Capítulo 1

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Capítulo 1
~ Marina Rose ~

O tempo está passando tranquilamente, o dia está ensolarado mas com uma temperatura bastante agradável. O som da música suave e baixa encanta o ambiente enquanto estou em minha mesa passando alguns relatórios sobre o dia para o email da Sra. Armand. É tão aconchegante trabalhar por aqui.

Fico imaginando a sorte que eu tenho por ter conseguido o estágio nessa clínica, enquanto alguns colegas estão tendo que ficar em lugares que ao invés de ajudá-los, está estressando-os.

Fico vagando um pouco em pensamentos e só então percebo que alguém apareceu no meu campo de visão quando já está falando.

- Srta. Rose, pode comparecer no escritório da psicóloga Armand, por favor? Ela está precisando de sua ajuda. - Sophie Will pede, a secretária da Sra. Bernard. Acabou de beber água e guardo a garrafa em minha bolsa, levantando rapidamente.

- Claro, estou indo agora mesmo. - Ela assente e começa a caminhar, a sigo. Passo pelo pequeno corredor branco com detalhes em marfim e verde oliva, percebo que há um pequeno risco na maçaneta dourada da sala da Sra. Bernard, que não posso prestar mais atenção, já que foi aberta de forma rápida pela Srta. Will, para anunciar minha entrada.

- Srta. Marina, querida, estou precisando de sua ajuda neste momento. - A mulher de cinquenta e sete anos fala e sorri, que retribuo e aceno, então ela faz gesto para sentar-me e continua. - Tenho uma paciente, de treze anos, que desenvolveu T.O.C e depressão após certas situações a que foi submetida. Já fizemos o possível para mantê-la bem, a jovem faz acompanhamento de uma psiquiatra e conosco, sua família está ajudando de maneira incansável para ela ficar confortável, mas não está tendo tanto retorno. Estamos pensando em fazer uma rotina bem diferente para a garota, o que me diz?

- Bem, não irá mexer ainda mais com o psicológico da moça? - Questiono, tirar os jovens que tem algum limite mental de sua zona de conforto de forma brusca, trará mais problemas e traumas.

- Pode-me explicar melhor?

- Sim, é claro. Se tirarmos a jovem de sua zona de conforto, seja para alguma viagem, algum passeio ou lugar novo que não está habituada, não fará mais traumas e negligências sobre o que decidir? Será um meio brusco, Sra. Bernard. Mas acho que algo poderia ajudá-la.

- Sim, concordo contigo. Mas que solução encontraríamos?

- Hã... Fazer algo que ela goste, algo que lembre sua infância, mas de maneira saudável e positiva. - Concluo, e espero por uma resposta, mas ela pede para eu continuar meu argumento. - Bem... vamos supor que ela gostasse muito de ir a praia, por que não levá-la novamente? Ou, um determinado livro que ela gostava na infância, levassem-a para comprar ele em alguma livraria, ou assistir a adaptação, se tiver, no cinema. Apesar que, ela pode não querer, mas quem sabe? É importante tentar, afinal, é uma vida muito jovem, uma mocinha que poderia ter muita diversão em sua rotina, e está sendo impedida.

- Claro, podemos tentar fazer isso, vou marcar uma consulta com os pais da jovem e você irá participar, com certeza fará bem a eles, podemos fazer assim?

- Sim, eu adoraria ajudar! - Comento animada. - A senhora quer um chá?

- Bem, eu gostaria muito! Por favor, meu bem, pode trazer uns biscoitinhos? Aproveite e traga para você também.

- Tudo bem, volto em um instante. - Saio da sala em direção da copa, preparo uma bandeja com xícaras, um bule e um prato com biscoitos e uns folhados com geleia de morango, é o favorito da Sra. Bernard, e passou a ser o meu também!

Quando me preparo para sair, a porta é aberta pelo senhor Juan, o senhor que é responsável pela segurança da clínica. Ergo o olhar e sorri, que retribui com seu jeito carismático e olhos apertados.

- Bom dia, mocinha. Como está?

