erick, e também, acho que o que você fez foi o certo, o Erick sempre mereceu apanhar mas ninguém tinha coragem de bater nele por ele ser o protegido dos professores- diz Endel me interrompendo.
- Bem... Obrigada, mas isso não vai mudar nada, de qualquer jeito eu me lasquei, vão me chamar na diretoria e irão chamar minha mãe- digo colocando meus fones no pescoço.
- Não se preocupa, já dei um jeito nisso- diz ele com um sorrisinho no rosto.
- O que você fez?!- digo surpreendida.
- Calma, você irá ver quando chegarmos na escola, mas depois que acontecer não diga a ninguém que fui eu que fiz, combinado?- diz ele olhando pra mim.
- Combinado- digo esticando o mindinho.
- O que é isso?
- Um juramento de dedinho ué. Nunca fez isso?
- Não.
- É assim, estica seu mindinho e estrelaça ele no meu- digo pegando em sua mão.
Ele junta seu mindinho no meu e eu o aperto com um sorriso:
- Vamos, é a nossa plataforma- digo tirando o meu mindinho do dele e me levantando.
Saímos do metrô e vejo Endel indo pra outro lado que não é o da escola:
- Ei, Endel, a escola é do outro lado- digo olhando para trás.
- Eu vou passar em um lugar antes da aula- diz ele descendo as escadas.
- Tá bom, boa sorte- grito a ele sorrindo.
Quando chego na escola vejo o diretor Rodrick na entrada. Ele diz pra eu acompanhá-lo até a diretoria onde Erick nos esperava:
- Senhorita Lia, um professor me reportou a situação entre a senhorita e o aluno Erick, mas ontem um aluno que não revelarei o nome veio até a minha sala no horário de saída e me reportou a situação verdadeira. Ele disse que a senhorita estava escutando música e o aluno Erick pegou seu celular e como ato de reação você deu um tapa fraco nele mas como o aluno tem a pele muito clara ficou a marca da sua mão, isso é verdade?- diz o diretor me olhando atentamente nos olhos.
- Sim, foi isso- digo certa do que digo.
- Bem, se foi um ato de reação, não temos o que resolver, pode ir para a sua sala.
Me levanto, e Erick se levanta também mas é barrado pelo diretor que disse:
- Senhor Erick, não tenho assuntos para resolver com a senhorita Lia, mas com o senhor eu tenho, volte aqui agora.
Aperto o passo para a sala rapidamente antes que o diretor mude de ideia e me quisesse na diretoria ainda, chego na sala e me sento em meu lugar como se nada tivesse acontecido e vejo Endel me olhando como se quisesse me dizer:
" Bem, parece que você descobriu o que eu fiz"
A aula começa e no meio da aula Erick entra na sala e vem até mim de ajoelhando:
- Lia, me desculpa, mil perdões, me desculpa por favor, eu sou um otário mesmo, me desculpa por favor...
- Tá bom, eu te desculpo, pode se levantar - digo assustada o interrompendo.
Estou de costas pra Endel mas tenho certeza que ele está sorrindo, e pra provar minha expectativa, Endel solta uma risada o que faz todos da sala rirem, mas são barrados pela professora Mariah que dizia:
- Muito bem turma, voltando a aula, Erick sente em seu lugar por favor, obrigada.
Erick se levanta e vai até seu lugar com o rabo entre as pernas e de cabeça baixa.
Depois das aulas, o sinal toca e vamos para o intervalo. Me sento no beco e estou comendo quando escuto uma voz chegando perto de mim:
- Que feio, fazendo o amiguinho implorar por desculpas de joelhos, tsc tsc tsc.
Após ouvir a voz percebo que é Endel se aproximando e digo:
- Eu não fiz nada referente a situação, diferente de certas pessoas aí.
- Nossa que ingratidão, nem um obrigado eu recebo- diz ele colocando a mão no peito fazendo gesto de dor.
- Obrigadaaa- digo sorrindo.
- Agora sim, mas se lembre, se contar pra alguém que foi eu você está morta- diz ele fazendo gesto de faca no pescoço.
- Tá bom nervosinho, é o nosso segredo- digo dando uma picadinha pra ele e sorrindo.
E foi assim, que Endel e eu nos tornamos melhores amigos.

𝑆𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑠𝑜́ 𝑆𝑜𝑙 𝑒 𝐿𝑢𝑎 𝑛𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜 ☀️🌙Onde histórias criam vida. Descubra agora