chapter 25

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𝐏𝐄𝐃𝐑𝐈

— Tudo bem? — Eu abri a porta da frente, deixando Frenkie entrar. Sua boca era uma linha reta e seus olhos estavam duros. Merda. Ele estava definitivamente chateado comigo.

Quando chegamos ao meu quarto, nós dois nos acomodamos na minha cama, as costas contra a parede e os controles do jogo nas mãos, assim como fazíamos há anos. Ele ainda não havia dito nada, então eu o encarei incisivamente até que ele cedeu, virando-se para me encarar com um suspiro enorme e exagerado. Um pouco da dureza desapareceu de seu olhar quando ele me olhou.

— Você parece melhor do que há dois dias.

— Sim. — O inchaço no meu rosto era mínimo agora, e os hematomas eram principalmente no meu corpo. Eu estava com um olho roxo, mas tinha acontecido o suficiente para que não fosse nada incomum para mim. — Frenkie... Eu sei que você está com raiva de mim.

— Você acha? — ele finalmente explodiu. — Eu deveria ser seu melhor amigo, e descobri por acaso que você tem tido todo esse relacionamento secreto nas minhas costas. Nem mesmo é o fato de ser Gavi - nenhuma porra de surpresa aí, cara, uma vez que eu pensei sobre isso - foi o fato de você ter escondido de mim. Se você não tivesse apanhado, você ao menos teria me contado? Você ainda estaria mentindo para mim agora?

Tudo o que eu podia fazer agora era dar a ele a verdade e esperar que ele entendesse.

— Sinceramente? Eu acho. — Eu inclinei minha cabeça para trás contra a parede, fechando meus olhos. — Eu sempre planejei te contar, mas...
porra, tem sido muito para colocar minha cabeça ao redor. Você tem que entender. Essa coisa toda veio do nada. Você sabe o quanto eu o odiava. Tive que lidar com o fato de que não apenas sou afim de homens, algo que nunca aconteceu uma vez em toda a minha vida, mas de todos os homens que poderia ser, é o maldito Pablo Gavira, meu inimigo mortal. Isso não bagunçaria sua cabeça se fosse você? — Abrindo meus olhos novamente, encontrei seu olhar. — Não há manual para lidar com essa merda. Revelando para você... nós somos melhores amigos, mas eu não... eu não sabia como você reagiria. Minha própria mãe está tendo alguns, uh, problemas para aceitar isso, e ela me deu à luz.

Ele esfregou a mão no rosto, a raiva deixando seu tom.

— Sim. Ok. Eu entendo o que você está dizendo.
— Pegando seu controle, ele apertou o botão que ligava o console. — Eu não quis dizer que você tinha que me dizer isso. Era a minha merda de esconder que eu tinha um problema. Sempre contamos tudo um ao outro, então, sim. Isso me machucou. Mas, só para deixarmos claro, não me importo se você é gay, hétero, Gavi-sexual, tanto faz. Eu acho que seu gosto por homens é completamente abismal, mas...

Eu o empurrei, fazendo-o perder o equilíbrio, e ele caiu de lado na cama, rindo.

Nós íamos ficar bem.

— Eu sei que você disse a Mikky — disse ele um pouco mais tarde, quando passamos de jogos para lanchar Doritos enquanto assistíamos Netflix.

Merda.

Ele deve ter lido corretamente a culpa em minha expressão, porque ele balançou a cabeça.

— Eu fui até a casa dela depois que eu deixei você, quando Gavi apareceu, e ela admitiu que sabia e você pediu a ela para esconder isso de mim. Eu não a culpo, eu só estava... machucado. E com raiva. Com você, não com ela.

Pelo menos ele não a culpou. Eles eram bons juntos, e se eu inadvertidamente fodesse qualquer coisa entre eles, não teria sido capaz de me perdoar. Mas eu odiava ter machucado meu melhor amigo.

— É, eu sei. Sinto muito.

— Está tudo bem. Você não precisa se desculpar. Como eu disse, foi o fato de você ter escondido uma merda de mim. Você não deveria ter que sair antes de estar pronto.

savage rivals - ɢᴀᴅʀɪ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ Onde histórias criam vida. Descubra agora