- Bom dia! Estou muito bem, obrigada. E o senhor?

- Maravilha, estou bem também, um dia de cada vez. Está um dia bem quente, vim buscar uma garrafinha de água. - Ele sorri e olha para a bandeja. - Ainda sobrou folhado?

- Sobrou sim, está guardado no balcão, estão fresquinhos! - Ficamos um pouco mais de um minuto conversando, até que decidi voltar para a sala. O senhor Juan ajuda-me a sair com a bandeja e caminho para o escritório, que hoje está bem vago, pois só terá duas consultas pela tarde.

Entro na sala e a Sra. Meghan está revisando alguns papéis, o que deixa rapidamente, voltando a sua atenção para mim. Aprecio silenciosamente seus movimentos elegantes, sua simpatia e carisma pelo próximo, o que hoje é bem raro.

Tomamos o chá e ela me ensina algumas lições, fala-me sobre sua trajetória acadêmica e seus primeiros anos na carreira. Ficamos conversando por um bom tempo, saiu de sua sala quando faltam quinze minutos para a última consulta do dia. Vou para a copa e lavo, seco e guardo os utensílios usados, volto para minha mesa e faço alguns trabalhos, projetos e impresso papéis que a Sra. Bernard usará amanhã, assim já estará tudo adiantado e terei mais tempo para outros compromissos.

Quando são exatamente cinco e quinze, já tenho terminado tudo. Organizo minha mesa e minha bolsa, despeço-me do pessoal e saio da clínica, ajeitando minha bolsa do trabalho e da faculdade. Prendo meus cabelos com uma presilha e sigo para o meu prédio, que não é longe.

No caminho, paro em uma farmácia e procuro o xampu que uso, que acabou. Nesse meio tempo, pego um hidratante corporal, um hidratante labial e um pacote de absorvente, que por sorte era o último de resto. Até chegar na parte do xampu.

Escolho tudo, pago e sigo novamente, feliz da vida por ter achado tudo que precisava. Ao chegar no prédio, comprimento o porteiro, a vizinha e seu corgi, Luís.

Entro em casa e tiro o tênis, colocando-o no aparador ao lado da porta. Acomodo as bolsas no sofá e tiro meu sutiã, respirando fundo e sorri de alívio. Conto até três, pegando as bolsas e indo para meu quarto guardar tudo em seu devido lugar, arrumando-as como necessário e deixo perto da minha escrivaninha. Pego a sacola da farmácia e vou para o banheiro, tomo um banho e lavo os cabelos demoradamente, aproveitando a água fria.

Após todo meu ritual banhista, seco-me e coloco um vestido folgado, o famoso vestido de ficar em casa. Escovo os cabelos e saio do quarto, indo fazer uma janta rápida.

Enquanto espero o macarrão cozinhar, recebo mensagens do grupo do whatsapp dos meus amigos, que é composto por três criaturas: Lucas Brown, Gabriella Miller e eu.

Whatsapp

~ Lucas
Eii meninas!
Sábado, jantar?

~ Gabi
EU TOPO!
Qual restaurante?

~ Lucas
Hummm... Manhatten?

~ Gabi
Simmmmm, perfeito!
Marina?

~ Marina Rose
Oi, gente!
Claro, 21:00?

~ Lucas
Ai meu Deus, Marina confirmando?!
Estou em choque!
Vamos, com toda certeza!

~ Marina Rose
Hahaha, engraçadinho!

~ Gabi
Vamos nos divertir muito!

Ficamos conversando por mensagem até Lucas ligar em vídeo chamada, amanhã não tenho aula da faculdade, então ficamos até tarde trocando novidades.

Depois do nosso momento de informações, volto a minha rotina noturna, até a parte em que eu durmo fazendo a notinha mental de trocar a água de Judith.

Vocês não têm noção do quanto é bom escrever aqui para vocês, meus queridos leitores!
Obrigada, Grazie, Gracias, Merci, Thanks, Спасибо, por estarem aqui! ♡

Um Completo IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora