Heart Family • [jjk-llm]

CAP. 18

Lisa estava terminando de organizar suas coisas na última sala em que deu aula. Ela estava pronta para ir embora, mas um choro estrangulado vindo de um dos armários no corredor chamou sua atenção.

A mulher se aproximou lentamente, percebendo que o choro sentido estava vindo de dentro do armário escolar. Ela não pensou duas vezes quando bateu contra a porta, fazendo o armário ter um pequeno solavanco, causando um impacto forte o suficiente para que a porta abrisse, revelando um ômega de aproximadamente doze anos encolhido, com as bochechas vermelhas e cheias de lágrimas.

— Hey. Você está bem? Alguém te trancou aqui! Quem foi? — Lisa se abaixou e tocou delicadamente no ombro do ômega, não querendo assustá-lo mais.

Benjamin resmungou, acenando positivamente.

— Eu não posso falar quem foi. — sussurrou, tentando se levantar. — Eles me odeiam.

— Benjamin... — Lisa o ajudou a levantar, tocando nos ombros caídos do garoto. — Eu sou sua professora, mas você pode me ver como uma amiga. Me conte, o que aconteceu?

— Os meninos do primeiro ano me trancaram aqui depois da aula de educação física. — Dois períodos haviam se passado desde então, o que fazia Lisa pensar que o aluno estava ali há aproximadamente duas horas. — Porque eu morava em um abrigo.

— Você comeu alguma coisa, carinha? — A tailandesa alisou as costas de Benjamin, tentando acalmar o mais novo.

— Não, eu não... — ele encarou os próprios pés. Estava envergonhado, completamente sem jeito. — Desculpe pelo incômodo, professora. Eu não queria causar problemas.

— Não causou. — A maior sorriu. — Olha, tem um café ali na esquina. Que tal a gente ir lá e você me contar o que tá acontecendo?

— Os meus pais não vieram me buscar? — ele percebeu que, nesse horário, o homem que estava o adotando já deveria estar na escola.

— Hm, não... — Lisa disse baixinho. — Nós dois somos os únicos aqui, fora os jogadores e o treinador...

— Ele me esqueceu de novo... — o menino começou a fungar, segurando o choro.

— Hey... — Lisa segurou o menino pelos ombros. — Vem cá...

— Professora... — ele timidamente se aproximou de Lisa, abraçando seu corpo grande. — A senhora pode ir comigo na secretaria ligar para me buscarem?

— Claro. Se você quiser, eu posso falar com o diretor e ir te deixar... — Lisa abraçou o menino, dando um beijo em seus cabelos.

Benjamin apenas deu de ombros, caminhando lado a lado com a professora. Ele se sentia chateado, um estorvo na vida da família que estava o adotando. Benjamin sabia que não se encaixava naquele padrão de família perfeita e sentia o peito doer, ficar comprimido.

Quando sua família simplesmente cedeu a responsabilidade de levá-lo para casa, percebeu o quão desimportante realmente era. Porque estavam confiando em uma mulher desconhecida por eles, a tarefa de levar o filho para casa. Eles não se importam nem um pouco.