Capítulo 5

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- Eu jogo pinoche com um cavalo- leu Poseidon.

- Agora não sou eu- disse Grover, Quíron olhou para Percy que estava evitando olhar para o centauro.




Tive sonhos estranhos, cheios de animais de estábulos. A maioria queria me matar. O restante queria comida.

Devo ter acordado várias vezes, mas o que ouvi e vi não fazia sentido, então adormecia de novo. Lembro-me de estar deitado em uma cama macia, sendo alimentado com colheradas de alguma coisa que tinha gosto de pipoca com manteiga, só que era pudim. A menina com o cabelo loiro pairava acima de mim com um sorriso afetado enquanto limpava as gotas de meu queixo com a colher.

Quando ela viu meus olhos abertos, perguntou:

- O que vai acontecer no solstício de verão?





- ANNABETH- gritaram todos os semideuses gregos.





Eu consegui resmungar:

- O quê?

Ela olhou em volta, como se estivesse com medo de que alguém ouvisse.

- O que está acontecendo? O que foi roubado? Nós só temos algumas semanas!





- Porque você está fazendo tantas perguntas?- perguntou Thalia.

- Eu achava que ele sabia o que tinha acontecido- disse Annabeth.

- Sério, Annabeth você estava lá quando eu disse que tia Sally não tinha conseguido explicar nada pro Percy- disse Grover- até o Jacob e o Luke sabiam





- Desculpe - murmurei. - Eu não...

Alguém bateu à porta, e a menina rapidamente encheu minha boca de pudim.

Quando acordei novamente, a menina tinha ido embora.

Um sujeito loiro e forte, como um surfista, estava no canto do quarto me vigiando. Tinha olhos azuis - pelo menos uma dúzia deles - nas bochechas, nas testas, nas costas das mãos.





- Argos- disse Hera.





Quando finalmente voltei a mim de vez, não havia nada de estranho com o lugar ao meu redor, a não ser que era mais agradável do que eu estava acostumado. Estava sentado numa espreguiçadeira em uma enorme varanda, olhando ao longo de uma campina para colinas verdejantes à distância. A brisa tinha cheiro de morangos.





- Eu tô começando a ficar com fome- disse Percy.

- Na próxima pausa que agente tiver vai ser o almoço- disse Quíron.





Havia uma manta sobre as minhas pernas, um travesseiro atrás do pescoço. Tudo isso era ótimo, mas minha boca me dava a sensação de ter sido usada como ninho por um escorpião. A língua estava seca e pegajosa, e todos os dentes doíam. Sobre a mesa ao lado havia bebida num copo alto. Parecia suco de maçã gelado, com um canudinho verde e um guarda-chuva de papel enfiado em uma cereja.





- Essa foi a descrição menos estranha até agora- disse Connor.


Minha mão estava tão fraca que quase derrubei o copo quando passei os dedos em volta dele.
- Cuidado - disse uma voz familiar.
Grover estava apoiado no gradil da varanda, e parecia não dormir havia uma semana. Embaixo de um braço, segurava uma caixa de sapatos. Estava usando jeans, tênis de cano alto Converse e uma camiseta laranja-claro com os dizeres ACAMPAMENTO MEIO-SANGUE. Apenas o velho Grover. Não menino bode.


Lendo Percy Jackson e o Ladrão de RaiosOnde histórias criam vida. Descubra agora