Prólogo

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Narrador

Era um dia comum na cidade de Guarulhos, mas não para Diana que estava completamente alegre dentro do carro de seu irmão mais velho. Faltava pouco para chegarem no Parque Cecap e a garota não conseguia segurar a emoção de estar indo assistir ao show dos meninos que ela gostava.

— Não sei porque gosta tanto deles, eles são tão comuns — Dinho disse encostando sua cabeça no vidro derrotado após uma briga que levou ao término de seu relacionamento. Diana o encarou com a feição entristecida — Que foi?

— Ainda é sobre ela, Dinho? — Suspira e se ajeita no banco pigarreando ao notar o silêncio de seu irmão. Então o silêncio se predomina no carro deixando Diana incomodada.

— Cadê a empolgação? — Pergunta o irmão mais velho olhando para Diana com um sorriso no rosto. Diana sorri para ele e volta a falar dos meninos do Cecap.

Dinho e Diana chegam ao parque e ele procura uma vaga para estacionar. A mais nova desce do carro assim que seu irmão estaciona, ela estica suas pernas e sorri com os olhos para ele. Dinho a encara com seriedade mas força um sorriso.

— Vamos — Ele abraça Diana de lado entrelaçando seu braço no ombro da mesma.

Eles se aproximam do publico que vibravam alegremente no solo de guitarra do guitarrista japonês. Dinho começa a se empolgar por conta do estilo musical que soava em seus ouvidos.

— Alguém ta sorrindo — Diana o empurra com o ombro o tirando de seu transe fazendo seu cenho franzir — DESCULPA, DESCULPA — Ela ri ao notar a expressão de seu irmão se alterando — Foi só de brincadeira — Ela se afasta dele como as mãos levamtadas como sinal de rendição.

Ela sabia que Dinho era frouxo demais para encostar nela mesmo que de brincadeira.

— O Japonês é bom — Comenta o mais velho — E o narigudo também — Aponta para o baixista

— O baixista é lindo! — Comenta Diana e olha Dinho que a encarava com a expressão brava — Eu to falando sério! — A mais nova ri levando um tapa na cabeça de Dinho

A música termina e a voz do baterista é audível na caixa de som.

— Sem brigas de irmãos aqui, hein — O baterista da risada e olha diretamente para os irmãos Alves. Todos da plateia os encaram rindo.

Um dos olhares da plateia são reconhecíveis aos olhos de Alecsander. Sua visão passa a ser em câmera lenta ao ver os olhos de Bruna encarando os seus confusa. A mulher usava um vestido vermelho que nunca tivera visto na vida, ele cogitou em ir até ela pois havia visto aquela situação como um sinal para eles terem uma conversa civilizada. Porém, seus olhos foram surpreendidos com um homem bem mais alto que sua ex namorada que se aproximou dela beijando seu pescoço. Bruna permaneceu encarando Dinho com a expressão de surpresa e ao mesmo tempo medo. Dinho sentiu sua respiração diminuir e toda a imagem da briga com a ex namorada voltou para sua mente, tudo o que eles haviam vivido, tudo que havia sentido e tudo que havia feito pela mulher amada havia sido levado com o vento. Ele estava certo, Bruna estava o traindo desde o início. Sem pensar, ele deu as costas e estava prestes a sair do show quando sentiu uma mão agarrando seu braço.

— Onde você vai? — Perguntou Diana preocupada virando o irmão mais velho para si, dando a visão de um homem triste prestes a ter uma crise de choro e raiva — Fica aqui comigo, por favor — Ela choraminga fazendo Dinho suspirar e ficar ao lado dela segurando sua mão. Diana sorri. — Volte a ser quem você era — Ela beija seu braço fazendo o irmão forçar um sorriso com os lábios.

— Ae galera — O guitarrista fala no microfone — A próxima música, a gente não sabe cantar, alguém aí ta afim de subir no palco e cantar para a gente?

Wonderwall - Dinho Alves (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora