04. Reivindicação

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Na manhã de segunda-feira, ela realmente não se sentiu melhor, mas arrastou os pés até a sala de aula de Defesa. O café da manhã ainda estava fora de questão, a náusea ainda a atormentava, então ela foi direto para a sala de aula, enviando um pensamento amargo e invejoso para as pessoas que enfiavam bacon e ovos na boca no Salão Principal.

Os remédios para gripe de Madame Pomfrey não ajudaram nem um pouco, mas Hermione não ia faltar à aula por algo tão frívolo como uma leve febre quando faltavam apenas alguns dias para o final do semestre.

Sentada na sala de aula, esperando pelos outros alunos, ela decidiu tomar uma dose dupla da Poção Pepper-Up que Madame Pomfrey lhe deu. À medida que o vapor saía de seus ouvidos, o distinto aroma apimentado e mentolado da poção encheu a sala de aula, bloqueando todos os outros cheiros.

— Sério, Srta. Granger? — A fala arrastada e profunda do Professor Snape a fez sentar-se mais ereta, como sempre, quando ele saiu pela porta atrás de sua mesa. — É necessário encher minha sala de aula com Pepper-Up para você funcionar?

O olhar dele era duro, como se ele estivesse procurando maneiras de dispensá-la da aula, e a coluna de Hermione se endireitou em indignação.

— Madame Pomfrey me declarou apta para as aulas — ela disse com altivez, convenientemente pulando a parte em que a Matrona disse que ela deveria tirar alguns dias de folga se não se sentisse melhor.

Snape arqueou uma sobrancelha, antes de zombar, parecendo tão zangado quanto quando Harry e Ron a levaram para casa depois da festa. — Talvez você devesse desacelerar suas atividades festivas, se precisar de Pepper-Up na segunda-feira de manhã.

— Perdão, professor? — ela disse incrédula, porque nunca havia enfrentado uma acusação nem remotamente parecida com essa. Na verdade, as pessoas tendiam a criticá-la por ser muito estudiosa e adequada, e não por... festejar excessivamente.

Ele manteve aquela maldita sobrancelha erguida, olhando para ela com todo o desdém que reservava aos alunos especialmente irritantes, fazendo algo dentro dela estremecer, e um pensamento estranho passou por sua mente: Como posso agradá-lo? Piscando, ela afastou essa ideia, porque como todos sabiam, não havia como agradar o Professor Snape.

— Lembre-se, eu vi você na festa de Natal de Slughorn — ele disse finalmente, sua voz gelada. — Você estava bastante... animada, com todos os seus... numerosos ... parceiros de dança, liderando-os. Mas não consigo imaginar por que eles se incomodaram, visto que você e seus amigos especiais são tão... próximos. — O sorriso de escárnio em seu rosto lhe disse que ele desaprovava bastante suas ações.

Hermione franziu a testa, sentindo que isso era mais do que um pouco injusto e também estranho, visto que ele mesmo a havia convidado para dançar, mas optou por encerrar a discussão não respondendo. Provocar Snape nunca era uma boa ideia, porque ele era totalmente capaz de destacar um aluno pelo resto do período, tornando a aula um inferno.

Ainda assim, a noite da festa era uma névoa em sua memória, consistindo em estar com muito calor e dançar muitas danças, e vagamente ela se lembrava de ter se defendido das mãos errantes de alguns meninos. Será que ela estava realmente bêbada, com as inibições diminuídas pela febre e pelo álcool? Ou talvez a sua suspeita estivesse correta, alguém lhe tinha, de facto, entregado um veneno, o que também explicaria os efeitos persistentes. Pelo menos, foi bom ela ter saído por sugestão de Snape na sexta-feira.

Enquanto os outros alunos entravam na sala de aula, ela se ocupou em organizar seus livros em perfeita ordem, embora, por algum motivo, sua habitual formação quadrada - livro no canto direito de sua mesa, tinteiro à esquerda, pena à direita. lado e pergaminho no meio - parecia errada.

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