Capítulo 6: Flagelado

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Jonathan arqueja enquanto olhava para frente, estava estremecido sem mover seu rosto, apenas encarando com a boca aberta. Os mais novos, Arthur, Jessica e Petra, estavam aos prantos.

Petra segurava os outros dois pequenos com tudo o que tinha enquanto lacrimeja excessivamente, ainda mais que os dois pequenos.

Após Angelo e Jennifer serem arrastados para a fissura, ela parecia ter começado a se acalentar, tendo seu crescimento apaziguado e a força de atração diminuída.

Jonathan perde os sentidos de seu corpo, não conseguia mais reagir, não se movia, apenas estava estático naquela mesma posição. Perdido entre seus pensamentos, em um abismo infindo em sua própria mente, em queda livre.

Sente-se sufocado em memórias, em um clima lúgubre, não fala, não escuta, tenta fugir da realidade enquanto arqueja. Mesmo que nenhuma lágrima saia de seu rosto, é visível sua expressão atormentada.

Os irmãos Bayers foram resgatados algumas horas empós, escondidos numa sala com diversas câmeras, com Jessica, Arthur e Petra caindo em prantos enquanto Jonathan se mostra em posição fetal, segurando os joelhos com suas palmas.

Ao lado esquerdo do mais velho, Petra, Arthur e Jessica, os dois pequenos desmaiaram de tanto choro enquanto a garota dormiu em seu ombro enquanto segurava sua palma. Guardas da FTAA chegam na situação com esse contexto, Jonathan, sendo o único levantado, olha para os homens, confuso. Após horas é finalmente levado para fora.

Todos os irmãos Bayers, postos em um veículo de resgate com outras pessoas, afastam-se da cidade. A expressão de Jonathan não mudava em momento algum, seu rosto parecia cansado, mas inquieto em simultâneo.

O veículo é militar, contendo soldados e civis adentro. Todos os tipos de pessoas, crianças, mulheres e homens, algumas pessoas sem braços ou pernas, outras com olhares confrangidos e chorosos, todas acometidas por alguma sensação dessas.

Jonathan segura na mão de Petra com firmeza enquanto a garota dormia a seu lado, Arthur e Jessica despertos, com uma expressão de torpor. Jessica, com seu braço enfaixado por alguns dos soldados, tem o olhar mais diferente entre seus irmãos, ela cerra seus punhos enquanto segura o banco do local com a cabeça inclinada.

Arthur bate repetidamente sua palma contra sua própria perna, também virado para baixo com os olhos vermelhos e escapando do contato visual com outras pessoas. Alquando o carro encosta para assentir a presença de outros conterrâneos de Nativitsk no veículo, outras pessoas em circunstâncias parecidas com todos.

Os irmãos Bayers estacionam nas mesmas aparências e emoções, sem deslocar para espaço qualquer ou concionar. O ambiente é lúgubre e umbroso, outros dois carros com soldados escoltam os civis, evadindo as estradas principais e áreas com maior presença de atormentadores.

Depois de horas a fio na estrada, enfim chegam no lugar, um imenso estádio que se estendia até o céu, na visão de Arthur e Jessica. Os soldados dividem homens e mulheres, crianças e adultos em diferentes locais, neve desmorona dos céus, deixa o chão em poucos minutos cheio dela

Ao lado do local, diversos corpos resgatados pelos soldados, sacos tampando-os e cada vez mais militares transportando defuntos. Alguns atormentadores utilizam os corpos mortos para fundi-los aos seus, como fazem os Salteadores de Corpos, outros utilizam para se fortificar de jeitos estranhos, então eles sempre são recolhidos.

Voluntários que passam pelo local, como pessoas do governo, pessoas da igreja e voluntários, distribuem água, comida e alguns cobertores para as vítimas, o Bayers mais velho recebe algumas peças de vestiduras doadas, já estava habituado em usar aquele tipo de roupa, juntamente a uma coberta.

De encontro ao DesconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora