01

56 5 1
                                    

Depois de ser atropelada por "A", sinceramente não consigo entender por que isso aconteceu comigo. Foi tudo tão rápido, mal vi o carro se aproximando antes de ser atingida. O impacto foi tão forte que quebrei minha perna, e agora estou aqui, deitada na cama do hospital, tentando entender como tudo isso aconteceu.
Enquanto tento processar o que aconteceu, minha mãe, Caroline, está do meu lado, falando ao telefone com meu pai, que eu não vejo há três anos, Sam Uley. A discussão deles está tão acalorada que consigo ouvir os gritos dela ecoando pelo quarto enquanto falava com ele sobre mim

Enquanto tento processar tudo isso, minha mãe, Caroline, está ao meu lado, segurando meu ombro com uma mão enquanto a outra segura o telefone, discutindo acaloradamente com meu pai, Sam Uley. Não vejo meu pai há três anos, desde que eu e minha mãe deixamos a cidade, e agora, a voz dele ecoa pelo telefone, cheia de preocupação e raiva. A discussão entre eles está tão intensa que consigo ouvir os gritos dela reverberando pelo quarto, misturando-se com os bipes das máquinas ao meu redor.
Mãe, pode chamar as meninas?" pergunto, minha voz fraca, mas carregada de necessidade. Preciso delas agora, mais do que nunca.

"Claro, querida," Caroline responde, ainda com o telefone colado ao ouvido, mas há um toque de suavidade em sua voz enquanto ela acena para uma enfermeira na porta. Logo, Emily entra no quarto, seguida por Spencer e Aria, que fecham a porta silenciosamente atrás de si.

"Dói?" pergunta Emily, sentando-se ao meu lado e segurando minha mão. Seu olhar está cheio de preocupação, e sinto o calor dela tentando me confortar.

Mais é claro né Emilly respondo, exausta. A dor física é uma coisa, mas o medo e a incerteza são outra batalha que estou lutando.

Spencer, sempre prática e direta, se aproxima, seus olhos escuros fixos nos meus. "Você se lembra do que aconteceu?" pergunta ela, com uma mistura de preocupação e urgência. As meninas se reúnem ao meu redor, seus rostos refletindo a ansiedade que sinto.

"Lembro, sim," afirmo, a voz um pouco mais firme enquanto revivo o momento em que o carro me atingiu, o rosto de Noel Kahn ao volante gravado em minha mente como uma marca de fogo.

Caroline, mesmo envolvida na ligação, lança um olhar desconfiado para Spencer e Aria, como se sentisse que algo está fora do lugar. Ela conhece essas meninas tão bem quanto eu, e sua intuição materna capta algo mais fica quieta

"Mãe, você não saiu daqui desde que chegou. Não quer dar uma volta?" sugiro, tentando distraí-la. A última coisa que preciso agora é que ela escute o que estou prestes a revelar.

Ela hesita, seus olhos analisando meu rosto em busca de sinais de que estou escondendo algo. "Você tem certeza?" Caroline questiona, sua voz suave, mas firme.

"Sim, mãe, tenho certeza," asseguro com convicção, forçando um sorriso que espero que pareça convincente.

"Eu retorno em duas horas," ela avisa, finalmente cedendo e saindo do quarto, mas não sem antes lançar um último olhar preocupado para mim.

Assim que a porta se fecha atrás dela, Aria se ergue e a tranca cuidadosamente, garantindo que nossas conversas não sejam ouvidas por ninguém. As meninas se aproximam, formando um círculo de proteção ao meu redor. Sem nem esperar que Aria se sente, solto a bomba que esteve pesando em minha mente desde o momento em que o vi: "Gente, Noel Kahn é o 'A'."
A reação delas é imediata-expressões de choque, descrença e medo. "O quê?" Aria sussurra, como se dizer em voz alta pudesse tornar tudo ainda mais real.

