15 - Fetiche.

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Damon Dexter

- acho que você tem muito o que me explicar, Anne. - Scarllet finge estar falando sério e Anne cora feito uma pimenta.

- não tenho que explicar nada. - dá de ombros.

Confesso que eu tô sem entender nada.

- se você não contar o que tá rolando entre você e o Harry, eu descubro. - acho que agora eu entendi.

Vixi.

- então você tá de rolo com o Harry? - finjo estar chocado.

Não que eu não esteja, né.

Aquele vagabundo não me contou nada.

- não! Somos só amigos. - parece que alguém não sabe mentir.

- querida Anne, você está tentando mentir para o cara mais mentiroso de Los Angeles? - sarcástica, como sempre.

- desse jeito eu fico ofendido. - cruzo os braços e encaro a Scarlett.

Ô vontade de agarrar ela.

- que novidade. - cada vez que ela revira os olhos eu fico imaginando coisas.

Não vou nem falar nada.

Sua mente poluída está certa.

Scarllet estaciona no estacionamento.

- até que enfim chegamos. - Anne desce irritada, deixando nós dois a sós.

Só bastou um olhar para aquele desejo aparecer.

Sorrio de lado e me aproximo dela, meu coração acelerando cada vez mais.

- será que se eu pedir rola rep... - ela me interrompe com um dedo no meu lábio.

- cala a boca e me beija. - Scarllet me puxa pela gola da minha camisa e une nossos lábios em um beijo necessitado.

Aperto sua cintura, a fazendo suspirar.

Cada centímetro do meu corpo começa a esquentar, a despertar.

Suas unhas arranham minha nuca, me fazendo arrepiar e me atiçando ainda mais.

Mordo seu lábio inferior delicadamente e finalizo com um selinho.

- agora você vai ter um bom dia, namorado de mentira. - abro um pequeno sorriso e seguro em sua cintura um pouco mais forte na intenção de provocar.

Me aproximo na ponta do seu ouvido e sussurro.

- você e eu sabemos que essa mentira pode virar uma verdade. - beijo seu pescoço e vejo sua pele arrepiar. - é só você querer.

Me afasto dela com um sorriso e desço.

Sim, deixei ela sozinha.

Eu acho que ela tá precisando pensar um pouco.

Até eu tô precisando.

Eu nunca fui de querer relacionamento e olha eu aqui querendo transformar um namoro falso em real.

Quando dizer que o mundo não gira, ele capota é verdade.

Ah, mas chega de ficar pensando bobagem.

É hora de ativar o modo fofoqueiro e descobrir o que tá rolando entre o Harry e a Anne.

Entro no refeitório e procuro por ele e o encontro bem pertinho da Anne.

Os dois estão rindo olhando um pro outro.

É só eu que tô percebendo isso ou tá rolando uma química ali?

- ai meu Deus. - do nada a Scarlett aparece do meu lado. - o que tá acontecendo ali? - bom parece que não foi só eu que percebi.

- não é óbvio? - tá na minha vez de dar uma de esperto. - eles tão prestes a se beijar.

- jura? Não tinha percebido. - ela começa a andar na direção deles.

Pronto, agora vai dar uma de empata foda.

- onde cê vai? - seguro sua mão.

- descobrir a verdade. - ela se solta e eu a acompanho. - eu sabia que tava rolando alguma coisa.

Eu nunca vi uma cara de paisagem mais sem graça que a desses dois.

- vocês estão entendendo errado. - Harry diz parando de rir.

- ele tava me contando de quando eles eram crianças e o Damon passou merda de cachorro no cabelo. - passando vergonha na frente da Scarlett mais uma vez?

Eu mereço.

Olho para ela e percebo que ela tenta segurar a risada, mas fracassa quando Anne e Harry começam a um rir feito hienas.

- tem que ser muito burro pra fazer uma coisa dessas. - Scarllet diz com dificuldade, pois estava praticamente chorando de rir.

Eu mato esse cão.

- eu tinha quatro anos! - e não era tão inteligente.

- já nasceu idiota.

- ei, não foi só eu que fiz isso, o Nick também passou e o Harry quase comeu. - o Harry fica meio sem graça e eu começo a gargalhar.

Sério, esse dia ficou pra história.

- você o quê? - Anne pergunta em meio aos risos.

- a culpa não foi minha, esse sonso falou que era chocolate. - levo um tapinha na cabeça.

Eu não sei o que esse povo tem contra a minha cabeça.

Só pode ser fetiche.

É toda hora um tapa.

Que merda.

- e você que deu a ideia de passar no cabelo, mas eu só passei porque o Nick passou primeiro.

- desde pequenos muito normais, graças a Deus. - Anne faz o sinal da cruz.

- falando mal de mim? - essa voz.

Faz tanto tempo que não a ouço, mas mesmo assim não a esqueço.

- mentira. - digo boquiaberto vendo o Nick na minha frente. - você voltou cara.

PREFÁCIO - Estrela Vermelha.Onde histórias criam vida. Descubra agora