"Eu vi o rosto dele no carro, Aria," digo, minha voz trêmula, mas decidida. "Foi ele quem me atropelou. Ele sabe que estamos perto de descobrir a verdade, e ele não vai parar por nada."

As meninas trocam olhares, o pânico crescendo em seus olhos. Spencer, sempre a estrategista, já está pensando no próximo passo. "Precisamos contar a alguém... talvez a polícia," ela sugere, mas a incerteza na voz dela mostra que ela sabe o quanto isso seria perigoso.

"Não podemos confiar em ninguém," digo, minha voz ganhando força. "Ele está nos observando, manipulando cada movimento. Se formos à polícia, ele vai saber."

Depois de discutir nossos próximos passos, as meninas finalmente se despedem, prometendo encontrar uma solução. Assim que a porta se fecha atrás delas, minha mãe entra no quarto, sua expressão séria e determinada. Ela se aproxima, sentando-se na beira da cama, o peso da decisão que tomou refletido em seus olhos.

"Posso conversar com você?" pergunta, sua voz carregada de preocupação e dor.

"Claro, mãe. Senta aqui," digo, dando tapinhas na cama ao meu lado. Sinto o nó se formar em minha garganta, já sabendo que a conversa que virá não será fácil.

Minha mãe respira fundo antes de falar, como se estivesse reunindo coragem. "Eu e seu pai conversamos e decidimos que é melhor você passar um tempo com ele. Sabe, depois do que aconteceu, tenho medo que algo pior possa acontecer, Hanna."

Senti meu coração apertar ao ver a lágrima que escapa dos olhos dela. Minha mãe, sempre tão forte, tão inabalável, agora parece pequena e vulnerável, e isso me destrói por dentro. "Entendo, mãe. Mas, poxa, tenho uma vida aqui. Tenho você, as meninas, a escola..." Tento manter a voz firme, mas ela falha, traindo o medo que estou sentindo.

Eu queria protestar, queria gritar que não queria ir embora, que não queria deixar as pessoas que eu amava. Mas ao olhar nos olhos de minha mãe, vi o medo e a preocupação ali presentes. Sabia que ela só queria me proteger, e isso me deixou sem palavras.

"Eu sei," ela diz suavemente, segurando minha mão com força. "Sam falou que você pode estudar lá. E não será para sempre, apenas por um tempo." Ela tenta me consolar, mas é evidente que ela também está se despedaçando por dentro.

Aceitar essa mudança seria deixar para trás tudo o que eu conhecia, tudo o que me mantinha sã nesse caos que é nossa vida. Mas eu sabia que, no fundo, era a decisão certa. Mesmo que meu coração doesse ao pensar em partir, sabia que era por meu bem, por minha segurança.

"E se... e se eu não me adaptar lá?" pergunto, minha voz saindo como um sussurro, a incerteza e o medo transbordando.

"Você vai se adaptar, meu amor. E eu estarei aqui, sempre, esperando por você," ela responde, puxando-me para um abraço apertado. "E quando tudo isso acabar, você vai voltar para casa."

Abracei minha mãe com força, sentindo o calor do seu corpo e a segurança que sempre encontrei em seus braços. Mas, mesmo assim, a incerteza do futuro pesava em meu peito. Eu sabia que essa mudança era inevitável, mas isso não tornava nada mais fácil. Meu coração estava dividido entre a necessidade de segurança e a vontade de lutar, de enfrentar "A" e acabar com todo esse pesadelo de uma vez por todas.
Enquanto minha mãe me segurava, lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto, cada gota carregando um pouco da minha resistência, do meu medo e da minha dor. Eu não sabia o que o futuro reservava, mas sabia que, onde quer que estivesse, não estaria sozinha. As pessoas que eu amava estariam sempre comigo.

it was destiny - 𝒫𝒶𝓊𝓁 𝓁𝒶𝒽ℴ𝓉ℯOnde histórias criam vida. Descubra agora